António Oliveira Martins, diretor-geral da LeasePlan Portugal, em entrevista concedida à Fleet Magazine
As contingências geradas pela Covid-19 obrigaram a LeasePlan a desencadear mecanismos de resposta para garantir tranquilidade aos seus clientes, que foram rápidos de implementar devido à flexibilidade inerente ao produto renting. 2020 confirmou também o crescimento da procura de veículos elétricos e plug-in por parte de empresas e particulares.
A Covid-19 desencadeou alterações profundas na mobilidade dos cidadãos e das empresas.
Com a atividade económica reduzida por efeito da pandemia, as incertezas quanto às necessidades de renovação de frota e as dificuldades na entrega de viaturas por parte das marcas obrigou as gestoras a procurar soluções para ultrapassar as dificuldades dos clientes, desenvolvendo respostas mais flexíveis para enfrentar uma fase cujas consequências ainda persistem.
A LeasePlan foi ágil nesse domínio, quer através de propostas de extensões de contrato de viaturas, na produção de relatórios de tendências e de estudos comparativos dos custos de utilização de vários modelos de viatura, apoiando e contribuindo com soluções para a tomada de decisões.
Isso mesmo pareceu refletir-se na votação do júri dos Prémios FLEET MAGAZINE 2020, que atribuíram a vitória à LeasePlan na categoria Gestora de Frota. Com o feito inédito de ter obtido a classificação máxima em todos os critérios escrutinados, de acordo com a avaliação dos gestores de frota que compunham o painel.
Como decorreu a atividade de LeasePlan em 2020?
Sentimos uma quebra grande na produção de novos contratos, fruto do contexto, mas sobretudo da nossa política de prolongamento de contratos.
Por outro lado, em termos de frota gerida, pelas mesmas razões, conseguimos manter um número estável que muito nos satisfaz.
O cenário de redução dos serviços da rede de concessionários e o fecho temporário de muitas fábricas na Europa e no resto do mundo também gerou dificuldade em disponibilizar prazos de entrega precisos aos nossos clientes.
Em face disso, a solução encontrada pela LeasePlan também passou por continuar a garantir a mobilidade dos seus clientes procedendo à extensão dos contratos.
À luz da incerteza atual, fez mais sentido, na nossa perspetiva, estender os contratos por 2 meses, tendo assim espaço para a reavaliação de decisões no futuro próximo.
Que outras ações desenvolveram para enfrentar as dificuldades?
Esta não é a primeira crise com que lidamos e isso deu-nos alguma experiência para encarar esta situação. Em renting e em tempos de crise, do ponto de vista comercial, pode existir uma maior dificuldade em assumir compromissos de médio e longo prazo.
O que fizemos foi criar soluções mais flexíveis, como por exemplo para as datas de final de contrato.
Incentivámos o seu prolongamento, para que o cliente não fosse forçado a tomar decisões para as quais tem pouca informação.
Como já disse, quisemos retirar a ansiedade aos nossos clientes, que não sabem como vai ser o seu dia de amanhã ou como vão estar daqui a quatro anos.
Do ponto de vista operacional, embora tivéssemos mudado vários aspetos internamente, nada se alterou na habitual resposta que damos aos nossos clientes.
Foi uma oportunidade para reforçar a aposta em soluções flexíveis? Que nível de adesão houve para esse tipo de oferta?
Os tempos que vivemos, marcados pela incerteza e pela enorme dificuldade em fazer previsões, pedem respostas ágeis.
Foi por isso que criámos o FlexiPlan, um produto que se enquadra nas nossas soluções flexíveis e que tem a vantagem de incluir todos os serviços numa renda mensal, com a possibilidade de ser um aluguer de curto prazo.
Vocacionado para PME, particulares e também para empresas de grande dimensão, esta proposta comercial da LeasePlan tem tido uma ótima aceitação.
Daqui a algum tempo vamos perceber qual a real duração destes contratos, já que a flexibilidade é total e se o cliente já não precisar do carro, entrega-o e não tem qualquer custo de penalização.
É um produto disponível também para clientes particulares? Com o mesmo tipo de utilidade?
O FlexiPlan é um produto transversal. Cobre as necessidades de mobilidade das PME, das grandes empresas e também dos particulares.
Sentiram que o contexto influenciou a procura por parte de clientes particulares?
A Covid-19 causou um enorme impacto nos hábitos de mobilidade em todo o mundo, o que gerou um aumento na procura de soluções de aquisição de veículos, nomeadamente por parte dos particulares.
Isso mesmo é confirmado nas conclusões da edição ‘Novo Normal’ do Mobility Insights Reports, que a LeasePlan, em conjunto com a Ipsos, lançou no final de dezembro de 2020, que mostram que a maioria dos condutores prefere agora a segurança e o conforto do seu próprio automóvel ao transporte público.
87% dos portugueses preferem o automóvel em vez de outro meio de transporte, diz LeasePlan
No que se refere ao renting, o contexto pandémico acelerou a transição de muitos particulares para um modelo que privilegia a utilização em detrimento da posse.
E o renting também pode ajudar estes consumidores a fazerem a transição para um automóvel híbrido ou mesmo 100% elétrico? Que tipo de apoio a LeasePlan pode dar?
Na LeasePlan acreditamos que nos diferenciamos por sermos parceiros e consultores dos nossos clientes e não apenas simples prestadores de serviços.
Temos disponibilizado serviços de consultoria e estudos de mercado cada vez mais especializados, que se centram na identificação de oportunidades de redução ou otimização de custos.
A LeasePlan quer continuar a proporcionar a estes clientes – a maioria deles novos no renting – uma ótima primeira experiência.
Por este motivo, as nossas ofertas incluem tipicamente todos os serviços, garantindo que o cliente fica “livre de preocupações”.
Com a crescente procura pela mobilidade elétrica iremos continuar a desenvolver estudos que demonstram quais os fatores que tornam os carros elétricos ou híbridos mais interessantes do que os automóveis tradicionais.
Temos também uma solução elétrica, que é muito completa, o Start Electric, que vai para além dos aspetos relacionados com o veículo, mas inclui também o carregador, veículo a combustão para necessidades extra e um cartão a partir do qual o utilizador pode fazer os carregamentos, seja em casa ou na rede pública.
E para clientes profissionais, que tipo de apoio podem prestar na transição energética da frota? Nomeadamente ajudar a encontrar as melhores soluções para cada caso/necessidade?
A questão ambiental é um forte motivador para as empresas transitarem para os veículos elétricos e as soluções de frotas sustentáveis estão a ganhar cada vez mais importância.
Com uma maior consciencialização de como as frotas das empresas podem contribuir para a redução das emissões, temos vindo a desenvolver uma abordagem diferente da gestão de frotas no que diz respeito à sustentabilidade.
Na LeasePlan encorajamos as empresas a encontrar o equilíbrio certo para as suas frotas e a introduzir opções mais responsáveis para chegarem às zero emissões.
Nesta medida, será um processo progressivo. O papel da LeasePlan é sempre o de acompanhar de perto as tendências do mercado, garantir que oferecemos as melhores soluções aos clientes e que fazemos, em paralelo, um trabalho de consultoria e acompanhamento, que garanta que à medida que estas alterações surgirem, conseguimos identificar as soluções mais indicadas para o tipo de utilização do cliente.
E para as empresas que hesitam justificando-se com a imprevisibilidade fiscal?
Em relação à fiscalidade, o maior problema é a incerteza do contexto fiscal no futuro de curto/médio prazo, quando os impostos sobre a utilização são elevados, como é o caso da Tributação Autónoma que incide sobre todos os custos do automóvel, desde a renda financeira, ao combustível, no caso de automóveis de passageiros.
Mudar as regras a meio do jogo é agravar custos para as empresas, o que é particularmente grave num contexto como o que vivemos.
Em todo o caso, os automóveis ligeiros de passageiros com motor a gasóleo estão a perder expressão na frota da LeasePlan…
A frota da LeasePlan tem conhecido um aumento na procura de veículos elétricos e híbridos plug-in em detrimento dos automóveis diesel, acompanhando a tendência do mercado. Também a ganhar expressão estão os carros a gasolina, mas, neste caso, muito alavancados pelo segmento dos particulares que tem, cada vez mais, um peso maior no renting.
Os acontecimentos de 2020 geraram também algum efeito sobre o negócio dos usados?
Devido ao período de pandemia que estamos a viver temos assistido a uma forte valorização do transporte individual, algo que se tem manifestado positivamente no nosso negócio de usados.
E num ano tão complexo quanto foi o de 2020, que sentimento houve ao ver reconhecido o vosso trabalho por quem está no terreno?
Foi com enorme satisfação que recebemos o prémio atribuído pela FLEET MAGAZINE e que tanto nos prestigia.
A distinção confirma o nosso empenho e enorme compromisso na prestação de serviços de excelência aos nossos clientes e na liderança do mercado de renting, no sentido de criar produtos e serviços mais inovadores.
Em 2020, a LeasePlan adaptou-se ao novo cenário, manteve-se presente e funcional e garantiu o nível de serviço minimizando impactos para os seus clientes e parceiros no mercado. A qualidade dos nossos produtos e serviços e a satisfação dos nossos clientes é a nossa prioridade e ser reconhecido por alguns dos principais players na gestão de frotas é para nós motivo de um enorme orgulho.
Nesse caso, o que podemos esperar da LeasePlan em 2021?
Esperança, otimismo, resiliência e foco nos objetivos.
É com estas palavras que encaramos o ano que temos pela frente, um tempo muito desafiante.
Serão tempos de rigor e de contínua adaptação a uma nova realidade, mas serão também tempos de dar as mãos, de acreditar nas capacidades das nossas equipas e das nossas organizações em superar os desafios com que esta pandemia nos surpreendeu.
É também um tempo de a LeasePlan reafirmar o seu compromisso com a qualidade, espírito inovador e competitividade da nossa proposta de valor.
Nesse sentido, continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir a qualidade dos serviços que prestamos e não nos pouparemos a esforços para apoiar o percurso de todos os nossos clientes e parceiros ao longo dos próximos meses.
Soluções LeasePlan para ajudar a gerir o trabalho à distância
Com o aumento do trabalho à distância, ou com equipas em regime de trabalho misto, que soluções digitais a LeasePlan desenvolveu para apoiar o trabalho de gestão de frota?
Uma das preocupações da LeasePlan é desenvolver projetos que melhorem as ofertas e serviços para os nossos clientes.
Ao desenvolvermos soluções e ferramentas online para gestores de frota e condutores estamos a tornar a gestão de frotas o mais acessível possível.
Nesse sentido, temos vindo a investir no digital para ajudar a aumentar a eficiência, melhorar a segurança dos condutores e criar novos modelos de negócio e serviços que permitam gerir a frota à distância de um clique.
Exemplo disto é o lançamento, em 2020, do “My Fleet”, um novo portal para os gestores de frotas, com reporting online da frota, que simplifica a gestão e dá aos clientes maior autonomia e controlo sobre os dados da sua frota.
Temos também a app LeasePlan, uma ferramenta completa de self-service que dispoibilizamos desde 2018. É um ponto de contacto único para tudo o que esteja relacionado com assistência, manutenção e serviços automóveis.
E ainda o “Photo Tool”, uma nova funcionalidade para descomplicar o processo de envio de toda a informação necessária em caso de sinistro, deixando de ser necessária a deslocação a uma oficina para fazer a peritagem.