Atualmente, 45% das empresas com frotas em Portugal já incluem na sua frota viaturas ligeiras que não eram novas quando as adquiriram ou alugaram. Um número superior à média europeia (39%).

Relativamente à tipologia, 32% das empresas já utilizam ligeiros de passageiros em segunda mão, ao passo que 21% utilizam ligeiros de mercadorias também usados; e este último número mais do que duplica (44%) quando questionadas se consideram recorrer a viaturas usadas nos próximos três anos.

Estas são as algumas das conclusões retiradas do Barómetro Automóvel e Mobilidade 2025 do Arval Mobility Observatory, publicado no início deste ano, que inquiriu algumas empresas europeias e não só.

Já quando questionadas acerca das razões para aquisição ou uso de viaturas de passageiros usadas, 36% das empresas nacionais auscultadas pelo Arval Mobility Observatory escolhem esta opção para viaturas que são utilizadas ou partilhadas por diferentes colaboradores (pool). Este número difere, ainda assim, dos expressivos 72% que constituem a média europeia. Acresce ainda o facto de 33% das empresas portuguesa utilizarem carros usados para viaturas de prestação de serviços, assegurando assim a mobilidade operacional das suas atividades. A fechar, 27% também utilizam viaturas usadas para benefício para colaboradores. Ainda assim, e comparado os dados portugueses com a média europeia, subentende-se, no estudo do Arval Mobility Observatory, que a maioria das empresas do velho continente tem definidas mais do que uma razão para o uso de viaturas usadas.

Comerciais ligeiros nas frotas europeias

Frotas gregas são quem mais recorre a comerciais ligeiros (VCL) usados

O Barómetro do Arval Mobility Observatory inquiriu profissionais de gestão de frotas de toda a Europa, e foi na Grécia que registou o maior número (51%) de empresas a operar este tipo de viaturas.

Outros 34% dos gestores gregos de VCL considera a integração deste tipo de viaturas nas suas frotas durante os próximos três anos. Número que eleva o total dos que já incluem ou consideram incluir VCL usados nas suas frotas para impressionantes 85% (o resultado mais elevado de todos os países inquiridos pelo estudo).

Dado curioso, as pontuações globais mais elevadas são as dos quatro países latino-americanos incluídos no inquérito do Observatório de Mobilidade da Arval:

  • México – 25% já utilizam VCL usados e mais 54% estão a considerar fazê-lo;
  • Brasil – 26% recorrem a VCL usados e 49% ponderam vir a recorrer;
  • Peru – 13% usam VCL usados e 61% pensam fazê-lo nos próximos três anos;
  • Chile – 28% das frotas já têm VCL usados e 46% estão a considerar fazê-lo em três anos.

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Dois países nórdicos com números bastante elevados

As frotas das empresas dinamarquesas e finlandesas registam números elevados no que respeita à utilização de comerciais ligeiros em segunda mão.

Em ambos os países, 37% das frotas já recorrem a VCL usados como parte das suas frotas. Relativamente à possibilidade de virem a utilizar este tipo de viaturas nos próximos três anos, 40% e 33% das empresas dinamarquesas e finlandesas dizem, respetivamente, sim.

Os cinco principais mercados europeus

  • 19% das frotas alemãs utilizam VCL usados e 45% ponderam fazê-lo no espaço de três anos;
  • 7% das frotas francesas usam comerciais em segunda mão e mais de metade (56%) poderá fazê-lo até 2028;
  • Em Itália, apenas 4% das frotas recorrem a VCL usados, enquanto 49% das empresas inquiridas diz querer incluir este tipo de veículos na sua frota em três anos;
  • No Reino Unido, 13% das frotas já utilizam VCL em segunda mão e 36% tencionam adquiri-los nos próximos três anos;
  • Aqui ao lado em Espanha, apenas 8% recorrem a esta tipologia de veículo usado, ao passo que 41% das empresas “nossas irmãs” considera a possibilidade de o fazer num futuro próximo.

Melhoria da oferta

Embora estes números revelem grande dispersão entre países, especialmente no que respeita à implementação atual dos VCL usados, apontam no entanto para um desenvolvimento fundamental, principalmente no que respeita a ambições futuras: dentro de três anos, os VCL usados podem vir a representar quase metade de todos os veículos, mesmo nos países mais reticentes em adotar comerciais em segunda mão.

Observando que a penetração atual dos veículos usados é menor para os operadores de VCL do que para as frotas de automóveis e que as suas ambições de os adotar no futuro são maiores, John Peters, diretor do Observatório da Mobilidade da Arval no Reino Unido, disse à Fleet Europe que as frotas de comerciais têm um interesse tão forte no sector dos usados como as suas congéneres de automóveis, mas, de um modo geral, têm tido mais dificuldade em adquirir veículos no mercado de usados na sequência da pandemia, especialmente quando necessitam de várias unidades. “No futuro, esperam que a melhoria da oferta lhes permita comprar mais”, acrescenta.

Globalmente, “parece que a utilização de carrinhas em segunda mão está a tornar-se uma parte muito mais aceite do mercado”, conclui o responsável.