Com o lançamento da motorização 1.6 diesel no novo Civic, a Honda já tem um produto à medida dos clientes empresariais. Preços ajustados à realidade do momento, renting exclusivamente dedicado a este modelo e mais apoio comercial nas concessões, são apenas algumas das novidades com que se pode contar.
Nuno Silva é o responsável pelo departamento de frotas da Honda Portugal, que tem no novo Civic o seu principal produto
Embora os preços de venda a particulares comecem nos 24.350 euros, para as empresas o Civic 1.6 diesel ficará disponível a partir de 23.574 euros. O preço já inclui todos os averbamentos e rubricas necessárias à entrega do carro. Desta forma, situa-se num patamar inferior de tributação autónoma, que passaria de 10 para 20% caso ultrapassasse os 25 mil euros. Por outro lado, as 94 gCO2/km que o Civic emite fazem com que a penalização provocada por impostos seja menor.
O Civic vem com a promessa de 3,6 l/100km e 94gCO2/km, naquele que é apresentado como o motor mais eficiente de sempre da marca. O resultado é surpreendente. O 1.6 turbodiesel é já um dos melhores motores do segmento. Mesmo que não se tenha conseguido cumprir o resultado dos consumos iniciados, a verdade é que as prestações deste pequeno bloco são admiráveis. O segredo está no binário. Com 300 Nm, o Honda Civic é um carro com um comportamento ao nível de berlinas de luxo, dada é a suavidade com que se consegue conduzir. Um nível baixo de rotações do motor e pouca necessidade de passagens de caixa fazem com que os consumos sejam reduzidos ao mínimo. A suavidade do motor tem, depois, efeitos no conforto a bordo. Sem ser necessariamente muito espaçoso, mas suficiente para o segmento em que se insere, o Civic apresenta-se com uma qualidade de construção excepcional.
“Acreditamos que, finalmente, temos um produto que nos irá trazer algumas mais-valias para as vendas a empresas, diz Nuno silva, responsável do recém-criado departamento de frotas da marca.
Fiabilidade, emissões e consumo vão ser os argumentos da marca para chegar às pequenas empresas. É nelas que tem encontrado os seus clientes frotistas. O Accord talvez tenha sido um dos modelos mais emblemáticos, mas a dimensão do seu motor ajuda pouco. “Trata-se de um 2.2 litros e é, por isso, muito penalizado pela fiscalidade”, diz Nuno Silva. “Com o downsizing que tem havido, é um carro com pouca procura. Mas destes, 80 ou 90 por cento são vendidos a empresas de pequenas dimensões, onde é o próprio administrador que decide”.
Além do novo Civic, a Honda conta ainda com os cinco anos de garantia das suas viaturas. E existem ainda os contratos de manutenção, comercializados junto da rede de concessionários. “Para as empresas que não optem pelo renting, é sempre um produto interessante”, diz Nuno Silva.
Por outro lado, a Honda Portugal tem um produto próprio de financiamento em aluguer operacional. Num exemplo de uma renda para este novo Civic, com prazo de 48 meses, 80 mil km, mas sem pneus, chega-se aos 457 euros (IVA incluído). Nuno Silva diz que se trata de uma renda abaixo daquilo que tem sido observado nos concorrentes mais diretos do modelo.
A Honda Portugal vendeu 65 carros a empresas durante 2012. O número em si não é surpreendente, dada a quota da marca no mercado nacional de vendas de automóveis. Mas trata-se de uma penetração junto deste canal de apenas 4,3% (no total, a marca vendeu 1.500 carros novos). Com um departamento especificamente orientado para as frotas, a Honda espera duplicar as vendas para empresas, apoiado neste modelo. O objetivo para este ano são 105 carros.
Os concessionários já iniciaram um trabalho de identificação dos responsáveis de compras nas empresas. Com uma política de frotas definida, o grau de exigência para a rede aumentou. “A Honda é uma marca muito virada para o cliente particular e a rede está muito habituada a trabalhar esse tipo de clientes. Tem que haver alguma mudança de mentalidades”, diz o responsável.
A rede da Honda Portugal tem 28 concessionários e, com esta perspectiva, espera manter todos esses pontos de venda. Além das frotas, outro mercado para o qual está particularmente atenta é o dos usados. Dentro de pouco tempo, será lançado um programa para estas viaturas. “Vamos tentar melhorar um pouco o valor residual. Tem que haver uma combinação de factores para que tudo siga a mesma direcção”.