A Hertz, rent-a-car norte-americana, está a vender 1/3 da sua frota elétrica a operar naquele continente, predominantemente constituída por modelos da marca (também ela norte-americana) Tesla. Além disso, está a ponderar substituir essa mesma frota por veículos movidos a gasolina com o dinheiro resultante desta venda.
Nas razões apresentadas pela Hertz para esta tomada de decisão estão a menor procura por veículos elétricos naquele país e os “mais altos do que o que era esperado” custos de reparação deste tipo de carros.
Os carros estão mesmo a ser vendidos com grandes descontos, conforme tem sido noticiado por vários sites norte-americanos.
Hertz Portugal segue no caminho oposto e vai reforçar frota elétrica já em 2024
Confrontado com a notícia de que a Hertz está a vender parte da sua frota elétrica nos EUA, Duarte Guedes, CEO da Hertz Portugal, disse à Fleet Magazine que a empresa leva bastante a sério a descarbonização da atividade como um dos fatores da sua política de ESG (Ambiente, Social e Governação).
O responsável diz mesmo que a empresa acredita que a eletrificação é um passo importante para a descarbonização e acrescenta que a Hertz Portugal vai continuar a seguir a estratégia de aumentar a frota elétrica já este ano de 2024. Tudo isto “de acordo com a evolução do mercado de veículos novos em Portugal e garantindo sempre a competitividade da oferta, fazendo uma gestão equilibrada e de forma responsável desta transição”, conclui.
No início de 2022, a Hertz Portugal comprou uma frota de veículos 100% elétricos e híbridos.
2023: Rent-a-Car matriculou 27,12% dos ligeiros de passageiros novos em Portugal
Foi há dois anos que a Hertz tornou públicos os planos de comprar 100 mil veículos elétricos à Tesla. Na altura, este anúncio contrastou com a apresentação da abertura do processo de insolvência nas subsidiárias dos EUA e Canadá – processo que não afetava as operações europeias. No entanto, essa compra de 100 mil Tesla nunca aconteceu.
Mantendo a promessa, em outubro de 2023 a Hertz comprava veículos Tesla, sim, mas em muito menor quantidade: 35 mil. Estas unidades passavam a fazer parte de uma frota elétrica que totalizava agora as 50 mil unidades.
O título desta notícia contraria a atual tendência, que dá conta de que cada vez mais as empresas optam por veículos elétricos – recentes estudos da Arval e da Ayvens, por exemplo, ou a entrevista que recentemente a Fleet Magazine fez a Nuno Jacinto, diretor da Leasys em Portugal, assim o comprovam.