Custos totais de utilização, redução da pegada ecológica e combustíveis alternativos: eis o que vai na mente dos grandes frotistas mundiais, segundo o responsável por estas contas dentro da Arval Internacional.
Com uma absoluta confiança no produto aluguer operacional, Liam Donnelly, que visita os clientes internacionais da Arval, sabe o que estes pretendem de fornecedores para as suas frotas.
Como explica a determinado momento nesta entrevista em exclusivo para a Fleet Magazine, feita no dia em que esteve cá para a apresentação do Observatório de Veículos Empresariais, em Maio, os grandes frotistas começam a olhar para os custos totais da mobilidade, que são mais do que o próprio carro de frota. Bilhetes de comboio, metro ou avião entram no rol de despesas com que estes profissionais têm que contar daqui para a frente.
Segundo prevê, no futuro poderão haver fornecedores que, em conjunto com as locadoras, englobem toda esta oferta para as empresas. No entanto, indica: “Não vejo como é que, em ambientes business-to-business, as empresas vão deixar de precisar de carro para trabalhar”.
Quais são as três maiores tendências que vê neste momento para o mercado de renting?
De um ponto de vista internacional, diria que há cada vez mais clientes à procura do Custo Total de Utilização do veículo como um método fundamental para seleccionar os seus carros.
Depois, todos os clientes internacionais estão a colocar no terreno as suas ambições a nível de responsabilidade social. O que significa que estão a tentar reduzir a pegada ecológica dos carros. É um objetivo absolutamente prioritário e esperam das locadoras ajuda para o conseguir, no momento em que é revista a sua política de compra de carros.
Finalmente, e talvez ainda estejamos a alguns anos disso, as empresa já estão a pensar o que fazer com os combustíveis alternativos, sejam eléctricos ou combustíveis. Há sinais de clientes que querem mesmo experimentar estes carros. Mas ainda estamos em 1% ou menos do mercado. E isso está nas mãos dos fabricantes, porque eles é que têm que trazer estes modelos para o mercado. Se isso não acontecer, será muito difícil. E, como mostrei [na apresentação portuguesa do Corporate Vehicle Observatory], começam a encarar os eléctricos numa política de car-sharing para assim reduzir o custo da sua utilização.
As locadoras estão preparadas para lidar com os Custos Total de Mobilidade?
Acho que nenhuma de nós será o único fornecedor das ferramentas que respondam a essas necessidades. Terá que ser, eventualmente, uma amálgama de uma ou duas empresas que se sintam com vontade de levar este mercado para a frente. Terão que apresentar um método, um sistema que ajude a chegar a esse conceito.
As locadoras não vão dar esse passo por si próprias?
Acho que não. Pelo menos sozinhas. Primeiro, é preciso ver o que é que os construtores vão fazer com os seus produtos. É preciso ver também os que é que os clientes vão fazer com os seus carros. E é preciso ter uma percepção de como é que pensam a sua frota no futuro. Depois, penso que serão necessários parceiros que trabalhem na indústria dos transportes. É preciso pensar como é que se combina tudo isto. Não vai acontecer do dia para a noite, mas será por aí.
Quais serão então os maiores desafios para as locadoras, neste momento?
Acho que o funding será uma verdadeira questão para players de menor dimensão, mais localizados. Basta ver o que aconteceu noutros momentos em que a economia esteve em baixo.
Mas, nas questões que possamos enfrentar agora, se a economia se torna mais rígida, acho que isso pode jogar a nosso favor. Podemos trabalhar com o cliente para reduzir o tamanho da sua folha de balanço, gerir os custos operacionais da frota e outros assuntos ligados com o aluguer operacional.
Acho que o renting é um produto incrivelmente forte. Quando vemos as tendências de ano para ano, verificamos que este mercado tem vindo a crescer. Não vejo como é que, em ambientes business-to-business, as empresas vão deixar de precisar de carro para trabalhar, da mesma forma que também precisam de um computador. E o aluguer operacional é o melhor método para uma empresa controlar os seus custos.