A Helexia é uma multinacional a atuar nas áreas da produção de energia sustentável e ações de desenvolvimento ambiental, concebendo projetos destinados a apoiar as empresas no trajeto de redução das suas emissões. Projectos esses que podem decorrer no âmbito de implementação de de práticas e processos que conduzam a uma maior eficiência energética, bem como ao recurso a fontes de energia mais amigas do ambiente.

Em consonância com esta missão da empresa, a Helexia Portugal tem vindo a efetuar um trabalho de transição da sua própria frota automóvel.

Esse trabalho tem decorrido com a substituição gradual das viaturas exclusivamente térmicas por veículos elétricos e híbridos plug-in, num trajeto iniciado em 2019 e que conduziu à obtenção da classificação “A” no sistema de certificação MOVE+ em 2022.

Com uma gestão de frota centralizada e um parque automóvel jovem, cuja média atual de contratos renting é de cerca de 21 meses, a empresa espera concluir o movimento de transição para uma frota totalmente elétrica no final de 2023, com exceção de uma viatura plug-in, cujo contrato termina em 2025.

Isto mesmo confirmou Marta Jordão, diretora de operações da Helexia Portugal, que adianta razões que justificam esta decisão:

“Na Helexia acreditamos em potenciar e combinar sustentabilidade económica e ecológica na transição energética. Por isso, para além de trabalharmos com os nossos clientes para minimizar o desperdício e projetar e construir soluções energéticas geradoras de valor para as empresas e para o planeta, por uma questão de coerência, acabamos por também fazer esse trabalho ao nível interno. Logo, avançar para a eletrificação da frota traz uma maior consciência interna para o vetor da mobilidade e é mais uma aposta que a Helexia faz para a sua própria transição energética”.

E quando fica concluído o processo de renovação?

A substituição de viaturas térmicas por eletrificadas tem vindo a ser feita de forma gradual, em linha com o término dos contratos de renting. Ou seja, à medida que os contratos terminam, as viaturas térmicas são substituídas por viaturas 100% elétricas.

Em 2020, 55% da frota da Helexia era composta por veículos elétricos e híbridos plug-in. Um ano depois, 58% da frota já estava eletrificada. Agora, para 2022, a aposta na eletrificação vai aumentar e, final do ano, perspetivamos que 77% da frota seja eletrificada.

Como disse, nos futuros contratos de renting, a opção recairá sobre carros elétricos. Por isso, até ao final de 2023, todos os contratos novos vão ser efetivados com modelos 100% elétricos, ficando a restar apenas uma viatura hibrida plug-in, cujo contrato só termina em 2025.

Qual foi, ou está a ser, o nível de engajamento dos utilizadores destes novos veículos? Participaram em ações de condução, desenvolvem iniciativas nesta área?…

Em 2021, todos os condutores participaram em ações de formação em eco condução, na qual, para além de uma componente teórica, houve uma componente prática de condução de viaturas.

Nesta componente, os condutores conseguiram, através da adoção de estilos de condução diferentes, avaliar e comparar o impacto que cada modelo de condução tem no consumo da viatura.

Sob o ponto de vista da motivação, é importante o condutor ter sensibilidade e perceber o impacto económico e ambiental da sua atitude ao volante.

Uma vez que a Helexia é uma empresa que fornece e instala equipamento e também presta serviço nas áreas da eficiência energética e da mobilidade elétrica em particular, deduzo que isto acabou por facilitar o vosso próprio processo de transição energética da frota…

Claramente. Tivemos de equacionar a disponibilidade de infraestrutura em alguns pontos mais remotos do país, fora dos centros urbanos, onde existisse a necessidade de deslocação das equipas operacionais.

Desenvolvemos também metodologias para planeamento antecipado das deslocações, de forma a contemplar tempo efetivo para carregamento das viaturas, sem afetar a operacionalidade do trabalho, por exemplo.

E o inverso? A vossa experiência ser útil para melhorar os serviços que prestam na área da mobilidade elétrica?

A Helexia trabalha em conjunto com todos os seus stakeholders para que possam também fazer a sua transição energética nas várias áreas da sua atividade. A mobilidade é mais uma das dimensões onde atuamos e queremos estar.

Se queremos cumprir as metas definidas com vista ao atingimento da Neutralidade Carbónica, o sector dos transportes tem que fazer parte desta equação. Por isso, faz todo o sentido utilizar a experiência da nossa atuação para complementar o nosso leque de serviços e cumprir a nossa missão.

Neste sentido, que mensagem gostaria de deixar às empresas que pretendam ou estejam a iniciar o mesmo processo de transição energética?

Eletrificar frota das empresas acaba por ser uma opção mais sustentável e rentável para as organizações. Face aos veículos térmicos, os veículos elétricos permitem uma poupança mensal considerável.

De facto, existem dificuldades para uma efetiva transição. Apontaria como principais constrangimentos a disponibilidade de infraestruturas de carregamento fora dos grandes centros e o aspeto comportamental dos utilizadores de viaturas.

Por isso, melhorar a confiança dos condutores no que toca aos postos de carregamento, seja através da aposta na instalação de infraestrutura física de carregamento nas empresas, eventualmente até a colocação de um posto de carregamento na casa do utilizador da viatura, se tal for exequível, seguramente é um fator desbloqueador importante.

Quanto ao fator comportamental, é essencial passar a mensagem de que temos que adequar o nosso comportamento ao volante, para conseguir conduzir de forma eficiente e, assim, conseguir otimizar a autonomia de um veículo elétrico. Trata-se de um misto de aprendizagem e experiência.

helexia prtugal marta jordão
Na Helexia Portugal desde 2018, Marta Jordão é atualmente diretora de operações para a Eficiência Energética. Com mestrados em Engenharia Mecânica e Engenharia Ambiental e pós-graduação em Gestão de Energia e Eficiência Energética, desde 2003 que a sua atividade profissional de desenvolve nas áreas da Gestão de Energia e Política Ambiental. Está comprometida com a operação de transição energética da frota da Helexia Portugal que, a partir de 2023, tem previsto contar apenas com automóveis híbridos plug-in e totalmente elétricos.
A REPORTAGEM À FROTA AUTOMÓVEL DA HELEXIA PORTUGAL FEZ CAPA DA REVISTA FLEET MAGAZINE DE junho DE 2022. CONSULTE ONLINE A EDIÇÃO COMPLETA DA REVISTA OU PROSSIGA PARA A SEGUNDA PARTE DA ENTREVISTA.

Frota Helexia Portugal: classificação “A” no MOVE+ (II)

B.I. da frota da Helexia Portugal

  • Número de viaturas: 13 automóveis ligeiros de passageiros;
  • Marcas e modelos presentes na frota atual: Peugeot, Hyundai, Volvo e SEAT;
  • Distribuição de veículos por tipo de motor: seis 100% elétricos, cinco com motor a gasóleo e dois híbridos plug-in;
  • Idade média da frota: inferior a dois anos;
  • Financiamento: exclusivamente Contratos de 36 meses (a maioria), 40 e 60 meses, com inclusão de serviços de manutenção e pneus;
  • Política de atribuição de viatura: de acordo com a necessidade da função;
  • Política de Frota: gestão centralizada, com gestor de frota com competências formais definidas para a função. Política definida quanto aos critérios gerais para a alocação, uso de veículos (manutenção, despesas, ) e obrigações do utilizador do carro. Manutenção preventiva, troca de pneus, revisões ou outras necessidades relacionadas com a viatura geridas pelos próprios condutores, em conciliação com gestor de frota e autorização prévia da locadora;
  • Software: dados de consumos recolhidos através das plataformas Galp Frota, Prius, LeasePlan e Sistema desenvolvido internamente para a gestão das viaturas e também apresentação de todo o tipo de despesas. Utiliza ainda portal Sharepoint dedicado ao programa MOVE+, para partilhar informação sobre o desempenho da frota;
  • Equipamento exigido na contratação: Bluetooth e sensores de estacionamento;
  • Sistema de pool: promovida a partilha de veículos, operacionalizada sempre que possível pelas várias equipas;
  • Sistemas de georreferenciação: não se aplica;
  • Frota decorada: não se aplica