Principais conclusões da habitual avaliação anual da Arval ao estado e expectativa de desempenho das frotas das empresas em várias países, incluindo Portugal.
Nota prévia: a presente avaliação incide sobre a fase pós-pandémica e termina antes do início da guerra na Ucrânia. Contudo, tem em conta o desequilíbrio da cadeia de fornecimento de matérias primas, de componentes e de produtos, fatores que estão a contribuir ativamente para escalada da inflação.
1. Indicadores de resiliência das frotas nacionais
- 96% dos decisores de empresas portuguesas participantes no estudo da Arval antecipam que a sua frota se manterá estável (71%) ou até aumentará (25%) nos próximos 3 anos, alinhando com a média europeia;
- Das 25% de empresas que esperam aumentar a frota, 47% são motivadas pelo crescimento do negócio e pelo desenvolvimento de novos modelos de negócio;
- A perspetiva de crescimento das frotas está bem identificada com as necessidades relacionadas com o recrutamento de novos colaboradores e retenção de talentos;
- 24% deste grupo de empresas está a ponderar propor viaturas a colaboradores sem prévia elegibilidade para viatura de empresa;
- 25% das empresas portuguesas já têm ou consideram uma mudança na sua política de mobilidade/frota, em resultado do desenvolvimento de modelos de trabalho híbrido, com introdução do teletrabalho;
- E por causa do teletrabalho, 43% das empresas já mudaram a política de frota em termos de quilometragem ou modelo das viaturas, 27% consideram soluções alternativas de mobilidade, 36% referem o carsharing e cerca de 8% encaram soluções alternativas de mobilidade para colaboradores sem direito a viatura.
2. O renting e a digitalização cada vez mais como instrumentos de gestão de frota nas PME (*)
- A procura pelo uso de renting cresceu em Portugal de 7% em 2020 (pré Covid) para 11% em 2022 (pós Covid);
- 35% das PME auscultadas declaram que planeiam aumentar ou introduzir este modelo de financiamento nas suas frotas nos próximos 3 anos;
- 1/4 das PME declara a intenção de aumentar ou começar a utilizar este modelo de financiamento nas próximas aquisições;
- 16% das aquisições de viaturas nas PME passam por um processo de escolha e compra totalmente digital, sendo que 35% destas empresas revelam que preferem uma combinação de contacto pessoal e digital para a seleção e encomenda de um carro novo;
- 68% dos decisores das PME procuram informação através do contacto direto com o concessionário, 30% procuram recomendações de outros, 23% recorre a informações no parceiro de renting e 19% deste segmento de empresas utiliza a comparação entre website.
(*) Imagem da forma atual de financiamento automóvel das PME: 47% utiliza a compra direta (seja por fundos próprios ou outra forma de crédito não automóvel), 34% recorre ao leasing financeiro (também é a escolha de 34% das empresas), 11% utiliza o renting e 9% recorre ao crédito automóvel.
3. Energias alternativas cada vez mais presentes nas frotas nacionais
- 47% das empresas presentes no estudo da Arval já utilizam, pelo menos, um veículo com tecnologia híbrida, plug-in ou 100% elétrico;
- As respostas indiciam que 69% das empresas em Portugal integre esta tipologia de viatura na sua frota nos próximos 3 anos;
- Cerca de 4 em cada 10 empresas diz já utilizar ou pensar vir a utilizar veículos híbridos e híbridos plug-in nos próximos três anos;
- 8% das empresas portuguesas (contra 19% da média europeia) já possuem viaturas 100% elétricas no seu parque automóvel;
- 27% conta vir a integrar este tipo de veículo na frota ao longo dos próximos três anos;
- 5% das empresas portuguesas possuem comerciais 100% elétricos, contra 8% da média europeia;
- Entre as razões que motivam a transição nas frotas de passageiros estão a redução do impacto ambiental (28%) e a redução dos encargos financeiros para as empresas em relação às alternativas a gasolina ou diesel (29%);
- Neste sentido, 1/4 das empresas portuguesas estão a alterar a sua estrutura de frota, para cumprir políticas de sustentabilidade (vs 40% da média na Europa);
- Além do preço de aquisição, a escassa oferta de pontos de carregamento nos escritórios nas residências dos colaboradores e também da rede pública está no topo das principais barreiras à adoção de viaturas 100% elétricas;
- 21% das empresas que já têm instalados postos de carregamento para viaturas elétricas adotam uma política de autorização aos colaboradores para carregarem os seus veículos gratuitamente;
- 17% dizem que debitam os funcionários pelo uso da infraestrutura;
- 13% estão a subsidiar a instalação de carregadores em casa dos utilizadores.
4. Automóvel continua a ser o principal meio de locomoção
- Em Portugal, o automóvel particular é utilizado por 56% dos colaboradores nas deslocações casa-trabalho;
- 28% das empresas inquiridas no estudo da Arval utiliza o transporte público para o mesmo percurso;
- 14% recorre à partilha de viatura como forma de mobilidade no seu trajeto diário para o trabalho;
- 68% de empresas (vs. 65% na média europeia) diz já utilizar, pelo menos, uma solução de mobilidade alternativa em substituição da utilização do carro da empresa: transportes públicos, viaturas partilhadas; serviço TVDE; plafond de mobilidade; benefício a colaboradores que permite o acesso a viatura com dedução no vencimento; utilização de motos, bicicletas normais ou elétricas, bem como a utilização de aluguer de médio prazo.
5. Uso da Telemetria em Portugal superior à média europeia
- 40% das empresas portuguesas já utilizam veículos conectados através da telemática para permitir a transmissão de dados de veículos em movimento. Este valor é superior aos 33% da média na Europa;
- Os principais motivos apontados para a utilização de viaturas conectadas prendem-se com a melhoria da segurança e a facilidade de localização das viaturas (32%) e a redução dos encargos com a frota (23%). Média na Europa de 39% e 26%, respetivamente.
- Porém, apenas 17% das empresas olham para a telemetria como ferramenta para melhorar a eficiência operacional, contra 30% da média europeia;
- Dado bastante interessante, só 8% das empresas portuguesas referem o uso da telemetria como instrumento de melhoria da segurança e comportamento dos condutores, contra 29% da média das empresas na Europa.
Ficha técnica do Arval Mobility Observatory
O presente estudo do Arval Mobility Observatory consistiu em entrevistas telefónicas com gestores de frota de 7.576 empresas (5.896 das quais na Europa) e decorreu entre 25 de novembro de 2021 e 11 de fevereiro de 2022.
Durante a pesquisa, foram abordadas 300 empresas portuguesas.
Aceda ao estudo e aos dados que baseiam as conclusões da avaliação anual das frotas realizada pela Arval.