Na Schindler Portugal, o carro é o cartão de visita da empresa

A Schindler está em Portugal desde 1948 e dedica-se a todo o tipo de sistemas elevatórios, desde ascensores para passageiros ou automóveis, escadas e passadeiras rolantes, monta-pratos utilizados em restaurantes e variados tipos de monta-cargas.

Esta é a razão para uma frota de comerciais diversificada, ajustada às necessidades de montagem ou assistência de cada tipo de produto, algumas das quais com adaptações únicas desenvolvidas na estrutura ibérica.

Presentemente entre as três maiores empresas da sua área de negócio, a Schindler tem vindo a expandir a sua atividade com a aquisição de pequenas empresas, que permitem a entrada em novos nichos de mercado, como os clientes particulares e habitacionais, a quem oferece soluções domésticas adaptadas a residências, por exemplo.

Em conjunto, o facto da assistência aos ascensores não ter obrigatoriamente de ser feita pelo fornecedor do equipamento – e dado que uma parte significativa da frota é técnica -, o parque de viaturas acaba por variar em função da entrada de novos clientes e do volume de trabalho.

Responsável pela frota da empresa, Fátima Malaquias assegura contudo que aquilo que mais lhe importa enquanto gestora do parque automóvel é, em primeiro lugar, “manter a operacionalidade das viaturas e o bem-estar dos seus utilizadores”.

Uma e outra razão relacionadas porque, se por um lado “ninguém quer ficar muito tempo encarcerado dentro de um elevador ou ter que subir muitos andares devido à inoperacionalidade do equipamento”, por falta de assistência atempada devido à avaria da viatura do técnico, por outro, estes têm de sentir reunidas as melhores condições para prestarem esse mesmo serviço.

Em “troca”, a empresa exige que condutor trate a viatura como uma ferramenta de trabalho que está à sua disposição e que é não só essencial para bom desempenho da função, como para a própria imagem da empresa.

O controlo é facilitado pelo facto de o carro ser quase sempre utilizado apenas por um só colaborador, já que a quantidade de ferramenta transportada à sua responsabilidade torna mais prático que assim seja.

O manual e código de conduta obriga também a que mantenham o veículo nas melhores condições de apresentação, afinal ele transporta o logotipo da Schindler e essa é a única forma de publicidade exterior que a empresa utiliza para anunciar os seus produtos.

Quanto poupou com os furgões compactos?

Com cerca de 370 viaturas em parque, a Schindler, como muitas empresas em Portugal, foi levada a fazer um downsizing da gama e a procurar soluções mais económicas, uma das quais foi substituir derivados de turismo por pequenos furgões, fiscalmente mais atrativos.

Em 2016 renovaram parte significativa da frota – quase 100 viaturas – e, em 2017 e 2018, as previsões apontam para cerca de 30, enquanto 2019 volta a ser um ano de fortes compras, com cerca de mais 160 unidades.

Às duas gestoras com quem habitualmente trabalhava – Leaseplan e Arval – juntou este ano a ALD Automotive. Com a frota totalmente em renting com durações até 60 meses e 180 mil quilómetros, “os contratos excluem seguros e combustível”.

A relação qualidade/preço é essencial e uma diretiva do grupo aponta para a necessidade de redução de emissões de CO2 na frota.

“Sinto que há uma vontade de unificação das frotas entre Portugal e Espanha. O que se aplica em Espanha aplicar-se-á em Portugal”

Não têm seguro de recondicionamento, mas não colocam a ideia de lado.

“Nos próximos 2 anos em que renovaremos menos viaturas voltamos a ponderar essa decisão, já que qualquer decisão importante tem de ser tomada a nível ibérico”.

Anteriormente já efetuaram o recondicionamento próprio das viaturas, face aos “valores exorbitantes” pedidos pelas gestoras, mas não compensou, porque obrigou a ter as viaturas imobilizadas em oficina, enquanto as novas entravam ao serviço.

“Com a duplicação das rendas durante esse período”, realça a responsável de frota.
A experiência acumulada ao longo dos anos em que desempenha as funções de gestora da frota, possibilita a Fátima Malaquias dispor de uma base de dados que lhe facilita a tarefa de escolher as melhores soluções de TCO, incluindo as gestoras que garantem as melhores condições.

Quando apresenta propostas às locadoras, o caderno de encargos é igual para todas: inclui quilometragem, o tipo de veículos que pretendem e os requisitos de funcionalidade e equipamento, sendo que uma das exigências é a presença de pneu suplente.

Tudo por causa dos serviços de 24 horas e da necessidade de não deixar nenhuma assistência ou desencarceramento por realizar devido a um pneu furado.

E, quando trocaram os derivados de turismo, ao sistema de mãos livres, rádio e ar condicionado, acrescentaram sensores de estacionamento nos furgões compactos, “uma vez que, nestas viaturas, a visibilidade em manobra é mais reduzida”.

Só nessa troca de tipologia de veículo conseguiram poupar cerca de 100 euros mensais por viatura.

Frota ibérica? Futuramente, talvez…

A frota nacional corresponde a cerca de um quarto das unidades da frota ibérica, beneficiando dos acordos internacionais da Schindler com as marcas, mas que cada um dos países tenta melhorar internamente, em função até das ofertas e especificidades (fiscais, sobretudo) de cada mercado.

A cooperação com Espanha resultou no desenvolvimento da transformação de uma viatura destinada ao serviço dos técnicos que têm como missão efetuar ensaios em elevadores. Escolhido em função da capacidade de carga e das dimensões exteriores, já que terá de operar em espaços habitualmente acanhados, este furgão transporta o conjunto de pesos destinados a testar e certificar os ascensores.

No total, mais de 800 Kg divididos em diversos blocos, que um engenhoso sistema de guincho instalado em calhas fixas ao interior do veículo transporta para o exterior, com esforço reduzido para a equipa técnica que está a prestar o serviço.

A introdução de viaturas híbridas ou elétricas é uma possibilidade, até para acompanhar a cultura de responsabilidade ambiental da Schindler, materializada no apoio ao projeto “Solar Impulse”, o avião que deu a volta ao Mundo movido apenas com energia solar.

BI da frota da Schindler Portugal:

  • 370 Viaturas: 250 ligeiros de mercadorias e 120 ligeiros de passageiros 120
  • Financiamento: 100% renting
  • Idade média da frota: 5 anos
  • Contratos AOV: até 60 meses e 180 mil kms, manutenções, pneus ilimitados, viatura de substituição
  • Equipamento habitual: sistema de mãos livres, rádio, ar condicionado, sensores de estacionamento nos furgões compactos e pneu suplente
  • Sem sistema de georreferenciação (ponderam adotar. Já está a ser testado em Espanha)