Barato, simples, eficiente. Estes três predicados definem na perfeição do que se trata o Kia Rio. Apesar da sua novidade ser o motor 1.1 CRDi diesel, há outras coisas que é preciso tomar em consideração.
Embora seja de uma segmento onde se procura sempre ter um equilíbrio de vários fatores, a verdade é que este Rio não deixa o conforto de parte. De facto, testando a versão de entrada (EX) e a seguinte (TX) são poucas as diferenças que se notam. Melhor ainda, mesmo aquelas que se encontram logo, como o apoio de braços entre os dois bancos frontais, faz com que a versão de entrada fique a ganhar.
As emissões CO2 da gama começam nos 85 g/km. Este valor coloca a nova versão do Rio EcoDynamics à frente de todos os restantes veículos do segmento B à venda na Europa.
Para reduzir o consumo de combustível e obter valores de emissões únicos, os engenheiros da Kia levaram a cabo um programa extensivo para reduzir o peso de uma vasta gama de componentes. O resultado é um novo Rio de peso igual ao antecessor – apesar de ser significativamente maior e possuir equipamentos e características adicionais.
Mas se o peso é o mesmo, já as dimensões são diferentes. O novo modelo é mais comprido, mais largo e mais baixo e apresenta uma distância entre eixos com mais 70 mm – aumentando significativamente o espaço de carga e para os passageiros. Com uma altura total de 1,455 milímetros, o novo Rio é o mais baixo da gama europeia da marca, realçando a sua postura utilitária.
Todos estes acrescentos de volumetria trouxeram ao Rio uma postura na estrada que é bastante surpreendente e, sobretudo, torna-o divertido de conduzir. Com suspensões com um equilíbrio notável entre o conforto e as prestações, este Kia pode lançar-se para as curvas sem quaisquer complexos, porque se encontra num território para o qual nasceu. É evidente que a potência não será muita e não se pode contar muito com a prestação do motor para contrabalançar, mas a verdade é que o Rio se aguenta muito melhor do que seria de esperar.
Com uma caixa de seis velocidades e um indicador que mostra quando se deve fazer a passagem para cada uma delas, a tentação para testar o pequeno motor é enorme. Como se comportará um bloco com 170 Nm numa caixa de seis velocidades? E o que é que é preciso fazer para chegar aos míticos três litros e qualquer coisa para 100 quilómetros?
Bem, por incrível que pareça, o carro responde, em grande parte dos casos, com parcimónia ao pedido de passagem de caixa. Estranhamente, a única diferença de relações para a qual é preciso algum cuidado é entre a primeira e segunda e desta para a terceira. O Rio pede um pouco mais de aceleração para arrancar do que o computador de bordo preconiza. E, sobretudo em subidas, a passagem de segunda velocidade para terceira também não pode ser efetuada com tanta facilidade como o sistema pede. De resto, pode confiar-se no que o rio indica. Contudo, não se pense que os “menos de 4 l/100 km” são fáceis de alcançar. A experiência da FLEET MAGAZINE com este modelo não resultou nesses consumos. A uma condução estável e pensada para o consumo fizemos sempre mais que quatro litros, embora não o tenhamos ultrapassado por muito. Mas este valor tem que ser tomado em conta para trajetos mistos, que incluíram cidade com muito trânsito, estrada secundária em serra e auto-estrada. Mas passemos para o interior.
Lá dentro, o aumento de volume reflete-se no espaço para os ocupantes e na capacidade de carga. A bagageira nas versões de três e cinco portas aumenta de 100 mm para 288 litros com os bancos em posição normal e para mais de 920 litros com os bancos rebatidos. Os bancos traseiros são repartidos a 60/40 para uma maior versatilidade, o que ajuda a obter uma superfície quase plana quando estão nessa posição.
Os compartimentos de arrumação incluem um porta-luvas maior de 15 litros, uma consola central com mais três litros de capacidade e bolsas de arrumo para uma garrafa de 1,5 litros em cada porta dianteira e uma garrafa de 0,5 litros nas portas traseiras.
No final, o Rio é uma das propostas mais interessantes neste segmento. Com um bom nível de conforto logo nos modelos de entrada, um chassis absolutamente surpreendente e um motor pensado para os dias que correm, o Rio tem tudo para se afirmar. Acrescente-se a estes predicados a garantia da marca de sete anos e o facto de ter sido os melhores custos de utilização frente a seis concorrentes do seu segmento, como mostrámos na última edição, e as certezas começam a afirmar-se.