HJDados revelados na edição de Junho da Fleet Magazine mostram como o renting, até aqui um modelo de financiamento imaculado no que toca a oscilações do mercado, está em queda. Pior que isso é que esses números mostram também uma tendência para o renting estar a perder importância no mercado automóvel, como revelam os dados do primeiro trimestre deste ano que ali são analisados.

Uma conclusão rápida acerca destes valores será que o renting, pelo menos na produção de contratos novos, está a perder peso em relação a outros modelos de financiamento. Quais, pergunta-se, mas acho que a questão é como é que isso acontece.

Os dados que a ALF fez sair, a partir de um estudo elaborado com a Universidade Católica, dizem que poucas empresas e de pequena dimensão utilizam esta alternativa. Preferem o leasing ou o crédito bancário. E sugerem que conseguem preços mais baixos para as suas viaturas através desses dispositivos, uma crença com vários flancos por onde pode ser contestada. Há outra nota que vale a penar ver com atenção. As empresas contactadas dizem também que o principal ponto de acesso ao renting está na banca. Significa isto que há ainda algum trabalho de campo por fazer junto destes clientes? Ou, como também é sugerido, trata-se mais de um trabalho de pedagogia do que comercial?

Há empresas que perceberam isto e reagiram. A Rede Rino, do grupo MCoutinho, um dos maiores grupos do sector automóvel em Portugal (já não só no retalho…) olha para estes clientes e apresenta-lhes serviços de reparação e manutenção, marcando assim o primeiro golo desta partida. Uma gestora como a Finlog é confrontada com uma vontade desmedida das empresas estenderem a duração dos seus contratos (falam já em sete anos!) e reorienta o seu negócio. Talvez com o suporte do grupo Salvador Caetano, um dos donos, apresenta um leque de serviços desligado do financiamento das viaturas. Como Jorge Costa Silva coloca a questão, o mercado de gestão de frotas vai ter muito mais crescimento que o de renting. A ser verdade, significa uma clara reestruturação do mercado para direções onde as oportunidades são mais do que muitas. Gestão de frotas, gerir a frota. Renting, financiar. Será mesmo assim? Veremos.