Com o anúncio de uma parceria a nível internacional com a Leaseplan no remarketing de usados, a Autorola voltou a chamar a atenção como uma das empresas de leilões online com maior evolução no mercado.
A penetração de mercado que têm tido e a troca de informação além das fronteiras, dá um conhecimento que permite explicar, nesta entrevista, que oportunidades para escoamento de usados ainda existem. Mas a empresa não quer parar por aqui. Miguel Vassalo adianta que, no futuro, a Autorola poderá viar a ser uma verdadeira loja online de carros usados, onde o cliente compra e recebe o produto em casa. “Poderemos vir a ser a Amazon deste mercado”, diz o responsável pela leiloeira em Portugal.
Quantas viaturas estão a vender em Portugal neste momento?
Não gostava muito de falar em números em detalhe, mas crescemos 30% em carros transaccionados de 2010 para 2011. Este é um dado particularmente revelante, porque as leiloeiras físicas terão descido nessa ordem. Este ano, estimamos manter esse crescimento e o indicador destes primeiros seis meses aponta para um crescimento ainda maior.
Mas tendo em conta que o mercado não está a comprar usados, isso significa que estão a ganhar quota de mercado a uma velocidade muito maior?
Sim, o online está a ganhar quota de mercado e nós estamos especialmente bem posicionados. A crise tem-se revelado uma oportunidade para a Autorola. Neste momento, os operadores procuram outras formas de vender os seus usados. As mentes estão mais abertas. Em 2011 e este ano, tivemos muitos clientes que começaram a fazer operações online quando antes não o faziam.
Qual é a apetência dos compradores não nacionais para os usados?
Há um desafio que é comum entre nós, a Holanda e a Dinamarca: os impostos. A Holanda faz um sistema mais aberto, em que existe um retorno de ISV com carros até cinco anos – em Portugal o limite é de três anos, gradualmente em 75%, 50% e 25%. Temos portugueses a comprar lá fora, mas também temos frotistas a vender lá fora. Se, até 2010, o nível de importação era superior ao de exortação, hoje em dia passa-se o contrário.
Que produtos nacionais é que são competitivos para os outros países?
Os vans são muito competitivos lá fora. A falta de actividade económica fez com que se consiga melhores valores para venda. E, como não existe o factor de imposto automóvel, somos competitivos. Há países no centro da Europa que procuram muito e pagam melhor esse tipo de carros.
Outra situação é a dos ligeiros de passageiros. Somos penalizados pelo imposto automóvel, o que faz com que os nossos carros não sejam competitivos. No entanto, há excepções. Carros com um ou dois anos onde se vai buscar, respectivamente, 50 ou 75% do ISV fazem parte delas. Os carros de segmento A/B, a gasolina, têm procura. Embora sem um posicionamento brilhante, temos conseguido bons resultados.
São os carros que saem do rent-a-car?
Sim, nessa área trabalhamos muito em parceria com importadores e rent-a-car. É particularmente interessante para essas empresas aliviarem a pressão do mercado. Principalmente, se tivermos em conta que se trata de volumes de 300/400 unidades de cada vez.
Na importação, ainda há mercados que valem a pena?
A importação desceu. No entanto, ainda há países que são preferenciais. Na Bélgica, França e Espanha ainda é possível encontrar bons negócios, sobretudo nos segmentos C e D. Bélgica e França distinguem-se pela qualidade do produto, Espanha pelo preço.