As vendas para o mercado profissional continuam a representar a fatia mais importante do comércio automóvel em Portugal. Quanto representaram, quais foram os modelos mais procurados e como irá ser em 2015?
Quando se analisam os carros mais vendidos em Portugal e os mais procurados pelas empresas, constata-se que a diversidade de carroçarias e uma oferta de motores bem ajustada ao nosso mercado continuam a ser os melhores trunfos para qualquer marca.
Esta vantagem é ainda maior em marcas re(conhecidas), como são os casos da Renault (Clio, Mégane, Kangoo) ou da VW (Golf, Polo, Passat).
Confirmando esta regra, em 2014, uma marca como a Seat, aquela que cresceu mais no mercado total e com presença nos modelos mais vendidos a frotas, aumentou fortemente a sua presença nas vendas a frotas, muito por culpa de um modelo em particular. No total, as vendas da marca dispararam 77,2% e mais de metade foram empresas. A locomotiva foi a gama Leon, apoiada no motor 1.6 TDI e com campanhas junto das gestoras. Algumas dezenas de unidades até tiveram como destino empresas públicas.
As vendas de modelos comerciais, quase todas a empresas, representam também uma fatia importante do mercado para algumas marcas. É o caso da Citröen, em que 34% do seu mercado em 2014 ficou a dever-se a esta classe de veículos. Ao ponto de ter o comercial mais procurado, por sinal fabricado em Portugal: o Citröen Berlingo com motor 1.6 HDi vendeu 2907 unidades e superou em apenas 17 o valor do Kangoo Express. Nesta marca, as suas vendas foram também impulsionadas por um sector de negócio específico, o dos táxis: o carro de praça mais procurado em 2014 foi o C4 Elysée.
Como analisar as vendas “corporate”?
Afinal, no global, quanto representaram em Portugal as vendas de automóveis às empresas?
A ACAP estima que 47 % das vendas de ligeiros tiveram como destino o mercado empresarial. Mas o número é cada vez mais complicado de calcular. Algumas razões que explicam a dificuldade de chegar a números concretos deve-se ao facto de muitas marcas contabilizarem como vendas a empresas as matrículas dos carros ao serviço do importador ou das concessões e ainda as vendas aos rent-a-car. E o crescimento da atividade turística em Portugal, como é natural, fez aumentar a frota de muitas empresas de aluguer de automóvel. Este ano, o peso do rent-a-car nas compras de viaturas novas foi de 23%.
Para as gestoras, o ano acabou por correr bem. Todas as gestoras contactadas pela FLEET MAGAZINE confirmam mais de 30% de crescimento, com uma delas, a Locarent, a aumentar o seu desempenho em mais de 60%. No final, o peso do renting poderá ter passado de 16 para 20% do total do mercado automóvel.
Como vai ser em 2015?
As previsões da ACAP para o próximo ano apontam para um crescimento do mercado de ligeiros de 11%, impulsionado por um aumento ainda maior das versões comerciais.
Os números de Janeiro mostram uma subida de 30,4%. Como é habitual, o comportamento do mercado automóvel vai continuar a depender do desempenho da economia. Agindo na razão direta dos índices de confiança dos consumidores, das taxas de emprego, do acesso ao crédito e respetivas taxas de juro, como bem lembrou Jorge Rosa, presidente da ACAP, 2015 é um ano de eleições em Portugal. E quando assim é, o desempenho do mercado automóvel tende a melhorar…