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Estabilidade de preço, qualidade do produto e proximidade com o cliente. Pilares fundamentais da liderança do grupo alemão no mercado português de pneus para automóveis ligeiros

O Grupo Continental está presente em Portugal desde 1989, altura em que a necessidade de incorporar componentes nacionais no monovolume produzido em Palmela levou a adquirir a unidade industrial portuguesa Mabor.

Vinte e cinco anos depois, José Luis de la Fuente, diretor-geral da Continental Pneus Portugal faz um balanço muito positivo de toda a atividade que o grupo desenvolve no país: desde a produção de pneus de diversas marcas que a Continental comercializa em todo o Mundo, às próprias vendas, traduzidas na liderança do mercado nacional de ligeiros.

“O mercado português é de tal forma importante do ponto de vista estratégico para o grupo, que somos a única empresa do setor que tem uma direção-geral sedeada em Portugal. As restantes têm uma direção ibérica, responsável pelos dois mercados. O fato da Continental apostar numa estrutura nacional foi um dos fatores que contribuiu para termos alcançado, em 2013, a liderança de mercado no segmento de ligeiros (de acordo com os dados do ETREMA e estudos internos do nosso departamento de marketing intelligence)”.

A chave deste sucesso, reconhece o mais alto responsável pelas atividades da empresa em Portugal, está na qualidade dos produtos, mas também na vasta gama de marcas e especificações que tem disponíveis.

E também na relação de proximidade e de confiança que a equipa foi construindo com os seus parceiros de negócios, incluindo clientes diretos de frotas ou de empresas gestoras das mesmas

“Há dois pilares estruturantes: a estabilidade de preço e a qualidade do serviço. Procuramos efetuar uma oferta de serviços e de produtos estável. Com esta estratégia os nossos parceiros de negócio que efetuam os serviços (Especialistas de Pneus) sabem sempre qual o custo dos serviços e qual a sua margem no negócio, enquanto o cliente das Frotas pode, de forma rigorosa e precisa, estabelecer a sua previsão de custos”, explica José Luis de la Fuente.

Estratégia: continuar a liderar o mercado

jose-luis-fuente-continentalEm 2013 a Continental Pneus Portugal faturou cerca de 59 milhões de euros, crescendo cerca de 15% em relação a 2012. Em 2014, esse valor subiu para 65 milhões de euros, um aumento da ordem dos 11%.

“O crescimento de dois dígitos acontece um pouco em contraciclo com o que se passou no resto do país e na Europa. O nosso objetivo para 2015 é reforçar a presença no mercado de todas as marcas do universo Continental comercializadas em Portugal e manter a liderança de mercado”, garante José Luis de la Fuente.

Consciente do peso que as grandes frotas representam para a persecução dos objetivos, o diretor da multinacional em Portugal revela que tem desenvolvido parcerias diretas com grandes frotas de empresas que desejaram potenciar os respetivos negócios numa estratégia de proximidade com a Continental. “São clientes que procuram essencialmente estabilidade de preços a nível nacional e garantia na qualidade do serviço. Para eles criámos uma vasta rede a nível nacional de “Agentes Recomendados Continental” (serviço para veículos ligeiros) e “Agentes 360º” (para veículos pesados)”.

“E quando uma frota nos contacta, avaliamos sempre de que forma nós próprios podemos melhorar para fazer face às suas necessidades”.

Importância do produto nacional

jose-luis-fuente-continentalO responsável pela atividade do grupo Continental em Portugal não esconde a relevância de uma marca em particular para o sucesso do conjunto:

“Os níveis de notoriedade da Mabor no mercado nacional são comparáveis aos de uma marca “premium”. É um caso único de notoriedade espontânea no universo das marcas de pneus dentro do segmento budget, categoria na qual a Mabor está inserida. É muito acarinhada pelos nossos clientes, está muito associado ao nosso imaginário e à “portugalidade”. É impossível apagar 68 anos de história de um nome que marcou uma época e o desenvolvimento do País”.

O volume de vendas reflete isso mesmo: no ano passado foram vendidos mais de 200 mil pneus Mabor em Portugal.

José Luis de la Fuente não regateia elogios à qualidade do produto que, sendo produzido em Portugal e tendo grande parte da sua produção escoada no nosso País, também é fabricado e comercializado em mais mercados.

“É um produto com um binómio preço-qualidade excelente. Um produto económico, com um comportamento e uma garantia premium. Um produto com espirito português aliado à tecnologia alemã.”

A marca continua a ser uma aposta forte do Grupo Continental, garante. Prova disso estava ali mesmo. Esta entrevista decorreu na sequência da apresentação mundial de um novo produto – Mabor Sport-Jet3 -, e aconteceu no Circuito Vasco Sameiro, um dos autódromos com maior historial automobilístico em Portugal.

Para melhor avaliar a sua qualidade, os jornalistas tinham à disposição veículos Mercedes equipados com o novo pneu e uma série de cenários com chuva e óleo na estrada para poderem testar o seu comportamento em situações de deficiente aderência.

“A aposta do Grupo Continental no contínuo desenvolvimento da marca portuguesa com produtos tecnologicamente avançados faz com que, entre o universo Continental, seja a nossa segunda marca mais vendida. Por isso estamos efetivamente muito otimistas em relação à performance e ao seu crescimento.”

Significa isso que poderá um dia acontecer viaturas novas saírem de fábrica com pneus Mabor?

A resposta é perentória: “A produção da marca Mabor é direcionado para o mercado de substituição e não para equipamentos de origem”.

Tendências para o futuro

A qualidade e a segurança que o produto oferece são, para José Luís de la Fuente, as preocupações imediatas do consumidor final, que deseja ter isto pela melhor relação qualidade-preço.

O papel da Continental é corresponder a estes anseios mas também identificar tendências futuras do mercado mundial de pneus, de modo a estar preparada para responder a exigências ainda maiores.

“O crescimento do segmento UHP (ultra high performance), com a entrada de novos veículos equipados com jantes igual ou superiores a 17 e o desenvolvimento de pneus específicos para veículos elétricos e híbridos são duas delas”, explica. “A Continental já tem duas linhas de produtos especificamente concebidos para veículos elétricos e híbridos. Ambos são fabricados com a designação Conti.eContact, mas cada um deles é direcionado para um sistema de transmissão específico. O Conti.eContact de 20 polegadas para veículos elétricos tem uma resistência ao rolamento impressionante, cerca de 30% mais baixa do que a de um pneu convencional. Os Conti.eContact, de 17 ou 18 polegadas, para híbridos, oferecem 20% menos de resistência ao rolamento. Também podem ser utilizados em SUV´s com uma redução na resistência ao rolamento na ordem dos 20%”.

Apesar disso, ambos proporcionam um desempenho impressionante em piso seco ou molhado, assegura o diretor da Continental em Portugal.