No passado mês de julho, o Grupo Ayvens divulgou a edição mais recente do seu estudo Mobility Guide 2024, preparado para disponibilizar aos seus clientes e ao mercado uma análise global, e país a país, do ritmo de eletrificação do parque automóvel. O resultado incorpora o conhecimento do Grupo Ayvens da gestão de um total de 3,4 milhões de veículos e da sua presença em 47 países, e visa apoiar os gestores de frotas na tomada de decisões informadas no sentido da mobilidade sustentável, num contexto volátil e complexo.

A análise é feita considerando diversos fatores, entre eles, a percentagem das vendas que os veículos elétricos representam em cada país, a dimensão e qualidade das infraestruturas de carregamento, os incentivos fiscais existentes, o custo total de utilização (TCO) comparado com os veículos a combustão e a diversidade de modelos disponíveis em cada mercado por parte dos fabricantes.

Numa pontuação global de 0 a 100, os países foram classificados de acordo com o seu nível de maturidade e agrupados em 3 grupos: desenvolvidos, em transição ou emergentes. Portugal, com 60 pontos em 100, integra pela primeira vez o grupo de países desenvolvidos, dos quais fazem parte a Noruega, os Países Baixos e a Finlândia, destacando-se assim por se juntar àqueles países onde os veículos elétricos têm uma presença mais significativa e condições mais favoráveis para a sua adoção.

Se dúvidas houvesse…

Já aqui o referimos anteriormente, e se dúvidas houvesse, a eletrificação das frotas empresariais é irreversível. Aos Gestores de Frota das empresas caberá a responsabilidade de a implementar para o que, a decisão mais racional e segura será seguramente fazê-lo em parceria recorrendo a uma solução de renting e definir com detalhe, em parceria com a locadora, uma estratégia e objetivos concretos de médio prazo.

A transição para a mobilidade elétrica apresenta dificuldades e desafios, mas que os consultores da sua locadora estarão capacitados para identificar e definir como ultrapassar. O desenho da solução deverá ser necessariamente adaptado a cada empresa, assente numa uma abordagem integrada que responda a objetivos de motivação e mobilidade para os colaboradores, controlo de custos da empresa e redução das emissões poluentes com origem na frota. Tudo isto, suportado por ferramentas de controlo que assegurem a correta implementação das medidas e a monitorização dos resultados obtidos face às projeções inicialmente estimadas.

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Mercado dos veículos elétricos: maturidade em construção

No texto publicado na última edição da FLEET MAGAZINE, partilhei perspetivas favoráveis à adoção de veículos elétricos por parte das empresas, resultantes, entre outros fatores, da maior diversidade e qualidade da oferta e, cumulativamente, da descida dos preços de compra (por via da redução dos seus custos de produção e do aumento dos descontos praticados pelos fabricantes) assim como das taxas de juro associadas ao respetivo financiamento.

Sem prejuízo de todos esses fatores se manterem válidos, e do crescimento continuado do mercado dos veículos elétricos, persistem desafios inerentes à imaturidade de uma mudança de paradigma tão significativa, designadamente a volatilidade dos preços e o seu impacto tanto nos valores de revenda como nos custos totais de utilização, as tensões comerciais e geopolíticas entre o Ocidente e a China, as assimetrias no ritmo de expansão e inter-operabilidade das infraestruturas de carregamento e, finalmente, a falta de uma política fiscal harmonizada a nível europeu com incentivos que promovam a transição de forma eficaz.

O renting, a instabilidade e a sustentabilidade

A instabilidade é inimiga do investimento e do consumo e, em consequência daquela e do fim dos incentivos fiscais em alguns mercados, verificou-se nos últimos meses um abrandamento das vendas de veículos 100% elétricos. Esta desaceleração poderá produzir impactos significativos na indústria automóvel dado que esta está obrigada, a partir de 2025, a aumentar significativamente a venda de modelos com emissões mais reduzidas ou nulas, sob pena de, caso tal não aconteça, estarem sujeitos a multas muito avultadas.

Apesar de não existirem evidências de iniciativas por parte do poder político no sentido de retardar a data limite de 2035 a partir da qual não serão vendidos na Europa quaisquer veículos novos com motor a combustão, o facto é que tal poderá vir a ser necessário. Para que a adesão dos consumidores e empresas possa massificar-se ainda falta que os fabricantes sejam capazes de produzir veículos a preços mais económicos, que a infraestrutura cresça em quantidade e acessibilidade e que os estados sincronizem esforços no mesmo sentido, nomeadamente por via da regulação e dos incentivos e sua estabilidade no médio prazo.

É notório que a jornada de transição está ainda condicionada por vários “solavancos” e é precisamente em fases de incerteza e volatilidade no mercado que os benefícios das soluções de renting automóvel para as empresas ganham relevância. Tal como em períodos anteriores, como o da crise financeira precipitada em 2008 e o da crise pandémica em 2020, o renting representou um instrumento determinante para a operacionalidade das frotas das empresas e para a gestão das estruturas de custos que lhes estão associadas, ajudando-as a amortecer os efeitos de desequilíbrios conjunturais no mercado.

De facto, no futuro, e à semelhança da experiência durante essas crises, as empresas poderão prosseguir com a definição dos objetivos de sustentabilidade para as suas organizações em geral, e para as suas frotas em particular, com a garantia do financiamento, cobertura de risco e o apoio consultivo de parceiros experientes e alinhados na mesma estratégia de longo prazo.

O que torna um país pronto para a Mobilidade Elétrica?

A metodologia utilizada no estudo “Ayvens Mobility Guide 2024” analisa seis pilares considerados fundamentais para avaliar o estágio de cada país na transição para veículos elétricos:

  1. Adoção de EV: a participação dos volumes de vendas de EV (PHEV E BEV) no volume total do mercado;
  2. Infraestrutura de carregamento: a qualidade, quantidade e complexidade da infraestrutura de carregamento público em relação ao número de VE que vão precisar de carregar a cada 100 km;
  3. Tributação e regulamentação: incentivos, subsídios ou restrições governamentais que influenciem a adoção de motorizações mais ecológicas;
  4. Gama de modelos elétricos disponível no mercado: número e diversidade de modelos de veículos elétricos a bateria disponíveis no mercado e o número de modelos BEV vendidos nos últimos 12 meses;
  5. Comparação dos custos totais de utilização (TCO) BEV vs ICE: competitividade do custo de utilização de veículos elétricos a bateria em comparação com seus equivalentes com motor de combustão interna. Quanto menos onerosa for a utilização de um BEV, maior será a pontuação;
  6. Importância da sustentabilidade: avaliação das emissões de carbono na produção de energia. Emissões de carbono mais reduzidas e uma maior proporção de energia proveniente de fontes renováveis valem uma avaliação mais elevada.

Faça download do Ayvens Mobility Guide 2024