Portugueses deverão comprar 230 mil veículos novos, refere Observador Cetelem Automóvel 2019

Dos 13 países europeus analisados pelo estudo realizado anualmente pelo Cetelem (ficha técnica no final), Portugal registou, em 2018, o sexto maior crescimento do mercado automóvel, a seguir à Hungria, Polónia, Holanda e Espanha – todos acima dos 7 pontos percentuais – e França, neste caso, com crescimento de 3%.

Já no que se refere a EU28, a prestação portuguesa foi menos elevada.

A principal conclusão deste estudo é uma tendência para um crescimento residual do mercado português e para uma recessão na Europa, com uma quebra estimada de 2,5%.

Assim, entre os países analisados pelo Observador Cetelem Automóvel 2019, Portugal crescerá 0,7% e apenas a Espanha e Eslováquia registarão também variações positivas, de 2,2% e de 2 pontos percentuais, respetivamente.

«O mercado europeu atingiu em 2018 valores similares ao contexto pré-crise de 2008, com cerca de 16 milhões de veículos novos vendidos a particulares. A recessão nas vendas de veículos a privados parece atingir países com grande tradição no sector, como o Reino Unido ou Itália. Mas o mercado automóvel de particulares em Portugal também não sai ileso, pelo que, depois do crescimento registado em 2018, deveremos assistir a uma estabilização nas vendas. Quanto às motorizações, as estratégias globais que visam diminuir a importância do diesel e potenciar os veículos elétricos estão a resultar em parte. Se os veículos movidos a gasolina aumentaram significativamente nos últimos anos, e não se prevê que abrandem a curto prazo, os híbridos e os elétricos não ultrapassam, para já, os 6%, e os dados apontam que se aproximarão dos 10% em 2020», sublinha Pedro Nuno Ferreira, Diretor Automóvel do Cetelem.

Mercado Mundial

À escala global, desde 2010 que se registava um crescimento acentuado, sempre na ordem dos 5%.

No entanto, refere este estudo desenvolvido pelo Cetelem, no segundo semestre de 2018 assistiu-se ao que parece ser um novo paradigma no setor automóvel, com contração do mercado, o que levou a um crescimento de cerca de 1 ponto percentual.

Para 2019 prevê-se uma estagnação, em larga medida devido à quebra registada na China a partir de julho, que implicou uma retração no final do ano de 4,1% (mesmo que este ano volte a crescer, com previsões na ordem dos 2,9%).

Nos EUA assistiu-se a uma quase estagnação, com valores a rondarem 0,3%. Em 2019 espera-se nova quebra do mercado norte-americano (-3,9%).

O mercado japonês continua em quebra, embora seja inferior ao que se verificou em 2017 – menos 3 pontos percentuais contra os anteriores -7,1%.

No Brasil o crescimento muito forte, na ordem dos 13,1%, será transformado em quase metade em 2019, esperando-se agora que atinja os 7,2%.

Estado da Arte das motorizações

O estudo Cetelem debruça-se igualmente sobre o actual estágio de evolução e potencial de procura das diferentes motorizações.

No caso dos automóveis a combustão interna, a quota de mercado dos veículos a gasolina continua a crescer e estima-se que, em 2018, tenha chegado aos 54%.

Ou seja, mais 6 pontos percentuais que em 2016, e bem acima dos 33% de 2014.

As previsões até 2020 apontam para um crescimento constante (2 pontos percentuais ao ano, até aos 58%).

Já o diesel continua a perder expressão (40% em 2018, menos 7 pontos que em 2017 e menos 24% que em 2014); as quebras serão também constantes (4 pontos percentuais ao ano, até aos 32%).

Entre os motores mais inovadores, o destaque vai para os híbridos, que chegaram em 2018 aos 5% de quota de mercado.

Um crescimento constante, pois prevê-se que a sua quota em 2019 seja de 6% e em 2020 de 7 pontos percentuais.

Quanto aos veículos elétricos, as vendas continuam a ser residuais: menos de 1%, e sem expetativa para os próximos dois anos, pois a sua quota de mercado não deverá ultrapassar os 3%.

Regista-se um crescimento constante do setor de novas motorizações hibridas e elétricas – que não passava os 3% em 2014, e é agora de 6% e em 2020 deve chegar aos 10 pontos percentuais.

No entanto, lembra o documento, há ainda um caminho a percorrer, que deverá passar por um forte investimento e apoios fiscais, isto se se pretender aumentar a quota destes veículos à escala global.

Ficha técnica do estudo

Para o Observador Cetelem Automóvel 2019, as análises económicas e de marketing, bem como as previsões, foram realizadas em colaboração com a empresa de estudos e consultoria C-Ways (www.c-ways.com).

As entrevistas no terreno foram conduzidas pela Harris Interactive, durante os meses de junho e julho de 2018, na África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, China, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão, México, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido e Turquia.

No total, foram inquiridos pela CAWI mais de 10.600 indivíduos em 16 países, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos.

A representatividade da amostra é assegurada pelo método de quotas (sexo, idade).

Em Portugal foram realizadas 500 entrevistas.

Cetelem é a marca do Banco BNP Paribas Personal Finance. Cartões de crédito, crédito pessoal, soluções automóvel e seguros são os principais produtos comercializados pelo Cetelem

http://fleetmagazine.pt/2018/01/26/portugueses-estao-os-fieis-marca-automovel/