A SunEnergy assume-se como uma empresa especializada em soluções de produção de eletricidade a partir do sol. Quase metade da sua frota são viaturas 100% elétricas e a recente obtenção da certificação MOVE+ da ADENE. veio dar energia à intenção de ter uma frota 100% elétrica até 2030

Especialista na oferta de soluções de energia solar, de melhoria de eficiência energética e para a Mobilidade Elétrica, a SunEnergy tem sede em Coimbra e conta com cerca de 15 anos de experiência na transição energética de empresas e habitações, através da projeção, instalação e manutenção de soluções adaptadas às necessidades de cada cliente. É responsável pela colocação de mais de 172 mil painéis fotovoltaicos com potência instalada para mais de 55 MW, que terão permitido evitar uma emissão anual superior a 25 mil toneladas de CO2 e poupar anualmente mais de dez milhões de euros.

Para a Mobilidade Elétrica, a SunEnergy comercializa e instala equipamentos de carregamento para viaturas eletrificadas em clientes particulares e empresas. Nomeadamente wallbox de 7,2 kW e 22 kW, mas também sistemas de carregamento rápido ligados à rede MOBI.E, para entidades que pretendam atuar como Operadores de Ponto de Carregamento (OPC), como superfícies comerciais, unidades hoteleiras ou de restauração, por exemplo.

Comercializa também o sistema Tesla Powerwall, uma bateria doméstica recarregável capaz de armazenar até 13,5 kWh, com monitorização e gestão do sistema por acesso remoto. Da marca americana, os clientes poderão decidir ainda pelo Tesla Wall Connector, um posto de carregamento para veículos eletrificados, leve e versátil, projetado para habitações e escritórios.

Raul Santos, CEO da SunEnergy desde janeiro de 2010, é também um dos fundadores da empresa

Frota centralizada para otimizar custos

Adquiridos em leasing, Raul Santos, CEO da SunEnergy, reconhece que o número de veículos, 23 unidades, onze das quais ligeiras de passageiros, fez a empresa optar por centralizar em si a gestão de frota, por considerar ser esta a solução que melhor permite otimizar os custos associados.

“Em relação aos critérios gerais de escolha, cada vez mais optamos por viaturas que cumpram as normas internacionais mais exigentes e, como tal, que sejam mais eficientes e que tenham as emissões mais reduzidas. Não descuramos também, de forma alguma, os aspetos relacionados com o equipamento de segurança, porque a segurança da nossa equipa é a nossa principal prioridade”, acrescenta.

O objetivo de melhorar a eficiência e de reforçar a imagem de sustentabilidade teve como consequência natural a decisão de apostar na eletrificação do parque de viaturas.

“Tendo em conta o posicionamento e a missão da SunEnergy enquanto empresa, não poderíamos deixar de valorizar imenso os aspetos da eficiência e da sustentabilidade da nossa atividade. Nessa medida, decidimos iniciar a eletrificação da nossa frota no ano de 2017 e, desde então, temos vindo a aumentar o peso das viaturas elétricas.

E este é um caminho que queremos continuar a fazer nos próximos anos. Se nas viaturas ligeiras de passageiros já não equacionamos sequer outra possibilidade há vários anos, nas viaturas ligeiras de mercadorias, a questão da autonomia provocava alguns constrangimentos, além do custo da própria viatura.

Gradualmente, não só as autonomias têm vindo a crescer, como também a rede de carregamento e a sua velocidade têm melhorado. Nessa perspetiva, as próximas aquisições de ligeiros de mercadorias já serão viaturas elétricas, sendo que já temos uma viatura desta tipologia 100% elétrica”, diz o entrevistado.

Como foi planeada a atribuição e distribuição das viaturas elétricas, nomeadamente por razões de autonomia e preocupações de carregamento?

Tem sido um processo gradual para que a própria equipa sinta confiança na utilização das viaturas elétricas e se dissipem os mitos associados, sobretudo no que diz respeito à questão da autonomia.

Neste momento, toda a equipa comercial usa exclusivamente viaturas elétricas, bem como a generalidade dos restantes departamentos, sendo que é sobretudo no departamento operacional que ainda temos bastantes viaturas com motor térmico, as quais irão sendo gradualmente substituídas por viaturas 100% elétricas.

A nossa grande preocupação é dar as condições necessárias para que a equipa possa usar as viaturas sem receio, nomeadamente através da formação e da disponibilização de cartões que permitam o carregamento nos postos públicos da rede de carregamento.

A intenção é substituir integralmente a frota por veículos eletrificados? Quando está previsto que fique concluído?

Sim, essa é claramente a nossa intenção e estamos a trabalhar para que tal aconteça, idealmente, até 2030.

Quais as expectativas em matéria de redução de custos e de emissões de CO2?

As metas que definimos para os próximos anos são sobretudo relativas à redução dos consumos específicos de energia (gep/km) e também à redução das emissões de CO2 (gCO2/km) que pretendemos que seja de 5%, no mínimo, em cada um dos casos.

Queremos atingir estas metas não só com a renovação da frota e o reforço da aposta em viaturas elétricas, mas também com a sensibilização para uma condução defensiva, a realização das manutenções periódicas com a regularidade definida pelos fabricantes e com a substituição de pneus menos eficientes, por outros mais eficientes.

Que desafios a enfrentar ao longo do processo em curso?

Temos enfrentado os desafios normais associados à mudança, mas, como ela tem sido gradual, parece-nos que os resultados têm sido extremamente positivos. A utilização de viaturas elétricas carece de um planeamento diferente, que passa por carregar as viaturas nas instalações da empresa. Dispomos de vários postos disponíveis, seja no período diurno, no caso de as pessoas estarem a trabalhar nos escritórios ou, durante a noite, se estiverem em trabalho externo durante o dia.

Nas viagens mais longas e caso a autonomia da viatura não permita efetuar a viagem de regresso, deverão tentar programar as viagens de forma a carregar a viatura no destino ou no período de almoço, por exemplo, para não implicar perdas de tempo e de produtividade desnecessárias.

Que importância assume a motivação dos condutores ao longo deste processo? Participaram em ações de condução, desenvolvem iniciativas nesta área?

Os condutores desempenham um papel fulcral nesta transição para uma mobilidade mais sustentável.

Regra geral, a recetividade é grande e todos sentem que têm um papel a desempenhar nesta mudança de paradigma. A SunEnergy tem tentado, ainda, sensibilizar as pessoas, não apenas para a necessidade de apostarmos nesta mobilidade mais sustentável, como também para comportamentos mais adequados na própria condução, através de ações de formação e sensibilização.

O facto de operarem no sector da energia sustentável e de, simultaneamente, estarem a realizar um processo de transição energética da própria frota, contribui para melhorar a imagem da SunEnergy junto dos clientes?

Sem dúvida! Acreditamos que os nossos clientes valorizam o facto de termos a preocupação de utilizar uma frota mais sustentável. Todos temos de dar o nosso contributo, por muito pequeno que ele possa parecer, porque apenas dessa forma conseguiremos gerar um movimento muito mais forte de mudança. Mas os investimentos da SunEnergy na sustentabilidade não se esgotam numa frota mais sustentável. Produzimos com painéis solares boa parte da energia elétrica que consumimos nas viaturas e na nossa atividade em geral, temos baterias de lítio para armazenar excedentes de energia, usamos equipamentos mais eficientes na climatização dos nossos edifícios, entre outras medidas no campo da sustentabilidade.

Todos devemos dar o nosso contributo de acordo com as nossas possibilidades.

Baseado na vossa experiência e no vosso conhecimento no domínio energético, que recomendações ou alertas gostariam de deixar às entidades que pretendam ou estejam a iniciar um processo de eletrificação da frota?

O conselho principal é não terem receio de mudar e que se libertem de algum preconceito e ceticismo em relação à mobilidade elétrica, que fazem cada vez menos sentido.

O investimento já não é tão mais elevado que o convencional, a autonomia já não é um constrangimento assim tão grande, o custo de utilização não é de todo superior ao de uma viatura a combustão, muito pelo contrário…

Acreditamos que é importante fazer a transição, começando, por exemplo, de forma gradual, sendo esta uma aposta que certamente não trará arrependimento.

Certificação MOVE+: uma etapa no caminho da eficiência e da sustentabilidade

Com várias certificações técnicas e de qualidade em portefólio, a expansão do número de viaturas elétricas na frota da empresa, a vontade de garantir uma gestão eficiente do seu próprio parque automóvel e de conhecer processos de melhoria que permitam reduzir a pegada ecológica das viaturas, fez a SunEnergy decidir-se pela escolha da ADENE, Agência para a Energia, como parceira no processo de avaliação e de identificação de fatores de melhoria de eficiência da sua frota automóvel.

A metodologia MOVE+ utilizada no processo de análise da frota da SunEnergy é a mesma que avalia as empresas concorrentes ao Prémio Frota Verde dos Fleet Awards Portugal, organizado pela FLEET MAGAZINE e patrocinados pela Verizon Connect, que contam também com a ADENE como parceira do evento.

Frota da SunEnergy certificada pela ADENE

Susana Nascimento, responsável de Qualidade, Segurança e Ambiente (QSA) da Sunenergy, com formação MOVE+ e reconhecida pela ADENE como auditora MOVE+, reconhece por isso a importância da metodologia para uma empresa que esteja em processo de transição da frota e de melhoria da sua eficiência.

“No fundo, a ADENE definiu as boas práticas de gestão ao nível das viaturas, dos condutores, da manutenção das viaturas e dos consumos. A partir dessas orientações, adaptámos os nossos processos internos aos requisitos definidos pelo programa MOVE+, para podermos, dessa forma, alcançar a certificação da nossa frota”.

Reconhecendo que a certificação MOVE+ emitida pela ADENE representa uma mais-valia para a imagem da empresa, Susana Nascimento reafirma que a principal motivação da empresa foi sobretudo a necessidade de ser mais eficiente e sustentável na sua atividade diária.

B.I. da frota SunEnergy

  • Número de viaturas: 23 unidades
  • Por tipologia:
    Ligeiros de Passageiros: 11 unidades
    Ligeiros de Mercadorias: 12 unidades
    Eletrificados: 10 Ligeiros de passageiros 100% elétricos, 1 híbrido plug-in. 1 Comercial Ligeiro
    Modelos 100% elétricos: Por ordem numérica decrescente do número de unidades, Renault ZOE, Tesla Model Y, Model S e Model 3, Audi Q4 SUV 40 e Citroën Jumpy (VCL)
  • Idade média da frota: 4 anos, quer nos ligeiros de passageiros como nos comerciais ligeiros
  • Modelo de aquisição: Leasing
  • Sistema (software) de gestão de Gestão de Frota/Georeferenciação: Inofleet da Verizon Connect.
  • Em matéria de equipamento, algum item específico que seja sempre exigido nas aquisições: Pneus de classe energética igual ou superior a B e de classe de ruído A, bem como sistema de climatização.
  • Política de frota: previsto no sistema de avaliação de desempenho. A atribuição de pontuação aos condutores contribui para o apuramento do seu prémio anual de desempenho global.
  • Frota decorada: a maioria da frota é decorada.

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