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As operações da Manheim cresceram 20% em 2014, beneficiando do aumento do comércio de carros novos em Portugal e do sucesso da iniciativa “Auto Sapo Venda Já”

Na entrevista concedida à FLEET MAGAZINE, António Bonzinho, o novo diretor-geral da Manheim Portugal faz um balanço à dinâmica da empresa e fala sobre o panorama atual da venda de usados no nosso País.

“Vamos continuar a inovar nos usados”, afirma com convição, reconhecendo que o mercado cada vez mais bipolarizado entre duas leiloeiras.

Considerado um elemento fundamental no crescimento das atividades da empresa no mercado nacional, António Bonzinho está na Manheim desde 2007, ano em que iniciou as suas operações em Portugal. Desde então desempenhou funções como gestor de clientes sénior, diretor de gestão de clientes e diretor comercial e de operações.

O que muda com a nova direção? Qual a estratégia de desenvolvimento, expansão da atividade, com que novidades podemos contar?

Somos a mesma equipa e vamos continuar a liderar o mercado nacional, inovando na forma como se vende e compra viaturas usadas em Portugal. O Nuno Castel-Branco continua com Portugal sob as suas responsabilidades geográficas e só podemos beneficiar com ideias que possam vir de qualquer outro mercado.

Por exemplo, recentemente lançámos a iniciativa de viaturas “BuyNow”, que foi um modelo desenvolvido na Austrália nos últimos 2 anos e que, após provado o sucesso, estamos a implementar em Portugal com grande aceitação.

Como é que a Manheim está a lidar com o aumento da concorrência no setor de leilões? Muitas gestoras de frotas também estão a apostar em canais próprios de escoamento…

Estamos a lidar muito positivamente com a concorrência. De 2013 para 2014 registámos um crescimento superior a 20%. E o mercado está cada vez mais bipolarizado entre as duas leiloeiras multinacionais, deixando de existir espaço para os pequenos operadores.

É verdade que as gestoras estão a focar-se em vender viaturas provenientes dos contratos de aluguer operacional. No entanto, a Manheim continua a ter fortes parcerias com todas. E a nossa estratégia permitiu substituir algum produto de gestoras por viaturas de particulares e concessionários de marca. O que veio melhorar o “mix” da oferta em leilão e contribuiu para o aumento de vendas acima do orçamentado.

porto manheim_centro_porto_fleetmagazine.ptO crescimento das vendas de viaturas novas em 2014 teve reflexos sobre o mercado de usados?

Teve um impacto importante.

Mas o incremento da procura aconteceu tanto no setor das viaturas novas como no de viaturas usadas.

Nos leilões é evidente um aumento da procura por parte dos comerciantes automóveis. No entanto, a oferta global de mercado não reagiu tão rapidamente. Parte das viaturas em leilão vêm de gestoras de frotas, rent-a-car e instituições financeiras e o aumento das vendas de viaturas novas não produziu efeito imediato. Já do lado das viaturas provenientes de retomas de concessionários verificou-se um crescimento em linha com o mercado.

A Manheim acabou também por beneficiar da subida do comércio de novos através do serviço “AutoSapo Venda Já”. Houve um desenvolvimento exponencial de clientes a venderem as suas viaturas através deste serviço.

Constata alguma alteração no tipo de viaturas que recebem ou nas que têm maior procura? Ou no tipo de negociante que acede aos vossos leilões?

Continua a existir um foco grande nas viaturas de média gama. No entanto, há cada vez mais procura de viaturas a gasolina e com menos quilómetros. Em termos de comerciantes automóvel foi o ano do regresso e do aumento de compras de muitos clientes à Manheim. Em parte deve-se ao sucesso da iniciativa “AutoSapo Venda Já”, que permitiu aos comerciantes ter acesso, via leilão, a uma tipologia de viaturas que normalmente não chegam aos leilões em Portugal. Nomeadamente viaturas diretamente de particulares, com menos quilómetros, menos danos, mais extras e maior variedade de produtos face às provenientes de gestoras de frota e de rent-a-car.

Que tipo de empresas utilizam a Manheim para escoar viaturas usadas? Maioritariamente de que área de atividade?

Registou-se um crescimento significativo de concessionários que optaram por vender ao comércio, via leilão, as retomas que não selecionaram para as suas próprias operações de usados. Além, naturalmente, de um crescimento exponencial das viaturas provenientes de particulares, via “AutoSapo Venda Já”.

Como está a evoluir o negócio de salvados e de viaturas penhoradas pelo Estado?

O negócio de “salvados” tem evoluído muito positivamente e atualmente a Manheim já trabalha com 80 % das seguradoras em Portugal. Quanto às viaturas penhoradas pelo Estado temos tido muita oferta para venda. No entanto, temos limitado a aceitação de viaturas, dado que o processo para realização da venda com o Estado ainda é muito complexo.

Mas em breve este será um segmento que poderá conhecer um crescimento exponencial em Portugal.

 

“Auto Sapo Venda Já” com balanço positivo

auto-sapo-venda-fleet magazine_ptAbordou várias vezes a importância da iniciativa “Auto Sapo Venda Já”. Quer concretizá-la em números?

“O balanço da parceria com a PT é extremamente positivo. Veio revolucionar o mercado de usados em Portugal e teve forte impacto para os clientes finais, profissionais do setor e também para os leilões. Em 2014 foram realizadas mais de 300.000 avaliações que geraram perto de 10.000 marcações de inspeção da viatura nos 6 centros Venda Já distribuídos pelo território nacional (Continente).

Atualmente, o ‘Venda Já’ é a referência de preços de viaturas usadas em Portugal, porque é a única oferta firme disponível na Internet com proposta de compra automática. Deste modo, o serviço é utilizado em larga escala por particulares – mas também por profissionais do setor – para avaliarem viaturas que possam vir a vender a outras entidades que não através do ‘Auto Sapo Venda Já’”.