O FCA Group e o Groupe PSA assinaram hoje o memorando de entendimento vinculativo da sua fusão 50/50. Na imagem, Carlos Tavares, Chairman do Conselho de Administração do Groupe PSA, à esquerda, e Mike Manley, CEO do FCA Group, à direita, selaram o acordo.
Aproveitar as oportunidades que a nova era de mobilidade oferece, alocando os recursos e as capacidades de ambos os grupos é o objetivo – dar origem ao quarto maior construtor mundial em termos de volume e ao terceiro maior em termos de volume de negócios.
Diz o Groupe PSA que a entidade resultante desta fusão estará “bem posicionada para fornecer soluções inovadoras, limpas e sustentáveis que garantam a mobilidade das pessoas, tanto em ambientes de rápida urbanização, como em áreas rurais em todo o mundo”.
A combinação resultará num volume de vendas anual de 8,7 milhões de veículos, com um volume de negócios de aproximadamente 170 mil milhões de euros, um resultado operacional corrente superior a 11 mil milhões de euros e uma margem de lucro operacional de 6,6% (considerando os resultados agregados de 2018). O Groupe PSA avança ainda que o balanço robusto combinado da fusão garante uma significativa flexibilidade financeira e uma vasta margem, quer para a execução de planos estratégicos quer para o investimento em novas tecnologias em todo o ciclo.
Equilíbrio geográfico
A nova entidade terá uma presença global assente num portfólio de marcas complementar, cobrindo todos os segmentos de mercado, desde veículos de luxo, premium e ligeiros de passageiros mainstream, SUV e comerciais ligeiros. As marcas adiantam que a entidade será sustentada pela presença do FCA Group na América do Norte e na América Latina e pela posição do Groupe PSA na Europa. Espera-se que 46% das receitas oriundas sejam da Europa e 43% sejam da América do Norte (tendo em conta números agregados de 2018 de cada empresa).
Sabe-se agora que mais de 65% dos volumes serão concentrados em duas plataformas, com cerca de três milhões de viaturas por ano em cada uma das plataformas – “Pequena” e “Compacta/Média”.
“É proposto nos estatutos da nova sociedade nascida desta combinação que nenhum acionista tenha a capacidade para exercer mais de 30% do total de votos expressos na Assembleia Geral de Acionistas“, diz o Groupe PSA em comunicado.
Prevê-se, ainda, que não se transfiram os direitos de voto duplo, dos atualmente existentes, mas que os novos direitos de votos duplos sejam adquiridos após um período de detenção de 3 anos após a fusão.
Declarações à luz da assinatura do acordo
“A nossa fusão representa uma enorme oportunidade para assumirmos uma posição mais forte na indústria automóvel enquanto procuramos dominar as mudanças para um mundo de mobilidade limpa, segura e sustentável, fornecendo aos nossos clientes produtos, tecnologias e serviços de classe mundial. Estou plenamente convencido de que, fruto do seu imenso talento e mentalidade colaborativa, as nossas equipas irão conseguir alcançar, com entusiasmo, uma performance maximizada.”
– Carlos Tavares, Chairman do Conselho de Administração do Groupe PSA
“Esta é a união de duas empresas com marcas incríveis e equipas de gestão muito qualificadas. Ambas atravessaram tempos difíceis e emergiram como empresas ágeis, inteligentes e formidáveis. As nossas pessoas partilham um traço comum: veem os desafios como oportunidades a abraçar e o caminho a percorrer para nos tornarmos ainda melhores no que fazemos.”
– Mike Manley, CEO do FCA Group
A empresa-mãe terá sede na Holanda e será cotada no Euronext (Paris), na Bolsa Italiana (em Milão) e no New York Stock Exchange. Além disso, beneficiará da sua presença nos mercados francês, italiano e norte-americano.