Em determinados mercados europeus – Portugal não é exceção – o Opel Astra marca presença no parque de muitas empresas.
Mas a sólida imagem da marca alemã, alicerçada na qualidade do produto, não encontra correspondência nas prestações oferecidas pela versão diesel mais acessível, baseada no bloco 1.3 CDTI de 95 cv.
Em resposta a uma concorrência cada vez mais competitiva, com projetos mais atuais, equipados com motores de maior cilindrada, mais potentes e com melhor binário, a marca alemão substituiu a antiga unidade a gasóleo 1.7, por um novo e mais eficiente motor 1.6 CDTI.
Construído em alumínio, o novo motor apresenta dois intervalos de potência: 110 e 136 cv. Mais leve e mais compacto, este motor consegue assim debitar mais potência do que a unidade trocada mas, sobretudo, ter um binário reforçado.
Decisivo é também a redução das emissões. Daí que seja o primeiro de uma nova geração de motores a gasóleo da Opel preparados para cumprirem a norma Euro 6, em vigor a partir de Setembro de 2015.
Design e espaço carecem de atualização
Equipando as três formas de carroçaria do Astra – quatro (sedan) e cinco portas e carrinha (sports tourer) -, apenas as duas últimas recebem a versão com 110 cv.
O motivo é evidente: são as mais procuradas pelo segmento empresarial. Daí um preço – no primeiro caso 24.600 euros, no segundo 25.400 euros, ambos no nível de entrada (Selection) – na linha dos desejos de qualquer gestor concentrado nos efeitos da nova tributação autónoma de viaturas.
Para apreciar a validade desta nova proposta diesel, o regresso ao Astra aconteceu na versão de cinco portas. Sabendo que, à partida, este modelo tem um handicap que não joga a seu favor: apesar de sucessivamente atualizado, a base do projeto remonta a 2009.
E isso nota-se ao nível do interior, mas também do comportamento.
No primeiro caso, o Astra tem o mérito de conservar quotas de habitabilidade que não envergonham. A tal não é estranho o facto de ser, exteriormente, maior do que a concorrência direta. Isso permite-lhe, em comparação direta, conservar uma das maiores distâncias entre eixos.
Contribui também para uma razoável capacidade de mala: 370 litros no “5 portas”, de 500 a 1550 litros, com piso plano, na carrinha (sports tourer).
Se parte do design interior acusa o peso da idade da sua concepção, a qualidade dos materiais e da montagem continua a demonstrar ser uma mais-valia do Astra.
Embora já possa dispor de sistemas actuais de entretenimento e navegação, a maioria dos comandos segue a via tradicional de botões. O que é não deixa de ser uma vantagem para quem não aprecia que a maioria das funções, como as de climatização ou do rádio, estejam concentradas em ecrãs tácteis nem sempre intuitivos de operar.
Atento aos consumos e emissões
Com bloco e cabeça em alumínio, este novo motor conta já com a mais recente tecnologia: injeção direta common rail de alta pressão, turbocompressor de geometria variável e distribuição de quatro válvulas por cilindro.
Além de uma evolução em matéria de consumo e de emissões, este novo motor é mais silencioso e tem um desempenho mais “redondo” do que a anterior unidade 1.7 CDTI.
Contudo, não se esperem grandes rasgos dinâmicos de uma versão concebida para poupar. Apesar de uma resposta suficiente logo às 1500 rpm, o desempenho macio da suspensão e pneus de atrito reduzido desencorajam uma condução mais ativa.
Competente e funcional no seu objetivo base – poupar e garantir custos de manutenção reduzidos – a gama Astra goza de um novo fôlego com este motor. Uma caixa de seis velocidades escalonada a pensar na eficiência e, por isso, com uma relação final muito longa, permite que os consumos, em estrada, fiquem próximos dos anunciados pela marca alemã.
Contudo, em vez da média reclamada de 3,7 l aos 100 km, o computador de bordo registou, no final do ensaio, um consumo combinado de 5,5 litros.
Sistema “IntelliLink” chega ao Astra
Armando Carneiro Gomes, Diretor Comercial da Opel, explica o que pode este sistema oferecer em ambiente profissional:
“O IntelliLink foi desenvolvido a pensar em todo o tipo de utilizadores. Permite integrar aplicações de smartphones e operá-las a partir do aparelho do automóvel. Por exemplo, navegação e “streaming” de áudio são duas funcionalidades que já estão disponíveis. O nosso plano contempla o alargamento da compatibilidade do IntelliLink a aplicações de âmbito ainda mais vasto. Parte fundamental desse plano é o lançamento do sistema OnStar, que oferecerá variados serviços, disponíveis em permanência, desde uma linha 24 Horas até à possibilidade de descarregar mapas via-satélite. O apoio imediato em caso de emergência é outra das valências importantes. E o sistema oferece ainda ligação “wi-fi” 4G no automóvel, que dá para ligar todo o tipo de aparelhos à Internet”.
