O mercado de GNC continua activo em Espanha e Itália, países onde o crescimento da rede de abastecimento muito tem contribuído para tornar as viaturas a gás natural uma alternativa atraente em matéria de custos de utilização.

O Gás Natural é considerado o combustível fóssil mais limpo, uma vez que da sua queima resultam menores emissões de NOx e CO2.

No país vizinho, a Seat continua a ser a líder de mercado, com mais de 2.100 unidades matriculadas este ano (1.275 das quais são Leon) e, muito recentemente, a Canon Espanha foi mais uma frota a receber 40 SEAT Ibiza TGI movidas a gás natural comprimido (GNC).

As empresas espanholas procuram cada vez mais alternativas à gasolina e ao diesel, o que justifica que, neste canal, as tecnologias eléctricas, híbridas e a GNC ou GPL tenham crescido mais de 70% no primeiro semestre de 2019; de pouco mais de 14 mil unidades em 2018, para 24.353 nos primeiros seis meses deste ano​.

Em Portugal, foi estabelecido um protocolo entre a empresa DouroGás e a espanhola SEAT, mas foram matriculadas só 23 viaturas ligeiras GNC, em Portugal, na primeira metade de 2019.

Fonte NGVA Europe

O GNC pode ser solução também em Portugal?

No nosso país, como se sabe, a falta de uma rede de abastecimento abrangente é um dos maiores obstáculos à penetração desta tecnologia mais limpa para o ambiente, do que as motorizações 100% a gasolina ou a gasóleo.

Porém, esta situação pode em breve vir a ter desenvolvimento, com a abertura de mais postos de fornecimento de GNC.

A outra, a desconfiança dos consumidores relativamente ao uso de um combustível que tem na designação “Gás”, apesar da segurança apertada da operação de abastecimento e da maior solidez dos depósitos dos veículos.

Porém, toda a restante mecânica de um modelo a GNC é convencional, assente sobre um motor a gasolina adaptado para funcionar exclusivamente a GNC após a fase de arranque. No caso dos modelos da SEAT, a comutação entre estes dois combustíveis é totalmente automática e, com excepção da fase inicial, a viatura só funciona a gasolina após esgotar o Gás Natural.

Além de prolongar a autonomia graças aos 9 litros do depósito de gasolina (para sensivelmente mais 150 km), isto permite aos condutores dos carros da SEAT deslocarem-se tranquilamente até ao posto de abastecimento GNC mais próximo.

A condução também é em tudo semelhante, sem que o condutor tenha de intervir ou de alterar o modelo de condução.

Mas que vantagens os modelos GNC possuem comparativamente às restantes motorizações?

De acordo com a SEAT, um veículo a GNC:

  • Tem menos 25% de emissões de CO2 face a um automóvel a gasolina equivalente e 75% de NOX em comparação a um carro a diesel;
  • Permite uma redução de custos até 50% face a um equivalente com motor a gasolina e até 30% perante um diesel, potenciando os benefícios fiscais;
  • Face a um modelo a GPL, possibilita uma poupança de 10%, sendo de realçar que o GPL, ao contrário do primeiro, não recebe apoios da União Europeia para a expansão da rede, por ser considerado uma alternativa fóssil derivada do petróleo;
  • Pode ter um TCO 25% inferior quando comparado com um híbrido eléctrico não plug-in;
  • Tem custos de manutenção semelhantes aos de um modelo com motor de combustão convencional, com a vantagem da combustão mais limpa do GNC poder conferir maior longevidade a estes motores;
  • Tem um processo de abastecimento rápido; demora cerca de 3 minutos atestar os três depósitos GNC de um SEAT Leon

O que é o GNC?

O gás natural é um combustível resultante da degradação de matéria orgânica ao longo de milhares de anos.

O Gás Natural Comprimido (GNC) é armazenado nos veículos inicialmente a 200 bares mas, à medida que vai sendo consumido, esta pressão desce até a um limite que exige reabastecimento (15/20 bar)

É basicamente composto por mais de 70% de metano, podendo ser extraído de bolsas localizadas no subsolo ou obtido através de um processo industrial de compostagem de matéria orgânica.

Ainda recentemente, soube-se que a portuguesa EFACEC é uma das envolvidas na construção da maior central de produção de biogás da Europa, localizada em Korskro, na Dinamarca, com capacidade para processar 708 mil toneladas/ano de biomassa, entre 521 mil toneladas de estrume, 100 mil toneladas de palha, silagem de relva e culturas energéticas e 87 mil toneladas de subprodutos orgânicos.

Esta última possibilidade torna-o uma fonte ambientalmente sustentável, o que lhe permite beneficiar de apoios da União Europeia. Ou seja, o gás metano, semelhante ao gás doméstico que chega às habitações pelo ramal (para ser utilizado na cozinha), pode ser obtido através dos gás que resulta da deterioração de restos alimentares ou vegetais, por exemplo. Posteriormente pode ter de ser enriquecido para obter a concentração de metano necessária para ser utilizado como Gás Natural Veicular (GNV).

Porém, estima-se que existam bastantes reservas no subsolo.

http://fleetmagazine.pt/2019/04/09/seat-gnc-arona-ibiza-2019/