A operar dentro e fora do aeroporto, o total da frota ascende a 2740 unidades
No interior dos aeroportos de Portugal ainda há Renault 4 a circular.
Ainda há comerciais de carga que prestam assistência técnica há várias dezenas de anos e, até há poucos anos, ainda havia Volkswagen “Pão de Forma” e outros modelos que fazem parte do imaginário da frota de uma empresa há 30 ou 40 anos.
A Groundforce Portugal também não tem um parque de viaturas vulgar.
Nem na tipologia dos veículos, nem na idade média que apresentam.
Mas para compreender a razão de isso acontecer, é importante explicar que algumas não circulam muitos quilómetros e que habitualmente percorrem distâncias curtas e quase sempre a velocidade reduzida.
E apenas cerca de 24% têm matrícula para circular no exterior.
Parte do parque automóvel de ligeiros da Groundforce Portugal é aquele que consta no quadro publicado no final do texto.
Contudo, o número total de viaturas é significativamente mais vasto.
Parte da frota vai ser renovada e alguns veículos vão ter de percorrer distâncias curtas e circular longos períodos a não mais de 30 km/h. Facilmente se percebe o quanto a modernidade tecnológica dos atuais motores diesel é avessa a esta forma de utilização
Vasto e bastante diversificado, entre autocarros, escadas rebocáveis ou não, tratores de avião, reboques de escadas e de carrinhos de bagagem, monta-cargas, veículos geradores de energia elétrica e toda uma panóplia de modelos que podemos avistar num aeroporto, desde os que nos transportam de e para o avião, que o rebocam, recolhem a carga, prestam assistência mecânica ou higiénica ou fornecem-lhe energia quando os motores estão desligados.
Entre outros.
No total, são 2740 unidades distribuídas por quatro aeroportos: Lisboa, Porto, Funchal e Porto Santo.
Isto faz com que não haja uma gestão centralizada destes veículos, pelo menos na forma mais convencional a que estamos habituados em empresas com atividades mais “tradicionais”.
Na Groundforce Portugal, cada aeroporto e cada unidade de serviço tem um responsável que gere a escala de serviços de cada veículo em função das necessidades, garantindo a sua operacionalidade em termos de abastecimento e manutenção.
E por falar em manutenção, esta é geralmente feita em oficinas próprias no interior dos aeroportos.
Estas oficinas têm meios humanos e materiais para todo o tipo de serviço, desde a parte mecânica, à chapa e à pintura. Até para efetuar trabalhos profundos de restauro e reconstrução em equipamento ainda válido, por vezes com aproveitamento de partes de unidades já abatidas à frota.
No caso das viaturas mais recentes e sem matrícula (que circulam exclusivamente no interior dos aeroportos), ainda em período de garantia, a manutenção preventiva ou a reparação pode obrigar a uma logística adicional; é que a deslocação até à oficina tem obrigatoriamente de ser efetuada por reboque.
Isto explica porque a maioria dos ligeiros também é propriedade da Groundforce Portugal e apresenta idade avançada.
Está para breve a renovação de parte da frota, mas os procedimentos terão de atender a que alguns veículos vão percorrer os mesmos percursos diários curtos, circular muitas horas e a não mais de 30 km/h em parte da área dos aeroportos, por razões de segurança.
E se considerarmos o tipo de uso a que está sujeita a maioria destas viaturas, facilmente se compreende o quanto a modernidade tecnológica dos atuais motores diesel é avessa a esta forma de utilização.
Aliás, em alguns modelos mais recentes da frota, houve mesmo necessidade de adaptar os motores a gasóleo, nomeadamente na parte que diz respeito ao controlo de emissões.
Condutores de placa obrigados a certificação periódica
Há um conjunto de princípios e regras rígido, que inclui normas de segurança e de certificação periódica para os condutores que circulam com viaturas na placa do aeroporto
A constituição da Groundforce Portugal remonta a 2003 e tem como objeto da atividade a prestação de serviços de assistência em escala ao transporte aéreo, vulgarmente designado como handling.
É detida em 50,1% pela Urbanos e em 49,9% pela TAP, tendo herdado, da segunda, parte do equipamento de rampa, algum do qual ainda se mantém operacional.
Na entrevista que concedeu à edição de junho da Fleet Magazine, Eduardo São Marcos, diretor do departamento de engenharia e equipamentos (EGE) da Groundforce Portugal detalha os critérios de seleção de veículos e a razão de uma grande preocupação com a fiabilidade e capacidade de assistência.
“Atendemos ao fator preço aliado ao fator qualidade dos equipamentos. A nossa atividade é muito específica, as viaturas percorrem curtas distâncias, mas funcionam muitas horas por dia, o que faz com que o número de quilómetros efetuados seja muito elevado”.
“Por estes motivos”, explica o responsável da Groundforce Portugal, “procuramos antes de mais marcas com fiabilidade e cujo serviço pós venda (peças, assistência) seja de elevado nível. Temos também uma preocupação ambiental, por isso tentamos controlar os consumos”.
O processo habitual de renovação acontece de acordo com as necessidades operacionais.
O processo de contratação é um “mix” de soluções que depende do tipo de equipamento e seu destino, “sempre após consulta ao mercado a pelo menos três fornecedores, sendo efetuado concurso sempre que os montantes o justificarem”, detalha Eduardo São Marcos.
Tal como acontece com a gestão, a especificidade da atividade e a diversidade do equipamento impede uma política de frota “convencional”.
Ela existe e obedece a procedimentos de acordo com os “Processos Chave” estabelecidos pela empresa, um conjunto de princípios e regras rígido, que inclui normas de segurança e de certificação periódica para os condutores que circulam com viaturas na placa do aeroporto.
BI da Frota:
Viaturas: 2740 unidades, das quais 1965 a operar no aeroporto de Lisboa
Veículos ligeiros por tipo e idade média:
CLASSIFICAÇÃO | |
Viaturas Bagagem | 43 |
Viaturas Navette | 14 |
Viaturas VIP | 20 |
Viaturas Ligeiras | 45 |
TOTAL | 122 |
Circulação no exterior | |
Viaturas Bagagem | 2 |
Viaturas Navette | 3 |
Viaturas VIP | 5 |
Viaturas Ligeiras | 19 |
Total | 29 |
Combustível: Gasolina | |
Viaturas Ligeiras | 3 |
Total | 3 |
MÉDIA DE IDADES | |
Viaturas Bagagem | 9,8 |
Viaturas Navette | 13,6 |
Viaturas VIP | 10,5 |
Viaturas Ligeiras | 13 |
Total | 11,5 |
Financiamento: Depende da atividade e da expetativa de vida útil. AOV em número reduzido
Critérios: Viaturas ligeiras de cor branca, preferência pelo diesel
Telemática: estão a ser realizados testes em equipamento específico da operação de localização, consumo de combustível e nível de óleo para integração de dados em software de alocação de equipamentos na operação e uma manutenção preventiva.
“Os testes que estamos a efetuar numa primeira fase são em viaturas GSE (Ground Support Equipment), com ambição de alargar a toda a frota”, garante Eduardo São Marcos.