Pistas para ajudar na decisão entre adquirir um carro híbrido ou um carro híbrido plug-in. Porque qualquer uma destas soluções pode ajudar a preparar os utilizadores para a mobilidade 100% elétrica.

Se muitas empresas já estão a deixar de receber viaturas com motor a gasóleo, o aumento do preço deste combustível e a redução da oferta de modelos disponíveis, ou a subida do seu custo de aquisição, está a fazer crescer o sentimento de desconfiança face ao diesel; afinal, até aqui estes motores eram privilegiados pela sua eficiência e pela possibilidade de dedução de 50% do IVA cobrado neste combustível e, se o primeiro já não é uma constatação tão óbvia, em relação ao segundo avolumam-se as suspeitas de que este benefício possa terminar.

Por outro lado, com cada vez mais marcas automóveis a anunciar que, a partir de 2025 ou nos anos imediatamente a seguir, todos os novos modelos que vierem a lançar serão 100% elétricos, torna-se urgente preparar a frota e os utilizadores para esta mudança. O que representa um trabalho exigente em termos de infraestruturas de carregamento (potência elétrica disponível, instalação e quantidade de carregadores, escolha das viaturas em função da sua autonomia, etc.), mas também de sensibilização e formação dos condutores que vão enfrentar uma realidade para a qual podem não estar recetivos.

Para as empresas que, no imediato, têm de tomar decisões com reflexos durante alguns anos, as quais já não contemplam viaturas com motor exclusivamente a gasolina ou a gasóleo, mas que também não dispõem de condições para carregar a bateria do carro elétrico fora da rede pública de carregamento, ficam alguns conselhos a avaliar entre as opções que se seguem.

Automóvel com motor híbrido

A mecânica híbrida utiliza um ou mais motores elétricos para auxiliar o esforço do motor a gasolina ou a gasóleo.

Para fornecer a energia a estes motores, existem dois tipos de bateria: nos designados mild-hybrid são mais pequenas, habitualmente de 48V, e acumulam energia para o motor elétrico auxiliar o motor de combustão durante uma ultrapassagem, na fase de arranque ou ao vencer uma inclinação; ou uma bateria com mais dimensão e capacidade, capaz de permitir ao automóvel movimentar-se mais tempo com o motor de combustão desligado ou em mínimo esforço.

Os primeiros servem sobretudo para diminuir o índice de emissões CO2 na homologação do veículo, acabando por não ter grande impacto nos consumos em condução real. Já os segundos, os automóveis híbridos dotados de uma bateria maior, que, em condições ideais, chegam a poder circular quatro ou cinco quilómetros em modo 100% elétrico, podem ser uma solução bastante interessante para habituar os condutores a uma condução mais eficiente, além de apresentarem emissões mais reduzidas do que os mild-hybrid.

O processo de carregamento da bateria é interno. Ou seja, o próprio motor de combustão gera energia elétrica para carregar a bateria, embora também possa gerar-se eletricidade de forma cinética, na desaceleração, em descidas e nas travagens. Este processo é automático, porém quase todos os modelos permitem ao condutor acompanhar o processo e dão pistas para conseguir uma condução mais económica.

A eficiência dos modelos híbridos é cada vez maior e, perante a equiparação de preço entre gasóleo e a gasolina, alguns dos mais recentes conseguem realmente ser mais eficientes do que mecânicas equivalentes, inclusivamente a gasóleo.

O seu valor residual também já é muito elevado, mas o único benefício fiscal é um valor mais reduzido de IUC, em virtude das emissões.

Mais de 20% dos carros novos são elétricos ou híbridos plug-in

Automóvel com motor híbrido plug-in

Um automóvel PHEV (ou plug-in) é também um carro com mecânica híbrida, mas que se diferencia por possuir uma bateria maior, capaz de lhe permitir circular mais quilómetros em modo 100% elétrico. também dispõe de um motor elétrico mais potente, embora aquilo que realmente o distinga seja o facto de a bateria poder ser recarregada por uma fonte exterior de energia, como uma wallbox ou uma tomada doméstica.

Mantendo, como acontece no automóvel híbrido, a possibilidade de também poder fazê-lo com auxílio do motor de combustão ou através de energia regenerada durante a condução.

Ao contrário da maioria dos carros exclusivamente elétricos, a velocidade de carregamento da bateria dos modelos plug-in é baixa. Ou seja, demora mais tempo a reabastecer-se de energia e, como a maioria dos postos públicos disponíveis contabilizam a utilização ao minuto, num carregador de 22 kW, por exemplo, o carregamento da bateria de um automóvel plug-in, que carregue a 7,4 kW, vai custar exatamente o mesmo que um carro elétrico capaz de receber a totalidade da energia que o posto debita. Ou seja, vai receber praticamente três vezes mais energia pelo mesmo custo. Se ligado a uma tomada doméstica ou a uma wallbox apropriada ao veículo, a bateria de um híbrido plug-in carrega à velocidade adequada e, sobretudo, de forma mais económica.

Por esta razão, se não for possível carregar em casa ou na empresa, é recomendável optar pelo primeiro. Os automóveis híbridos plug-in possuem algumas vantagens fiscais, mas, para beneficiar de taxas reduzidas de Tributação Autónoma, é necessário que o modelo em causa apresente autonomia exclusivamente elétrica superior a 50 quilómetros e emissões de CO2 inferiores a 50 g/km.