Com quase 1400 veículos em parque, adquiridos centralmente mas geridos de forma descentralizada por cada uma das empresas que compõem o Grupo AdP – Águas de Portugal, a mobilidade elétrica constitui uma meta ambiental com naturais vantagens de redução de custos. Para atingir tais objetivos foi necessário um trabalho prévio de estudo da operacionalidade, implementação de uma rede interna de carregamento e formação dos utilizadores, processos continuamente avaliados e melhorados, tendo em vista o aumento progressivo da eletrificação da frota
O Grupo AdP – Águas de Portugal é composto por um conjunto de 16 empresas em Portugal, as quais 13 desenvolvem atividades nos domínios do abastecimento de água e do saneamento de águas residuais.
A dispersão geográfica das instalações e o tipo de operações desenvolvidas por cada uma das empresas exigem uma frota numerosa e diversificada, com características técnicas e funcionais adequadas mas, embora cada empresa tenha competências de gestão operacional dos seus próprios meios, a aquisição das viaturas é um procedimento centralizado, explica David Barranqueiro, Diretor de Compras e Logística do Grupo Aguas de Portugal.
“A Direção de Compras e Logística tem a responsabilidade de assegurar centralmente a contratação das viaturas para todas as empresas que constituem o grupo, desenvolvendo os respetivos procedimentos de contratação pública, potenciando a captura de valor que decorre da escala e da uniformização da procura. As necessidades aquisitivas são definidas pelas empresas, quer no plano quantitativo quer qualitativo, refletindo as orientações corporativas e a estratégia do governo, sem prejuízo da nossa colaboração, na uniformização das especificações técnicas e no auxílio do processo de tomada de decisão”.
Conceição Gonçalves, diretamente responsável pela contratação das viaturas, complementa, esclarecendo o que é valorizado nas propostas recebidas. “Nos critérios de adjudicação avaliamos o valor económico dos contratos a celebrar, incorporando o efeito das rendas e dos custos de exploração que decorrem do consumo de energia, das emissões de dióxido de carbono e outros poluentes, procurando incentivar os operadores económicos, em toda a linha, a serem mais eficientes também no plano energético e ambiental. E na preparação dos procedimentos, temos também a preocupação de garantir que o universo concorrencial é o mais amplo possível, motivo pelo qual procuramos, sempre que possível, dividir o objeto em lotes”.
De acordo com David Barranqueiro, a preferência do grupo pelo regime de aluguer operacional de viaturas apoia o modelo descentralizado de gestão operacional da frota, “por transferir o risco e os encargos de manutenção para operadores económicos especializados, que os administram de forma eficiente, nomeadamente a manutenção das viaturas, a substituição dos pneus e algumas tarefas ao longo da utilização.”
Isto permite que cada gestor de frota das empresas operacionais do grupo Águas de Portugal “possa analisar e exercer as opções de cada um dos parâmetros incluídos nos respetivos contratos de AOV – exploração, quilometragem contratada, penalizações pecuniárias – de modo a maximizá-los em função das tarefas e do desempenho de cada empresa”, esclarece.
Conceição Gonçalves salienta também que, além de facilitar a descentralização de competências, esta decisão “transfere para operadores económicos mais especializados nesse domínio, o risco de desvalorização das viaturas e consequente incerteza subjacente aos valores residuais aquando da introdução no mercado secundário.”
Fator que assume particular relevância quando está em causa uma frota bastante diversificada, alguma da qual com uso mais intensivo, complementa David Barranqueiro.
“De facto, há um conjunto diferenciado de marcas e modelos de viaturas, com características técnicas e funcionais adequadas às respetivas necessidades operacionais, englobando veículos destinados ao transporte de passageiros e de mercadorias. Os segmentos predominantes são as pick-up, os furgões e os ligeiros de passageiros, mas temos também veículos pesados. A dispersão geográfica das nossas instalações, que inclui polos operacionais de abastecimento e saneamento, requerem frequentes deslocações de serviço dos nossos técnicos, de equipas de operação, exploração e manutenção, de piquetes, e algumas tarefas mais específicas implicam a mobilização de outros meios, como máquinas, ferramentas, geradores portáteis, entre outros. Por isso, algumas viaturas podem necessitar de transformações específicas, essenciais para a execução da atividade a que se destinam”.
https://fleetmagazine.pt/2020/08/05/grupo-aguas-de-portugal-mobilidade-eletrica/
Responsabilidades e obrigações individuais
No âmbito das responsabilidades de cada gestor de frota, Conceição Gonçalves diz que a cada um são delegadas competências para o cumprimento de todas as normas definidas, nomeadamente procedimentos de controlo interno aprovados pela administração e que tem o dever de reportar à holding, que assegura o papel de Gestor de Frota Corporativo.
“É da competência do gestor de frota monitorizar todos os gastos com combustíveis e portagens, assegurando o controlo dos desvios face aos plafonds definidos e aos orçamentos aprovados para a rubrica. Naturalmente, existe um trabalho de equipa e de cooperação entre a AdP, em particular da Direção de Compras e Logística, e os gestores de frota de cada uma das empresas, extensível por sua vez a todos os operadores económicos envolvidos. Com especial enfoque nas locadoras e nas diferentes marcas de veículos automóveis, atendendo a toda a logística decorrente do rocesso após a outorga dos respetivos contratos. Sem isto, não alcançaríamos a racionalidade económica a que nos propomos, garantindo as melhores condições de segurança para o desenvolvimento das nossas atividades e dos nossos trabalhadores.”
BI da Frota Grupo Água de Portugal
- Número de veículos: 1390 viaturas de serviço operacionais, das quais 128 são elétricas. Destas, predominantemente da marca Renault: Kangoo Express ZE e ZOE, adjudicadas na sequência de concurso público com publicidade internacional
- Marca(s), modelo(s) e tipologias de ligeiros predominantes: Com características técnicas e funcionais adequadas às necessidades operacionais, destinados ao transporte de passageiros e de mercadorias. Segmentos predominantes: pick-up, furgões e ligeiros de passageiros, algumas unidades pesadas
- Idade média da frota: cerca de 6 anos, incluindo os camiões.
- Modelo de aquisição habitual: Contratação pública. Concursos lançados pelas empresas do grupo AdP.
- Opção predominante: contratação em regime de aluguer operacional de viaturas. Em regra, incluem a manutenção, gestão da manutenção, substituição de pneus e viatura de substituição.
- Gestoras de frota presentes: LeasePlan, Finlog e ALD Automotive
- Requisitos de equipamento que habitualmente constem no caderno de encargos: Essencialmente de proteção e segurança dos utilizadores.
- Sistemas de georreferenciação e/ou de controlo/gestão da frota instalados nas viaturas: Está em curso a uniformização dos sistemas de georreferenciação das viaturas, para encontrar resposta às necessidades operacionais: monitorização da posição, gastos operacionais e das rotas pré-determinadas, atribuição de tarefas online quando possível e recolha dos dados operacionais, com o intuito de maximizar a utilidade e a flexibilidade da frota, num quadro de sustentabilidade económica e ambiental.
- Políticas internas de responsabilização dos utilizadores/condutores das viaturas: “Regulamento de Aquisição, Atribuição e Utilização da Frota Operacional”, em vigor em todas as empresas. Regras e responsabilidades quanto ao tratamento dos processos que envolvam multas, acidentes, furto ou roubo, bem quanto ao uso das viaturas, colocação das decorações alusivas às empresas, relações com as locadoras, controlo de combustíveis e portagens, entre outros.