Com 20 mil carros geridos em frota, a Arval perfila-se como parceiro fiável de mobilidade das empresas em Portugal. Há 25 anos a operar no nosso país, a gestora tem nos últimos anos registado um crescimento anual de cerca de 10%
Em meados de outubro de 2024, a Arval Portugal anunciava que atingira o marco de 20 mil viaturas geridas em frota. José Pedro Pinto, responsável máximo pela gestora em Portugal, destaca o forte crescimento da Arval nos últimos anos e o facto dessa conquista ser sinal da confiança que os clientes e parceiros têm depositado no acompanhamento diário feito pelas equipas e pelas soluções e serviços distintivos da Arval. “É especialmente gratificante verificar que este crescimento anual de cerca de 10% nos últimos anos tem sido acompanhado por um nível de satisfação igualmente crescente de clientes e condutores refletido nos resultados dos questionários de NPS (Net Promoter Score) realizados. Por outro lado, estamos num negócio em que a escala não é um elemento inócuo. Sobretudo se a complementarmos com iniciativas de automatização e de melhoria contínua podemos acelerar os ganhos de eficiência e consequentemente sermos cada vez mais competitivos”, diz.
Quais foram os principais momentos dos 25 anos de presença da Arval em Portugal?
Foram muitos. Começámos a nossa atividade em 1999 e inicialmente éramos Arval Service Lease. Penso que o segundo grande momento foi em 2004, quando adotámos a denominação que temos até hoje de Arval BNP Paribas Group. Em 2008 criamos a estrutura das Account Teams, que junta equipas comerciais e operacionais num só local para melhor oferecer qualidade de serviço e rapidez de resposta aos nossos clientes. Em 2012 adotámos um novo sistema de gestão que nos permitiu integrar toda a gestão da frota dos clientes num único sistema informático. Com a aquisição do negócio da GE Fleet Services, em 2015, duplicámos a frota gerida para 9.500 viaturas na altura. Hoje, já voltámos a mais que duplicar esse número e atingimos as 20 mil viaturas.
Outros momentos marcantes foram sem dúvida o início das parcerias que temos e que nos permitiram oferecer os nossos serviços a novos clientes. Estou a falar da parceria que temos com o Banco BPI desde 2018 e de parcerias com marcas automóveis como a KIA, a Polestar, a BYD e a Jaguar Land Rover.
Parceria Arval e BPI: renting automóvel ao balcão de um banco
Que novos produtos podem os clientes esperar da Arval Portugal?
Produtos e serviços que contribuem para alargar a oferta de mobilidade e para a diminuição da pegada carbónica dos nossos clientes. Vamos lançar brevemente o produto de Car Sharing, que permite a gestão de viaturas em pool através de um sistema totalmente digital e sem chave, no qual os colaboradores podem reservar e aceder à viatura através de uma aplicação no telemóvel.
Como olham para o mercado de gestão de frotas neste momento? Quais são os seus principais desafios e os melhores desenvolvimentos?
O contexto atual apresenta grandes oportunidades para o mercado de gestão de frotas. As empresas em Portugal demonstram um foco cada vez mais apurado no TCO da sua frota. Quando assim é, a solução de renting impõe-se naturalmente face a qualquer outra forma de financiamento e gestão.
Apesar de ainda subsistirem vários desafios no processo de transição energética, acreditamos que a eletrificação das frotas é incontornável. O conhecimento e as soluções da Arval permitem dar todo o suporte de que os nossos clientes necessitam.
A digitalização com vista a dar maior autonomia e a melhorar a experiência dos condutores e clientes mantém-se como uma prioridade estratégica para o nosso crescimento e eficiência.
A exploração de dados telemáticos para aumentar a segurança na condução, a eficiência das rotas e consumos e reduzir a pegada ambiental será cada vez mais importante. Daí a nossa aposta no nosso dispositivo telemático, Arval Connect.
Finalmente, vivemos um momento de maior incerteza no mercado dos usados, resultado do desenvolvimento tecnológico no setor automóvel. Neste contexto, a gestão do risco dos nossos ativos, nomeadamente através de uma boa definição dos valores residuais das viaturas, assume-se ainda mais como uma componente central da nossa cadeia de valor. Se por um lado temos o desafio de assegurar um desenvolvimento sustentado e gerar a rentabilidade exigida pelo acionista, a maior imprevisibilidade em que vivemos torna o produto de renting ainda mais atrativo porque o risco do ativo é assumido integralmente pela locadora.
A penetração do renting no mercado automóvel nacional tem estabilizado nos últimos anos. Que motivos encontram para que não ganhe mais volume?
De facto, esteve estável durante muitos anos, mas em 2022 e 2023 já assistimos a um crescimento, tendo atingido cerca de 16% em 2023 (vs 14% em 2021). Estou convencido que continuará a crescer em 2024. Mas ainda existe uma enorme margem de progressão quando comparado com outros mercados europeus mais maduros onde os níveis de penetração variam entre 25 a 30%. Há vários fatores que contribuem para uma penetração do renting mais baixa em Portugal. Destaco o facto de o segmento de particulares ainda ser pouco expressivo. Adicionalmente, a maturidade média dos contratos de crédito automóvel é bastante elevada, permitindo reduzir a taxa de esforço dos clientes.
O nível de serviço é um dos principais pontos de interesse dos clientes quando procuram uma gestora de frota. O que é que a Arval tem feito para aumentar os seus níveis de serviço?
Identifico três elementos fundamentais para assegurar um nível de serviço de excelência. Primeiro, a medição sistemática da satisfação dos clientes e condutores em momentos chave (manutenções, reparações, acidentes, entregas e restituição de viaturas). Segundo, a melhoria contínua, ou seja, termos uma organização de trabalho que permita todos os dias identificar eixos de melhoria, trabalhá-los de forma estruturada e dar a oportunidade a todos os membros da equipa de participar neste processo. Terceiro, o desenvolver uma cultura cada vez mais forte de serviço ao cliente.
Coletivamente, temos investido muito em cada um destes 3 pontos e os resultados são muitíssimo animadores. Os níveis de satisfação e recomendação dos clientes e condutores estão a crescer de forma consistente nos últimos três anos e estamos muito orgulhosos com os resultados já atingidos.
Por outro lado, temos a sorte de pertencer a um Grupo grande onde a partilha das melhores práticas e ferramentas é uma enorme mais-valia.
A eletrificação veio trazer mais desafios a uma gestora de frota como a Arval? Quais?
A Arval estabeleceu um compromisso muito forte com a transição energética. Traçámos a meta de reduzir 35% as nossas emissões no período 2020-2025. Atualmente, 34% da frota já é eletrificada e as viaturas totalmente elétricas representam 19% das encomendas em 2024.
Assumimos totalmente a nossa responsabilidade de apoiar os clientes no caminho da descarbonização. Seja através da identificação das melhores soluções de mobilidade do ponto de vista ambiental e económico, ou da disponibilização dos vários produtos e serviços associados, como é o caso de carregadores, da sua instalação e cartão de carregamento.
Também queremos dar o exemplo, pelo que a frota interna da Arval Portugal já é atualmente 100% eletrificada e será composta exclusivamente de viaturas BEV.
Estamos a fazer a nossa parte, mas este desafio é multidimensional. O investimento na cobertura da infraestrutura de carregamento tem de prosseguir. Atualmente o país dispõe de um carregador rápido por cada 48 viaturas BEV em circulação, em linha com a média europeia. É importante manter o apoio fiscal à aquisição destas viaturas. Os fabricantes automóveis deverão continuar a completar a gama de oferta nos vários segmentos, designadamente o segmento de carros citadinos e económicos. Finalmente, deve-se aumentar a confiança e atratividade das viaturas elétricas no mercado de usados, por exemplo através de testes à capacidade das baterias.