Apesar da incerteza associada a qualquer exercício de previsão económica, a verdade é que as expectativas para o segundo semestre de 2024 são de que se inicie o ciclo de redução das taxas de juro diretoras por parte do Banco Central Europeu, em consequência do abrandamento da inflação.

A confirmar-se este movimento, atenuar-se-ão os custos totais de utilização estimados para novos contratos de renting e acelerará o ritmo de encomendas de veículos novos.

No mercado automóvel, assistimos a uma dinâmica atípica, em que a oferta por parte dos fabricantes supera a procura por parte dos seus clientes. A capacidade de produção de novos veículos, que havia sido gravemente afetada durante e após o período da pandemia, foi finalmente retomada e as marcas automóveis têm uma quantidade de produto para colocar no mercado que não encontra igual correspondência na procura, quer por empresas quer, em especial, por particulares, em resultado do agravamento dos custos de financiamento ainda em vigor.

Empresas aceleram cada vez mais sem emissões

Primeira descida no TCO Index Ayvens nos últimos 24 meses

Em face das quebras na procura no segmento do retalho, o mercado corporativo voltou a assumir maior relevância para os fabricantes, materializando-se esse foco em políticas comerciais mais ambiciosas ao nível dos preços dos veículos e dos respetivos descontos.

O TCO Index Ayvens (Quadro 1), indicador construído pela Ayvens em 2022, para acompanhar a evolução das variáveis que concorrem para a formação do valor dos alugueres praticados no renting, confirma esta tendência.

Quadro 1

O índice reflete a evolução dos custos de um cabaz de marcas e modelos representativos das vendas a nível nacional e dos contratos de renting celebrados pela Ayvens. Como é visível na imagem, o TCO Index Ayvens registou em março de 2024 a primeira inflexão depois de agravamentos sucessivos desde março de 2022, e que chegaram a elevar os custos em cerca de 30%, valor máximo registado em novembro de 2023.

A redução agora verificada decorre precisamente do movimento descendente dos preços dos veículos bem como das taxas de juro, tendência que se espera que se acentue, assim se confirmem as expectativas de evolução da atividade económica.

Pressão para descida do TCO dos veículos 100% elétricos

As boas notícias podem não ficar por aqui. Se atentarmos à realidade específica dos veículos elétricos, o cenário pode ser ainda mais apelativo e mobilizador da transição energética que temos vindo a destacar e promover em artigos anteriores. Vivemos uma conjuntura na qual se combinam múltiplos fatores que concorrem para o aumento da competitividade das motorizações 100% elétricas e consequente aumento da sua quota nas vendas de veículos, em especial a nível empresarial.

Os custos de produção dos veículos elétricos estão a reduzir em consequência da maior eficiência nos processos de fabrico, maiores economias de escala e também por via da redução de custos de matérias primas tão relevantes como o lítio e a energia.

Por outro lado, em 2025, os fabricantes terão que cumprir quotas de produção correspondentes a uma redução de 15% nas emissões de CO2 dos veículos por si vendidos, obrigando-se a aumentar a percentagem de veículos 100% elétricos no seu mix de produção.

N.º novos modelos 100% elétricos com lançamento em cada ano civil (segmentos A e E)

Quadro 2

Esta imposição legal já conduziu ao aumento da diversidade na oferta de produtos 100% eletrificados (ver Quadro 2) que se prevê aumentar 45% durante o ano 2024, abrangendo todos os segmentos de veículos e, com origem tanto em fabricantes tradicionais como em novos fabricantes que, aproveitando a política europeia para a redução de emissões poluentes, vêem o mercado europeu como destino preferencial dos seus produtos e estão, gradualmente, a aumentar a sua quota de mercado.

A competitividade do TCO dos veículos 100% elétricos, a nível empresarial, é já um dado adquirido e, ainda que alavancado nas isenções fiscais aplicáveis às empresas, o caminho para a paridade de preços com as motorizações a combustão está em movimento acelerado. Os fabricantes estão a fazer progressos significativos no sentido de disponibilizar veículos 100% elétricos a preços cada vez mais acessíveis incluindo os segmentos mais baixos, tornando a transição viável para um maior número de clientes, incluindo os particulares.

Renting e leasing: tudo o que precisa saber

Renting é uma escolha segura

Apesar das incertezas, da volatilidade de alguns movimentos de mercado e da (ainda) reconhecida imaturidade do ecossistema da mobilidade elétrica, a transição energética segue o seu caminho irreversível.

As empresas gestoras de frotas são um agente determinante neste caminho, na medida em que, além de financiarem e facilitarem o acesso a veículos elétricos, assumem a totalidade do risco tecnológico e da obsolescência de um produto cujo ciclo de vida ainda não chegou à maturidade.

O recurso ao renting permite às empresas receber a informação mais atualizada para a sua tomada de decisões num contexto adverso e muito dinâmico, beneficiando de todo o conhecimento e experiência que as empresas gestoras de frota incorporam em resultado da sua relação regular com os fabricantes e com as redes de assistência técnica, desde a compra até à revenda dos veículos no mercado de usados, passando pela respetiva assistência e manutenção durante a sua utilização.

Ao cliente, como é hábito, fica reservada a “espinhosa” missão de desfrutar da suavidade e conforto da condução desta nova forma de mobilidade, mais económica, menos poluente e mais sustentável.