19 unidades do Leaf foram adquiridos pelo estado português para uso de vários ministérios e entidades oficiais. 9 estão na PSP
A PSP foi a primeira frota policial do mundo a integrar o Nissan Leaf na sua frota. Atualmente é também aquela com mais modelos “zero emission” da Nissan a circular regulamente em Portugal, com grande sucesso nas funções de representação da força policial portuguesa.
Apresentados formalmente em julho de 2012 na Direção Nacional da PSP, os nove Nissan Leaf ficaram aptos para o serviço no final desse ano, depois de algumas unidades terem que ser adaptadas para as suas novas funçõesl.
Três anos depois continuam todos a operar na região de Lisboa: Parque das Nações, Olivais, Cascais, Belém e Almada. Há ainda mais três, descaracterizados, na Direção Nacional da PSP..
O subintendente Paulo Ornelas Flor, diretor do gabinete de imprensa e relações públicas da PSP é um dos elementos da corporação que utiliza o Leaf nas suas deslocações diárias. Mostra-se também grande defensor da mobilidade elétrica no perímetro urbano e destaca a suavidade de andamento, a facilidade de condução e o silêncio como pontos positivos.
Além, naturalmente, da economia: “a poupança, em termos económicos, é fácil de valorizar. Considerando o número médio diário de quilómetros e fazendo a comparação entre o consumo de eletricidade e quanto nos custaria o mesmo número de quilómetros em combustíveis fósseis, embora não tenhamos um número exato, calculamos que conseguimos poupanças na ordem dos dez mil euros/ano. Apenas nos consumos, sem contabilizarmos os gastos de manutenção, que são sempre mais elevados nas unidades que dispõem de motor térmico”.
“Um carro elétrico ajuda a mudar a forma como conduzimos, tornando-nos mais conscientes” (subintendente Paulo Ornelas Flor)
Em média, os Nissan Leaf afetos à PSP fazem uma média diária de 50 a 60 quilómetros.
O porta-voz da instituição também não vê a autonomia como um impedimento ao tipo de utilização que é dada a estes veículos. “Ao princípio, é natural estarmos sempre a verificar o estado de carga das baterias e a distância que ainda podemos percorrer até ao próximo posto de carga. Se ainda temos autonomia suficiente.
Mas com o tempo vamos descontraindo e percebendo que, dependendo da condução que praticamos, podemos até acrescentar autonomia. Por exemplo, rentabilizando as desacelerações e praticando uma condução mais eficiente. Aliás, creio que um carro elétrico ajuda a mudar a forma como conduzimos, tornando-nos mais conscientes.”
O recarregamento das baterias acaba por ser o ponto mais crítico, já que é quase sempre feito nas instalações policiais, a partir de tomadas trifásicas.
“Através do consórcio MOBI-E, tentámos no início do processo garantir outro tipo de solução urbana. Infelizmente isso ainda não foi possível. No serviço operacional, mormente em Lisboa, são carregados no período noturno para serem usados no período diurno”, explica o subintendente Paulo Ornelas Flor.
Luzes de sinalização: uma solução portuguesa
Sirene e iluminação azul são duas características que identificam, à distância, qualquer viatura policial.
Se no caso dos carros descaraterizados tal questão não se coloca, já as viaturas brancas com a decoração da PSP tinham necessidade de dispor deste equipamento.
Só que, durante a concepção do Leaf pela Nissan, nunca foi equacionado a utilização do carro para tais funções. Tratando-se de um elétrico, não havia também qualquer historial da adaptação deste equipamento a um modelo com baterias elétricas de elevada capacidade.
O problema foi colocado aos engenheiros responsáveis pelo desenvolvimento do Leaf. mas a solução acabou por ser mais rapidamente encontrada nas oficinas centrais da PSP em Alfragide.
Por isso, toda a instalação luminosa e sonora é portuguesa.
O projeto nacional serviu como ponto de partida para a Nissan propor uma versão do Leaf preparada para equipar forças policiais. O que já acontece nos EUA, Japão e Brasil, por exemplo.
Leaf da PSP em funções de representação
Os Nissan Leaf da PSP são muitas vezes escolhidos para atividades de representação oficial, nomeadamente durante a visita de entidades estrangeiras a Portugal.
Com a utilização destes veículos procura passar-se uma imagem de modernidade.
Nas tarefas de apoio ao turismo, as viaturas, devidamente identificadas, circulam pelos pontos mais turísticos e emblemáticos da cidade.
As equipas que os conduzem são propositadamente selecionadas para esta tarefa que implica grande visibilidade e proximidade com o público.
Como a FLEET MAGAZINE pôde comprovar ao longo da reportagem, a simpatia e prontidão dos elementos policiais recolhe grande recetividade dos turistas que procuram informações.
Muitas vezes existem também reações de surpresa quando descobrem o carro utilizado pelos agentes. Sobretudo da parte de turistas japoneses…
