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Tudo o que se quer de um carro está aqui. O novo Renault Mégane traz a motorização 1.6 DCi, que lhe acrescenta um desempenho mais homogéneo. Mas sobe também muito o nível de qualidade a bordo.

Ao entrar para o Renault Mégane, estamos num ambiente onde tudo parece estar colocado no sítio. Se as marcas se esforçam por tornar os habitáculos cada vez mais aprazíveis para o condutor, então a Renault tem levado esse esforço mais adiante. Posição de condução óptima; instrumentação a jeito de ser utilizada; materiais que, sem serem nobres (madeiras, peles), bastam em conforto.

Não se quer mais do que isto de um carro. Para quê subir de segmento se temos aqui tudo o que é necessário? No caso, a Renault fez alguns melhoramentos estéticos e de equipamento que não terão apenas os seus efeitos junto do utilizador, como também se vão reflectir nos valores em usados. E, por consequência, nas rendas.

Estas evoluções de carroçaria e de dispositivos podem desvirtuar a identidade de um modelo, mas o Mégane é daqueles que tem suportado bem a passagem do tempo. Com uma estreia pouco auspiciosa e uma versão duvidosa, mas que funcionou bem para os renting que começavam então a emergir, o Mégane tem sido um dos modelos com mais sucesso junto dos frotistas. Valores residuais sólidos (no tempo deles…), boa qualidade de construção e um sem-número de carroçarias e motorizações fizeram dele um dos carros mais apetecidos das empresas nacionais.

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Esta versão agora chega na altura certa. Posiciona-se como um carro com um nível de equipamento que pouco fica a dever ao segmento acima e, na verdade, só perde em dimensões. Por um lado, no volume da bagageira; por outro, no pisar da estrada que é mais evidente aqui.

Megane 2De resto, vem com algumas novidades que surpreenderiam os condutores da anterior versão. Uma climatização automática bi-zona, equipada com o sensor de toxicidade Air Quality Sensor, que controla a qualidade do ar exterior que entra no habitáculo e inicia, automaticamente, a sua reciclagem é apenas um dos exemplos. Mas o sistema de navegação Carminat TomTom e os seus serviços LIVE (HD Trânsito, Alerta de zonas complicadas, Google Search e previsões meteorológicas) vêm mostrar que a parceria com o líder de tecnologia de localização foi uma jogada certeira.

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Mas como a própria marca diz, é debaixo do capôt que se esconde a principal novidade. O motor Energy dCi 130, de 1.6 litros de cilindrada, estreado no Scénic em 2011, equipa a versão que a FLEET MAGAZINE conduziu. Trata-se de um bloco diesel de nova geração, que já havíamos testado na Nissan e que recolheu algumas opiniões positivas. A descida das emissões 104g de CO2/km e dos consumos para uns anunciados 4l/100 km foram apenas alguns pontos em que os modelos da marca francesa ficaram a ganhar. Concretamente neste Mégane, ganha-se na ligação do motor com o carro no seu todo. O carro passa a ter uma progressão mais suave, fruto de um binário melhorado.

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Mas é no desempenho que se nota mais as diferenças. Com um escalonamento fácil de atingir até às 4.500 rpm, o motor reage muito mais rapidamente e mantém-se com mais facilidade no nível máximo de potência, os 130 cavalos. No tipo de condução oposto, o binário de 320 Nm, disponível a 80% a partir das 1500 rpm, faz com que haja maior suavidade numa condução que procure atingir o anunciado pela marca (nós não conseguimos).

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Outras novidades introduzidas pela Renault neste motor foram também um sistema Stop&Start com recuperação de energia na travagem que faz parte de um sistema de gestão de energia que carrega a bateria com a energia cinética do automóvel.

Esta nova gama de motores vem com as emissões sonoras reduzidas em 50 por cento. A própria corrente de distribuição está revestida a Teflon para reduzir as vibrações. Se o consegue ou não, é impossível de saber. Mas que esta nova versão do Mégane vem melhorar em muito a anterior, isso podemos atestar.