Como empresas estão a adaptar a mobilidade profissional a um novo modelo de economia e de sociedade?

O panorama das frotas tem vindo a mudar rapidamente.

Apesar de o automóvel continuar como o instrumento prioritário da mobilidade empresarial, o aumento da carga fiscal e a imprevisibilidade da própria actividade económica leva as organizações a olhar para outras soluções além das tradicionais.

Dependendo da actividade e das vantagens contabilísticas ou fiscais, ou até do modelo de gestão da frota ou da empresa, a propriedade do veículo pode ser encarada como um activo, mas constituir também um risco face ao elevado potencial de desvalorização ou ao aumento imprevisto dos seus custos de utilização.

Por outro lado, as direcções de frota estão mais profissionalizadas e informadas, todos os dias surgindo novas soluções que prometem vantagens competitivas para o negócio e, como tal, desafiantes desse ponto de vista.

Com cada vez mais empresários em nome individual a assumirem o rumo da sua própria actividade, criando com isso um novo e apetecível canal para muitas gestoras de frota, o desenvolvimento exponencial das capacidades oferecidas pela internet veio também
influenciar as necessidades de mobilidade: mais reuniões decorrem através de plataformas digitais, dispensando a deslocação física dos intervenientes entre locais, enquanto o número crescente de portugueses que já aderiram ao comércio electrónico e que recebem
as suas compras em casa, são exemplos divergentes de como as exigências de transporte mudaram nos últimos anos devido a único factor.

Há cada vez mais procura de soluções de mobilidade flexíveis, com reduzidos custos de utilização e de baixo risco, sobretudo fiscal

Nas empresas, a utilização de veículos eléctricos e electrifcados já não é encarada apenas numa perspectiva de redução dos custos de utilização, por via dos consumos ou dos benefício fiscais associados, mas também como forma de redução da pegada ambiental da empresa, fundamental para os respectivos relatórios de sustentabilidade.

Outras vezes, por razões não imediatamente óbvias: o estacionamento gratuito para carros eléctricos em algumas cidades como Lisboa (ou até a perspectiva futura de só com este
tipo de carros vir a conseguir aceder a determinadas zonas urbanas), pode justificar o investimento necessário numa rede própria de carregamento.

A subcontratação de frota é outra realidade presente nas empresas, mais notório naquelas que atuam na área da distribuição.

O crescimento do comércio electrónico e a dificuldade de contratação de motoristas tem levado que até grandes empresas desta área recorram a esta via.

Sobretudo em momentos especiais de pico operacional ou para cobertura de determinadas áreas geográficas, o que tem levado à criação de pequenas empresas que começam por se equipar no mercado de veículos usados ou fazendo uso de alugueres temporários junto de
companhias de rent-a-car.

O uso partilhado de um veículo ou até de uma viagem passou igualmente a ser uma prática mais recorrente. Seja através da rotatividade de viaturas de pool afectas a departamentos
ou serviços, em vez de utilizadores individuais, como forma de racionalização e rentabilização de recursos.

Resultado: são menos viaturas a rodar entre mais utilizadores, o que obriga a uma gestão mais apurada e planeada da sua utilização.

Com objectivo idêntico, mas de forma também conveniente, devido aos benefícios fiscais associados à sua utilização por parte de profissionais, está a ser feito um uso crescente do
serviço de car-sharing, cujo número de empresas e de frota disponível tem aumentado em Portugal, com tarifário e serviços próprios para empresas.