A experiência anterior de Paula Duarte tem contribuído para modernizar os processos de gestão da frota do grupo Pestana, acompanhando a própria evolução da empresa que é, atualmente, uma referência internacional na indústria do Turismo.

O grupo Pestana tem origens na Madeira e uma presença a nível internacional, com uma exigência acrescida em Portugal, desde que há 15 anos passou a gerir a rede de Pousadas de Portugal, modernizando as diversas unidades já existentes e inaugurando novas unidades de luxo.

Há 3 anos como Gestora de Frota no Grupo Pestana, integrando a Direção de Compras,  Paula Duarte conta com uma experiência profissional de 15 anos em vários departamentos de uma Gestora de Frotas e de cerca de 2 anos no Ramo Automóvel de uma Companhia de Seguros.

Foi precisamente na mais recente, situada no Terreiro do Paço em Lisboa e muito próximo do local onde ocorreu o regicídio em 1908, que Paula Duarte recebeu a FLEET  MAGAZINE, para explicar como gere, é composto e quais são as necessidades de um parque automóvel distribuído por uma vasta área territorial.

“A frota sofreu um processo de centralização nos últimos anos e a sua gestão profissionalizou-se, conferindo ao Grupo Pestana uma capacidade de negociar e gerir de uma forma mais integrada todo o parque automóvel”, diz Paula Duarte.

“Por exemplo, os níveis de serviço foram sendo uniformizados, garantindo padrões semelhantes para todos os colaboradores”.

Hoje, a gestão da frota do grupo é transversal a todas as regiões.

No entanto, respeitando as particularidades de certos tipos de funções, como são exemplos as viaturas de apoio a  eventos com câmara de frio, as viaturas de carga ligadas à manutenção de jardins e campos de golfe, os ‘Shuttles’ de 9 lugares para transporte de clientes ou até a viatura limpa-neves que o grupo tem na Serra da Estrela.

“Na nossa frota temos de tudo um pouco, mas sempre gerido dentro do mesmo modelo”,  conclui.

Quais são os principais desafios do momento? 

Principais desafios … gerir uma frota perante uma eminente revolução tecnológica e de mentalidades no mercado automóvel.

Por exemplo: as preocupações ambientais estão a  conduzir à saída de viaturas a gasóleo e à introdução de viaturas híbridas e elétricas; além da evolução da legislação fiscal nacional e da legislação europeia do sector automóvel.

Significa então que já têm veículos eletrificados na frota?

Atualmente ainda não existe qualquer viatura elétrica ou híbrida na nossa frota.

Estamos atentos  e a acompanhar de perto a evolução deste tipo de veículos e temos como objetivo de curto prazo apostar nesse género de veículos.

Mas questões como o preço (TCO), a autonomia ou o tempo de carregamento ainda são um constrangimento.

Como disse, estamos expectantes e a acompanhar, quer no que respeita à evolução das fontes de energia tradicionais mas também ao desenvolvimento de novas fontes de energia aplicadas aos veículos.

E em relação ao comportamento dos utilizadores?

A centralização da gestão da frota do Grupo Pestana permitiu instituir uma prática  pedagógica e criar uma consciência de responsabilidade na generalidade dos condutores.

E, a prazo, caminharemos naturalmente e cada vez mais, no sentido de isolar e reduzir as
exceções.

Entre essas “exceções” está a ser feita ou ponderada alguma ação ou iniciativa no domínio da sinistralidade? Que peso tem esta questão nas contas da frota?

Continuaremos a nossa aposta na sensibilização constante dos colaboradores do Grupo Pestana para que utilizem uma condução segura e preventiva e para que se comportem com as viaturas da frota como se fossem as suas viaturas particulares.

Qual a razão de uma aposta tão intensiva no renting?

Principalmente por ser um custo fixo, controlado e enquadrável em orçamento.

Depois, a questão da mitigação do risco operacional e financeiro da frota. Além disso, esta solução oferece-nos uma garantia de suporte ao condutor 24 horas por dia, sete dias por semana…

Já no momento da seleção das viaturas, a que é dada maior importância?

Procuramos sempre a melhor relação preço/qualidade.

O preço é uma variável incontornável e sem dúvida muito importante, onde é tido sempre em conta o efeito fiscalidade.

Mas não descuramos as questões de segurança das pessoas, bem como a qualidade, fiabilidade e a robustez.

Começamos por falar nos desafios, agora as preocupações. Quais são?

De um modo geral, as preocupações são as mesmas que constituem os desafios, a principal e mais importante das quais é acompanhar a evolução da componente fiscal.

Depois, estar sempre atenta a novas soluções de mobilidade.

A frota representa a mobilidade das nossas pessoas, das nossas unidades, de Viana a Sagres, passando por Porto Santo e Serra da Estrela.

Teremos sempre um olhar atento a todas as soluções de mobilidade, sejam elas o renting, o rent-a-car, o car-sharing, novas aplicações na área dos transportes… tudo o que possa ajudar-nos a servir melhor as várias vertentes da nossa atividade.

B.I. da Frota:

  • Número de viaturas: 280 veículos, distribuídos por Portugal Continental e Ilhas;
  • Marca e modelos predominantes: as mais representativas são a Volkswagen (com o maior número de viaturas), Audi, BMW, Opel e Renault.
  • Tipologias: maioritariamente estruturada em 5 tipologias base: furgão de dois lugares, furgão de nove lugares, modelos utilitários, familiares médios e familiares grandes. Os ligeiros de passageiros, a gasóleo, representam cerca de 75% da frota;
  • Critérios de seleção: prioridade a bons compromissos entre conforto, qualidade e preço.
  • Financiamento: atualmente a forma de financiamento selecionada é o renting. Assume 70% da frota. Propriedade 25% e rent-a-car 5%;
  • Gestoras. Duração média dos contratos: predominância de Leaseplan e Volkswagen Renting, sem qualquer regime de exclusividade e com consulta ao mercado a cada nova contratação de viatura. As últimas encomendas feitas foram à ALD Automotive.
  • Idade do parque: frota renting mais jovem. Cerca de 25% são viaturas mais antigas que, por especificidades das suas funções, perduram na frota por mais tempo. Mas com tendência para reduzirem presença.
  • Sistemas de georeferenciação e/ou de controlo/gestão da frota instalados nas viaturas: Não. Foi realizada uma experiência-piloto de telemática com a Leaseplan, que ainda não avançou por condicionantes legais. Mantém-se em estudo.