Num ano atípico, marcado por diversos factores, o mercado de ligeiros cresceu 2,7% em Portugal.

Alguns dos fctores que condicionaram o mercado foram:

  • Entrada em vigor do WLTP e seu impacto sobre as emissões. Consequentemente sobre a tributação do ISV e preço final dos carros;
  • Demora das autoridades fiscais portuguesas em medidas que permitiram neutralizar esse aumento;
  • Falta de motores e componentes que atrasaram a chegada ou lançamento de alguns modelos e versões;
  • Greves em vários portos nacionais.

Mesmo assim, foram quase mais sete mil unidades face aos números finais de 2017.

Este valor poderia ainda assim ter sido mais elevado não fosse um outro factor: a classificação para efeitos de portagens para determinadas viaturas.

Apesar da introdução de novas regras de portagens virem beneficiam alguns SUV, ela surgiu da necessidade de não penalizar modelos comerciais produzidos em Portugal, nomeadamente os novos modelos do grupo PSA.

Contudo, foram precisamente estes que mais sofreram no mercado de dezembro, com quedas próximas dos 30%, mês que, de resto, não é muito favorável para este segmento.

Principais factos a registar:

  • As tabelas de dezembro de 2018 revelam uma queda das matriculas pelo quarto mês consecutivo (desde setembro, data da entrada em vigor do WLTP);
  • Apesar disso, registou-se um crescimento de 2,8% nos ligeiros de passageiros e de 2% nos comerciais ligeiros;
  • Em Dezembro de 2018 foram matriculados em Portugal mais 16.157 automóveis ligeiros de passageiros (17.053 em dezembro de 2017) e 4.060 comerciais ligeiros (4.567 em dezembro de 2017);
  • Os valores totais provisórios de 2018 expresso nas tabelas da ACAP mostram 228.290 novas matriculas de ligeiros de passageiros (222.129 em 2017) e 39.306 matriculas de  comerciais ligeiros (38.523 em 2017);
  • Em 2018, a Renault volta a liderar as vendas de ligeiros em Portugal, com um crescimento de 4,8%: 39.616 unidades;
  • No ranking seguem-se a Peugeot (7,7%), a Citroën (12,8%), a Mercedes-Benz (menos 0,7%, graças a uma subida de 33,8% em dezembro, antecipando o impacto do ISV sobre as motorizações mais elevadas), a Fiat (15,5% a pouco mais de 300 unidades da MB), a Nissan (mais 14,5%, fruto de um crescimento do volume de matrículas de 63,9% (!) por razões semelhantes à Mercedes-Benz, Opel (menos 4,2%), BMW (menos 5%), Volkswagen (menos 25,1%) e Toyota (14,6%);
  • Entre as marcas abaixo das 10 mil unidades anuais e acima das 1000 matriculas feitas em 2018 destaque para os crescimentos da Seat, Volvo, Hyundai, Mitsubishi, Honda, Jeep e Alfa Romeo;
  • Em sentido oposto, no final de 2018, a Audi perdeu praticamente metade da quota de mercado obtida em 2017, descendo também a Mazda (menos 10,6%), a Skoda (menos 21,4%) e a Dacia (menos 0,7%);
  • Olhando exclusivamente para o TOP 10 dos modelos de passageiros, o ranking de 2018 é composto da seguinte forma: Renault, Peugeot, Mercedes-Benz, Nissan, Fiat, BMW, Citroen, Opel, Volkswagen e Toyota;
  • Já o Top 10 dos comerciais é composto pelas seguintes marcas: Renault, Peugeot, Citroen, Fiat, Ford, Toyota, Opel, Mercedes-Benz, Iveco e Volkswagen;
  • Em 2018, o turismo e a atividade do rent-a-car em particular foram as grandes dinamizadoras do mercado.

Estas são as tabelas do mercado automóvel de 2018 compilada pela ACAP – Associação Automóvel de Portugal