Em 2024, a Kia já vendeu 602 mil carros a empresas no mercado europeu. Os elétricos a bateria representam 13% deste número (80 mil unidades) e os híbridos plug-in 10% (60 mil unidades)
Por ocasião do IAA Transportation 2024, a Kia Europe apresentou a mais recente novidade no segmento dos comerciais ligeiros, a gama PBV, que deverá chegar à Europa no terceiro trimestre de 2025, e que causou furor junto dos jornalistas ali presentes. A FLEET MAGAZINE conversou brevemente com Marc Hedrich, CEO e presidente da Kia Europe, acerca do desempenho da marca coreana e sobre a sua abordagem junto do canal B2B.
Como é que acha que as frotas estão a influenciar o aumento da mobilidade eléctrica nos países europeus?
As frotas estão na dianteira da transição energética. Elas são a vanguarda e são essenciais em muitos dos mercados europeus que estão a adotar veículos elétricos. Em muitos destes países, os Governos não apoiam os clientes particulares e, por isso, mais uma razão para dizermos que as frotas são de extrema importância.
O avanço para a eletrificação…
É fundamental! Seremos cada vez mais elétricos. É inevitável. Só não sabemos ainda quando ou a que velocidade lá chegaremos. Estou a falar apenas da Europa, atenção!
E agora a Kia entra com novas propostas comerciais ligeiras 100% elétricas. Porquê?
É um longo processo, que já vem de trás. Com a pandemia da COVID-19, a necessidade de corresponder com bom produto no campo das entregas de última milha levou-nos a querer entrar nesse negócio com veículos elétricos, e não vamos desacelerar!
O que é distingue a Kia das outras marcas automóveis e como é que acha que a marca se está a posicionar no segmento dos comerciais ligeiros?
O negócio dos veículos comerciais ligeiros é uma espécie de vaca leiteira para os fabricantes de equipamento original. A Kia aborda esse mercado de uma forma muito séria. Prova disso são os cerca de três mil milhões de euros investidos na gama PBV agora apresentada. O que nos distingue das outras marcas é isso mesmo: temos algo que os outros não têm – uma plataforma totalmente modular e flexível neste segmento. Vamos ter esta plataforma mais cedo e, por isso, seremos capazes de ser muito mais competitivos em termos de custo.
Falou de custo… refere-se ao Custo Total de Propriedade (TCO)?
Sim. O nosso objetivo é conseguir garantir um TCO que seja competitivo em relação ao TCO de um comercial diesel.
E quanto a residuais? Como é que a Kia conseguirá competir com outras propostas neste segmento?
Olhamos para essa questão de forma muito séria. Não entramos em guerras de preços. Uma das formas que temos para abordar essa questão é a garantia de sete anos que vamos oferecer em todos os PV da gama PBV. Queremos garantir que a segunda, ou até mesmo a terceira, vida do veículo é extremamente bem gerida. Gerir os residuais faz parte deste projeto desde o início.
Tendo em conta os veículos eléctricos, a Kia está a desenvolver algum tipo de soluções agregadas para o automóvel? Por exemplo, infra-estruturas de carregamento? Estão a ser criadas parcerias?
No nosso negócio temos de ser humildes. Produto é tudo, mas não conhecemos o negócio comercial na sua totalidade. Primeiro precisamos de digerir o lançamento de uma gama como a gama elétrica PBV, aprender com o mercado e, depois, ver se compensa apostar em soluções agregadas ao automóvel. Mas tudo isto pode mudar…
No capítulo da sustentabilidade, como pensa que a economia circular pode ajudar a Indústria Automóvel e que tipo de abordagem está a Kia a adotar nesta matéria?
A economia circular pode ajudar a Indústria, e muito! Olhe-se para o caso do novo EV3, por exemplo, através da parceria que a Kia tem com a Ocean Cleanup na promoção de soluções de mobilidade mais sustentável. O grande desafio com esta parceria é usar o plástico recolhido dos oceanos, reciclá-lo e usá-lo em veículos automóveis (como no EV3, que tem cerca de 28 kg de plástico reciclado no seu interior).
A sustentabilidade é uma parcela fundamental da nossa estratégia. Continuaremos, com certeza. Começámos com o EV9 e vamos continuar!
Marc Hedrich assumiu a responsabilidade das operações comerciais e de produção da Kia em toda a Europa a 1 de janeiro de 2024. Sucedeu a Won Jeong Jeong, que comandava os destinos da marca no velho continente desde 2020.