O preço proposto pela Kia Portugal para empresas explica as expectativas que o importador deposita na aceitação da Kia Ceed SW PHEV por parte das frotas, devido à circunstância oportuna do limite do 1.º escalão da Tributação Autónoma passar para 27.500 euros.

Por se tratar de um “plug-in”, essa a razão de reduzir para 5% a incidência desta taxa, em vez dos 10% aplicados a qualquer carro com motor a gasolina ou gasóleo.

Num momento em que o mercado das frotas procura soluções electrificadas deste tipo e a oferta ainda é muito escassa – senão existente – neste patamar de preço.

Juntamente com o Kia Niro “plug-in” (também dentro do mesmo escalão de TA, nas mesmas condições de aquisição do Ceed PHEV), com quem partilha a estrutura mecânica electrificada, esta carrinha Ceed (e até ao final do ano o SUV XCeed PHEV, ainda sem preço anunciado), a Kia passa a dispor de produtos muito interessantes em termos de qualidade e de relação equipamento/preço, fundamentos importantes para a consolidação dos valores residuais, de que dependem em muito as rendas de contratos em AOV.

Para restantes métodos de financiamento é importante não esquecer outro argumento que apresentam todos os modelos Kia: uma garantia de fábrica de 7 anos/150 mil quilómetros (os 3 primeiros sem limite de quilometragem), incluindo para o sistema eletrificado.

Impressões

A experiência do ensaio revelou um modelo com um posicionamento muito familiar, que não difere muito das versões térmicas em termos de conforto e no que toca à condução.

A diferença espacial mais visível é a redução da bagageira, de 625 para 427 litros, mas mantém inalterado o piso plano com os encostos traseiros rebatidos.

A colocação da bateria sobre os assentos traseiros estende-se pelo fundo duplo da mala, sacrificando parte deste espaço. O restante alberga os cabos de carregamento e um “kit” anti-furo, deixando de existir pneu suplente.

Assente sobre uma plataforma recente e desenhada para ser electrificada, a gama Ceed consegue estender a oferta PHEV sem sacrificar a habitabilidade dos ocupantes ou o desempenho dinâmico.

Pode haver um novo painel de instrumentos atrás do volante, com cerca de 12”, igual ao do Niro e Soul eletrificados, e alguns comandos, que evidencia a condição “plug-in” e de algum modo incitam o condutor a fazer uso das faculdades para um andamento mais eficiente.

Mesmo se, objetivamente, o modelo de condução não se diferencie muito do que é esperado num carro com caixa automática.

É precisamente esta transmissão de seis velocidades e dupla embraiagem, já conhecida do Kia Niro (aqui sem patilhas sob o volante), que favorece mais esta Ceed SW.

Comparando o desempenho de ambos, a carrinha não parece ter a mesma capacidade de regenerar energia do Niro. Porém, isso pode dever-se a razões de que se fala mais adiante. Sobre esta transmissão, o construtor faz questão de lembrar que, “ao contrário dos híbridos com caixa e-CVT, que convertem uma parte da potência oriunda do motor de combustão através do motor eléctrico (o que resulta em perdas de potência devido à transformação da energia)”, a caixa de velocidades da Kia “permite a transferência da totalidade da potência de ambos os motores em paralelo, através da transmissão, com perdas mínimas de energia”.

A experiência mostra que esta solução permite aos modelos do grupo coreano um andamento mais vivo e praticamente sem “delay” entre as “passagens de caixa”. Mas – nunca é demais frisar – este é um carro para retirar ganhos com uma condução eficiente e responsável.

Autonomia no modo 100% elétrico

Também nunca é demais recordar, que a máxima eficiência de um modelo “plug-in” é obtida em circuitos pendulares de curta/média distância, com carregamentos intermédios que possibilitem rentabilizar o sistema electrificado.

Tal como acontece no Kia Niro “plug-in”, a elevada eficiência desta mecânica permite consumos reduzidos, mesmo quando utilizada apenas em modo híbrido; ou seja, sem ir assiduamente à tomada para receber energia.

Foi o que se verificou quando, com uma única carga de bateria, após 500 km percorridos em circuito maioritariamente de estrada, o computador de bordo do modelo testado assinalava uma média de 3,6 litros.

Valor naturalmente obtido com uma condução familiar e sem carga a bordo, mas também com um modelo de condução correto e que fez uso pleno do residual de energia da bateria para muitas situações de maior esforço, como as fases de arranque.

Porém, com a Kia Ceed SW ficámos aquém da eficiência 100% eléctrica obtida com o Niro PHEV, não conseguindo percorrer mais do que 40 km sem recorrer ao motor a gasolina. Fosse devido à juventude da bateria e do carro, ou pelo menor potencial de regenerar energia durante o andamento ou nas fases de travagem.

A baixa velocidades ou em marcha-atrás, quando em modo elétrico, um som com até 59 dBA alerta os peões para a presença do carro.

Atitude

No resto, os andamentos comparam-se aos modelos com motor a gasolina ou a gasóleo; desenhado para a Europa e para o envolvimento do condutor europeu, a suspensão e direção foram recalibradas para o maior peso do conjunto, mantendo o mesmo nível de resposta em termos de agilidade, capacidade de manobra e conforto.

Para tanto, contribui o facto de incluir de série sistemas de controlo e gestão eletrónica de estabilidade, incluindo e de vetorização de binário por travagem, que trava automaticamente as rodas interiores para diminuir a subviragem.

O menu do ecrã tátil central passa a conter algumas informações necessárias relativas ao desempenho energético, modelos de carregamento e localização de postos nas proximidades, aliando as possibilidades de interação com smartphones e sistemas de telemetria.

Por falar em equipamento, a Ceed Sportswagon PHEV, no nível de equipamento Drive (o proposto para empresas), já inclui de série faróis full led com máximos automáticas, câmara de estacionamento traseiro, acesso sem chave e itens de segurança ativa, como o assistente de manutenção na faixa de rodagem ou o alerta de colisão frontal.

Presença

A Kia Ceed Sportswagon híbrido plug-in não deixou de ser um modelo familiar, apesar da redução de mala.

Se difere das alternativas que continuam a representar as versões com motores convencionais a gasolina e diesel, isso depende muito da condição de ser um modelo optimizado para o máximo de eficiência, como é o caso da grelha dianteira fechada, para aumentar a aerodinâmica. No exterior, além dos emblemas com a indicação “eco plug-in” ou do para-choques das versões GT-Line, é a tomada de carregamento no guarda-lamas dianteiro esquerdo que melhor o identifica.

No interior convivem as maiores diferenças: o design do tablier mantém-se, tal como a ergonomia dos comandos e posição de condução, mas a carrinha Ceed SW PHEV conta com uma instrumentação adaptada a novas funcionalidades, orientada para favorecer aqueles que procuram retirar o máximo partido do novo sistema de propulsão.

Por exemplo, além do ecrã central de 8”, é opção para alguns mercados europeus um painel também tátil de 10,25 polegadas para o infotainment e para o sistema de navegação, compatível com o UVO Connect.

Estes sistemas de visualização incorporam novas funcionalidades criadas especificamente para os modelos híbridos plug-in, localizando pontos de carregamento nas proximidades ou no percurso até ao destino e mostrando informações relacionadas com o nível de carga da bateria ou gráficos de utilização de energia. Permite ainda definir horas de carregamento.

No painel à frente do condutor, a partir de comandos situados no volante, podemos definir o tipo de informação que desejamos visualizar, desde indicações como o estado da bateria e autonomia restante em modo exclusivamente elétrico, acompanhar o fluxo de energia em andamento, ou obter informações dos sistemas de infoentretenimento e navegação sem desviar o olhar da estrada. Além, naturalmente, dos mostradores do velocímetro e do conta-rotações convencionais ou de outras indicações relativas ao motor a gasolina.

Informações mais concretas relacionadas com características técnicas, incluindo modelo e capacidades de carregamento da bateria, podem ser encontradas neste texto.

Preço, rendas, consumo e motor

  • Custo de aquisição:

27.299 Euros + IVA (33.578 euros c/IVA)*

  • Rendas:

593,82 € + IVA/mês, (712,97€ c/IVA) (36m)*

577,86 € + IVA/mês, (693,34€ c/IVA) (48m)*

  • Consumo médio e emissões:

1,3 l / 100Km

29 gCO2/km* (combinado)

  • Dados do Motor e Bateria:

Gasolina – 4/1.580 cc, 105 cv/5.700 rpm, 147 Nm/4.000 rpm

Motor elétrico – 340 v, 44,5kw (60,5 cv)

Combinado – 141 cv, 265 Nm

Bateria – 320 V, Polímero de iões de lítio, 8,9 kwh

(*) Valores LEASEPLAN. Quilometragem anual contratada: 30.000 kms – Serviços incluídos: aluguer/iuc/ seguro (franquia 4%)/manutenção/ gestão de frota/ pneus ilimitados/ veículo de substituição – quilometragem técnica máxima: 200.000 kms