Foram apenas 40 as empresas auscultadas pelo estudo realizado pela Mercer sobre a gestão que as mesmas fazem à sua frota automóvel.
Embora o número de inquiridos não seja muito significativo, até mesmo para o universo empresarial português, algumas conclusões deste estudo evidenciam a tendência das empresas dedicarem mais atenção à gestão do seu parque automóvel, nomeadamente uma maior preocupação com o controlo dos custos.
De acordo com este estudo, 49 por cento das empresas que responderam a esta questão em particular admitiram ter revisto a sua política automóvel em 2014 ou 2013. O que não constitui propriamente surpresa face à conjuntura económica que Portugal atravessa e se revela bem no facto de muitas empresas terem reduzido o seu parque automóvel ou terem efetuado um downsizing da respetiva frota.
Sinal revelador de boas práticas empresariais, o mesmo estudo indica que 73 por cento das empresas inquiridas afirmaram que a revisão do orçamento e da política automóvel é efetuada anualmente, devido à preocupação com a poupança de custos ou por terem orçamentos limitados.
Como adianta Tiago Borges, Responsável da Área de Estudos da Mercer, “em Portugal a política automóvel tem um peso significativo nas estruturas de custos das organizações, pelo que é um elemento importante a considerar na tentativa de redução dos mesmos”.
Métodos de gestão
É reconhecida a crescente importância dos custos da frota automóvel para as empresas, pelo que, 48 por cento das empresas multinacionais presentes neste estudo defendem a gestão da política automóvel a nível local, sem qualquer apoio das suas Sedes. Ao não transpor diretrizes comuns, pretende-se assegurar que as políticas definidas se adequam à realidade da estrutura de compensação do mercado Português.
Segundo as informações recolhidas pela Mercer para a compilação deste estudo, 55 por cento dos inquiridos trabalha com contratos de aluguer de automóveis.
Surpresa ou talvez não, grande parte das empresas (41 por cento das respostas) negociou diretamente descontos com um ou mais fabricantes de automóveis.
Os cartões de combustível são geralmente fornecidos também com base em acordos particulares com uma empresa de combustível e o gasóleo é, naturalmente, o combustível mais usado (97 por cento).
Colaboradores e responsabilização
Os níveis hierárquicos dentro das organizações que mais usufruem de viatura fornecida pela empresa são os quadros intermédios (45 por cento). “Uma das razões que poderá explicar esta situação pode resultar do facto de os comerciais, que têm no carro o seu principal instrumento de trabalho, se situarem neste nível”, explica Tiago Borges.
Apenas uma pequena percentagem das empresas auscultadas (18 por cento) fornece um subsídio aos trabalhadores como uma alternativa ao automóvel.
Surpreendentemente, um número significativo das empresas inquiridas (88 por cento) mostra-se permissiva em relação ao uso particular do automóvel, não cobrando qualquer importância pelo facto.
Por outro lado, se ocorrer algum problema com a carta de condução dos colaboradores, como por exemplo validade, as organizações mostram uma total confiança nos colaboradores, visto que a maior parte das empresas inquiridas (76 por cento) admitiu não controlar a carta de condução destes numa base regular.
A reação não é a mesma quando um funcionário mostra vontade de trocar de carro para um modelo mais caro: 79 por cento das organizações não permite essa mudança. Porém, uma pequena minoria mostra-se disposta a permitir esta mudança (21 por cento), desde que seja o colaborador a suportar a diferença de preço.
Na escolha do automóvel, um terço das empresas auscultadas não dá essa opção aos colaboradores. Mas 40 por cento delas colocam à disposição dos colaboradores uma lista muito limitada de viaturas disponíveis, permitindo por esta via o aumento do controlo sobre a frota (39 por cento). Além de que é prática a existência de um conjunto de restrições e obrigações, como por exemplo, a exclusão total dos automóveis desportivos.
Preocupações ambientais
Há ainda a salientar que a responsabilidade social e a sustentabilidade são temas que cada vez preocupam mais as organizações. Inclusive, estão a promover cada vez mais ações, a nível interno, para melhorar o meio-ambiente.
Como comenta Tiago Borges “uma tendência que se tem verificado é a adesão das empresas a uma tendência mais “green”. A promoção ativa de partilha de boleias para o trabalho (50 por cento) é um exemplo de uma iniciativa sustentável por muitas organizações”, conclui.
A Mercer é líder global em serviços de consultoria nas áreas de talentos, benefícios, pensões e investimentos. Faz parte do grupo Marsh & McLennan Companies (NYSE: MMC), composto por empresas que trabalham nas áreas de Risco, Estratégia e de gestão de Recursos Humanos.