mercedesbenzvans

Culminou com a apresentação de um protótipo – a Vision Van, mas antes disso a Mercedes-Benz Vans apresentou a sua visão para o futuro dos comerciais ligeiros. E, pelo caminho, mostrou também como encara a logística e distribuição e mesmo a gestão de frota do futuro.

A marca não está preocupada com os resultados económicos e de vendas, como fez questão de lembrar Volker Mornhingher, o presidente da Mercedes-Benz Vans. A questão é que há outras tendências que poderão vir a mudar o negócio deste tipo de viaturas e que são cada vez mais evidentes.

A urbanização, a preocupação por questões ambientais e a digitalização do negócio de retalho ao consumidor vão ter efeitos na forma com são distribuídos, hoje em dia, os produtos.

O evento que a Mercedes-Benz preparou tinha dez pequenos espaços onde se podia ver o que a empresa estava a preparar.

A Mercedes-Benz vai investir cinco milhões de euros no desenvolvimento de soluções que respondam a estes desafios. E, para isso, conta com a colaboração de start-ups especializadas em cada um dos assuntos. Além do mais, e porque encara estes desenvolvimentos num modelo de negócio do mesmo tipo que as start-ups, criou equipas e laboratórios em Estugarda, Berlin e na região de Silicon Valley.

“Queremos passar de fabricante a fornecedor”, disse mesmo o presidente da empresa. A aposta inevitável na mobilidade elétrica é um dos exemplos, mas a alteração do espaço de carga e a própria disposição nas viaturas são assuntos onde a empresa quer ter uma palavra a dizer.

A ideia é estar presente em todo o ciclo da distribuição e do trabalho de um comercial ligeiro. “O van do futuro deve saber o que carrega, quando entrega e até gerir a expectativa do cliente”, disse Mornhingher. “Queremos fazer sistemas de transporte, aproximar os clientes dos seus fornecedores. E a resposta está nas plataformas”.

O programa adVANce quer desenvolver aplicações relacionadas com o transporte e feitas à medida, que vão ter um impacto enorme na gestão de frota das empresas.

Além disso, quer ser um dos agentes de desenvolvimento de soluções de entregas “last mile”, que é considerado, hoje em dia, um dos itens mais críticos na distribuição urbana.

Com o encerramento dos centros urbanos a todo o tipo de viaturas ou a restrição cada vez mais acentuada, as entregas nesses locais exigem que os últimos quilómetros de da distribuição sejam considerados à parte, envolvendo muitas vezes plataformas logísticas de pequena dimensão e viaturas e horários ajustados. Neste capítulo, a Mercedes-Benz está a desenvolver estações de carga inteligentes e a preparar as viaturas para servirem elas próprias como centrais para drones ou robots.

Mercedes-Benz também quer entrar a jogo na mobilidade. Não é um assunto novo, já que segue com uma experiência de alguns anos na sua plataforma de carsharing (o car2go.com). A partir daqui, vai tentar replicar o mesmo modelo para comerciais ligeiros, mas com mais alternativas para a utilização sem compra – o pay-per-use.

Cerca de 200 pessoas estão envolvidas nestes projetos. A marca tem consciência de que estes novos desenvolvimentos apontam numa direção diferente da tradicional como construtor. E nem sequer se preocupa com o retorno dos 500 milhões de euros investidos. “Trata-se de uma mentalidade de start-up”, disse Mornhingher.