Mobilidade suave, mobilidade ativa ou mobilidade não motorizada é um termo abrangente que inclui até a deslocação a pé.

A promoção desta forma de mobilidade é encorajada por razões de saúde física e mental, redução da poluição, incluindo a sonora, mas também económicos, ao reduzir o gasto energético, nomeadamente de combustíveis fósseis.

A mobilidade suave é ponto importante de um outro conceito, o das cidades inteligentes.

A mobilidade urbana quer-se mais sustentável, amiga do ambiente, “amiga” e geradora de bem-estar dos cidadãos.

A eletrificação vem complementar o conceito original da mobilidade suave. Igualmente silenciosa e não poluente, permite deslocações mais rápidas e com menos esforço.

É também uma solução ágil, prática e económica de muitos negócios atuarem em ambiente urbano: distribuição postal e entrega de bens alimentares é algo a que já nos habituámos, mas o futuro vai trazer-nos a entrega mais rápida de muitos outros artigos adquiridos através da internet.

A mobilidade suave partilhada, sobretudo a eletrificada, obteve rapidamente a adesão dos portugueses. A pandemia veio refrear o crescimento deste negócio, porém, ele está a regressar em força a algumas cidades e a expandir-se para novas localidades.

Em 2019, o vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa referia que mais de 20 mil pessoas utilizavam diariamente este serviço na capital.

Formas de mobilidade suave eletrificadas

Além das deslocações a pé, de skate ou de patins, estes são alguns veículos com eletrificação já disponíveis em Portugal.

Trotinete elétrica

Das mais simples às mais sofisticadas, existem para todos os gostos, idades e até tipo de terreno.

Os preços podem começar pouco acima dos 100 euros e oferecem a vantagem de serem mais leves do que uma bicicleta e poderem ser dobráveis, o que facilita o transporte se o utilizador residir num prédio ou o acondicionamento no interior de um automóvel.

A bateria é carregável numa vulgar tomada doméstica e, em regra e mais uma vez dependendo da capacidade, precisa de pelo menos três horas para abastecer por completo.

Bicicleta elétrica e/ou draisiana

Na realidade só variam na forma e no tamanho. O nome draisiana era a designação inicial da bicicleta e possuem dimensões pouco maiores do que uma trotinete.

Oferecem por isso as mesmas vantagens.

Práticas e leves são também algumas bicicletas dobráveis, mais indicadas para deslocações mais curtas.

A redução do volume permite-lhes poderem ser facilmente guardadas na mala de um automóvel.

As bicicletas mais convencionais, não dobráveis, sendo menos práticas neste aspeto, são mais robustas e geralmente mais confortáveis.

As bicicletas permitem também retirar a bateria para facilitar a operação de carregamento, que pode chegar às sete horas.

Scooter elétrica

A Cooltra atua no negócio do aluguer de scooters elétricas.

Mas existem cada vez mais marcas a venderem este tipo de modelo em Portugal, proveniente sobretudo na China.

Ao contrário das trotinetes e bicicletas elétricas, limitadas a uma velocidade máxima de 25 km/h, a circulação em scooters é abrangida por normais mais restritivas do código da estrada.

O tipo de utilização, a velocidade, a autonomia, o peso e a robustez colocam-nas num patamar mais elevado, embora com um custo de aquisição bastante acessível.

A Super Soco é uma marca recente em Portugal e dispõe de modelos indicados para entregas urbanas.

A Velca é outra marca recém-chegada ao mercado português e que também disponibiliza modelos 100% elétricos e com bateria removível.

Objeto de mobilidade

mobilidade suave
Citroën Ami

Nuno Morgado Marques, diretor da Citroën para Portugal e Espanha, em entrevista à Fleet Magazine, apresentou desta forma o Citroën Ami: “não é um carro; é um objeto de mobilidade. Segundo a legislação nacional é um quadriciclo”.

O último facto impede-o de aceder aos benefícios fiscais atualmente em vigor. Porém, quadriciclo ou simples objeto, o responsável da marca francesa destacava a sua utilidade para as empresas.

“Para o profissional que trabalha só na região de Lisboa ou na região do Porto, ou noutra grande cidade em Portugal, que tem de fazer deslocações urbanas, há melhor produto do que este? Ou para a distribuição urbana, existem soluções idênticas em termos de mobilidade e economia, com algum espaço de carga?”.

Não podendo ser considerado um produto de mobilidade suave, o Ami é, muito provavelmente, o prenúncio de uma outra forma de mobilidade elétrica essencialmente urbana, já que não pode circular em autoestradas ou vias rápidas.

Tem a velocidade máxima limitada a 45 km/h, autonomia até 70 km e, além da versão de dois lugares, existe uma outra com espaço de cargo no lugar do banco do passageiro.

É simples, é prático, não é confortável, mas mesmo assim permite circular com mais conforto em dias de chuva.