Uma mensagem recente de Erik Jonnaert, secretário-geral da ACEA, alerta para os riscos que a indústria automóvel europeia enfrenta ao ser obrigada a reduções constantes e significativas das metas de emissões dos automóveis produzidos para a Europa.
“Numa primeira análise, poderia parecer que os padrões de emissões mais rígidos poderiam forçar a inovação que, por sua vez, poderia desencadear uma maior competitividade. No entanto, um estudo da FTI Consulting demonstra o impacto negativo de exigências reguladoras cada vez mais ambiciosas em termos de custos de fabrico. O sector automóvel era o mais rentável em 20107, gerando 15 mil milhões de lucros, para acumular perdas de 1 bilhão em 2012. E é provável que a situação ainda piore”, alerta este responsável da Associação Europeia de Construtores de Automóveis.
Na mensagem do secretário-geral da ACEA lê-se ainda que “os investimentos (feitos pela indústria automóvel) resultaram em motores de combustão interna mais eficientes, bem como numa ampla gama de sistemas de transmissão alternativos, incluindo veículos elétricos. Mas, torná-los mais atraentes para os consumidores requer mais investimentos em infraestruturas de recarga, padronização e harmonização das mesmas”.
“Para tratar de forma mais eficaz as emissões de transporte rodoviário precisamos de ir além da ideia de que apenas os veículos novos devem contribuir para a redução das emissões”, acrescenta o belga. “A maioria das estimativas mostram a necessidade de custos adicionais de 1000 a 2000 euros por automóvel para atingir os objetivos de CO2 em 2020. Contudo, os veículos novos constituem apenas 5% da frota automóvel da Europa (…) pelo que a legislação sobre o CO2, por si só, não interfere sobre grande parte dos veículos já em circulação”.
As emissões de CO2 dos automóveis novos reduziu 34% desde 1995 e a indústria automóvel europeia é a que enfrenta metas de redução significativamente mais elevados do que qualquer outro sector, refere Erik Jonnaert.
Para alcançar as medidas preconizadas para 2020 (uma redução de 39% face a 2005), o secretário-geral da ACEA diz ser necessário estabelecer uma “abordagem abrangente” mais eficaz que permita uma efetiva diminuição das emissões de CO2 do transporte rodoviário.
“Isso significa que não deve incidir apenas sobre as emissões do próprio veículo, mas também olhar para outros fatores que influenciam as emissões durante a utilização do veículo. Uma abordagem global deve incluir fatores fundamentais, tais como o teor de carbono dos combustíveis, o comportamento do condutor, as infraestruturas rodoviárias e a idade do parque automóvel”, explica.
Esta atitude vai permitir reduzir as emissões de CO2 do total de emissões do transporte rodoviário, “mas também garante que estratégica indústria automóvel da Europa mantenha a sua competitividade no futuro. Esta será a chave para proteger o emprego e o crescimento na Europa.”, conclui Erik Jonnaert.