Em Julho de 2020, as vendas de automóveis ligeiros só recuaram 17,8% face ao mesmo mês de 2019, significativamente menos do que a contracção de 53,7% registada pelo mercado em Junho, a mais elevada a nível europeu.
Apesar deste dado animador, que permitiu ao mercado reduzir as perdas acumuladas de 48,2% para 44,3% nos primeiros sete meses do ano, na verdade, o bom indicador de 17,8% só foi possível porque, em Julho de 2019, o comércio de automóveis novos em Portugal foi também afectado por uma queda homóloga de 5,8%, face a Julho de 2018, traduzido numa redução de 7.397 unidades nas vendas comparadas de Junho e Julho de 2019.
2020 |
2019 | Variação | 2019 | 2018 |
Variação |
|
Junho |
13.423 |
28.971 | -53,7% | 28 971 | 30.429 |
-4,8% |
Julho |
17.738 |
21.574 | -17,8% | 21.574 | 22.909 |
-5,8% |
Expressão numérica |
4.315 |
-7.397 | -7.397 |
-7.520 |
Assim sendo, o número de matrículas de automóveis ligeiros cresceu apenas 4.315 unidades (das quais 4.133 são viaturas de passageiros) entre Junho e Julho de 2020, sendo que o mês de Junho, além de possuir menos um dia útil, incluiu dois feriados que encerraram as vendas em Lisboa (a 10) e no Porto (a 24). Ou seja, possuiu menos dias dedicados ao negócio.
Por outro lado, os indicadores dos anos anteriores relativos a estes meses demonstram a menor expressão de Julho face a Junho, em parte devido à redução das compras do rent-a-car que, geralmente até ao final de Junho, normalizam os respectivos parque para fazer face à procura habitual nos meses de verão. O que não está a acontecer em 2020.
Quanto às marcas mais bem sucedidas, não há grandes novidades: em Julho Renault, Peugeot, Mercedes-Benz, Citroën e BMW ocupam as cinco primeiras posições nas versões de passageiros, enquanto no pódio dos comerciais estão, como é habito, a Peugeot (a única das três a subir 5,8% no número de registos), Citroën e a Renault, a última a descer para o lugar mais baixo.
https://fleetmagazine.pt/2020/08/03/julho-2020-mercado-automovel-portugal/
Balanço do mercado automóvel em Portugal nos primeiros sete meses de 2020
2020 | 2019 | Variação | 2019 | 2018 | Variação | |
Janeiro- Junho | 76.470 | 147.610 | -48,2% | 147.610 | 153.866 | -4,1% |
Janeiro- Julho | 94.208 | 169.184 | -44,1% | 169.184 | 176.775 | -4,3% |
Expressão numérica | 17.738 | 21.574 | 21.574 | 22.909 |
Com bastantes menos dias dedicados ao comércio por razões de encerramento da actividade económica devido ao confinamento, em 2020 mais razões estão a afectar a economia de um modo geral e muito concretamente o comércio automóvel.
Além do quadro comparativo da evolução dos últimos três anos publicado mais acima (que evidenciam uma queda em 2019), estes são alguns dados possíveis de retirar da avaliação à actual situação do mercado automóvel nos primeiros sete meses de 2020, com base nas tabelas compiladas pela ACAP:
– Até ao final do mês de Julho matricularam-se 94.208 viaturas ligeiras, uma redução de 44,3% face às 169.184 que foram registadas em igual período de 2019;
– Porém, no mesmo intervalo de 2019, face ao de 2018, o mercado português já dava sinais de abrandamento, ao recuar 4.3%. Daí até ao final de Dezembro haveria de recuperar, diminuindo, ainda assim, 2% face ao total de 2018;
– Os ligeiros de mercadorias apresentam uma variação percentual negativa (-36,1%) inferior aos ligeiros de passageiros (-45,6%). Contudo, os comerciais ligeiros constituem apenas 15% do total de matrículas de automóveis ligeiros;
– Por marcas automóveis, no acumulado dos primeiros sete meses do ano Renault, Peugeot, Mercedes-Benz, BMW e Citroën ocupam as cinco primeiras posições nas versões de passageiros, enquanto o pódio dos comerciais, no mesmo período, é disputado entre a Peugeot, Citroën e Renault;
– A boa prestação da Citroën no segmento dos comercias permite-lhe ultrapassar a BMW no conjunto dos veículos ligeiros;
– As únicas marcas a superar os resultados obtidos em 2019 são a Porsche e a MAN, a última, em grande medida, devido às vendas obtidas com versões de passageiros;
Porém, entre as 20 marcas melhor classificadas na classe ligeiro de passageiros, apenas cinco reduziram a sua quota de mercado face ao mesmo período de 2019. Por causa da contracção global dos valores em 2020, as restantes conseguiram aumentar a sua presença, com destaque para as duas marcas premium de origem germânica: Mercedes-Benz e BMW: