Para quem não se recorda deste título cinematográfico, trata-se da história de um jovem que viaja ao passado num automóvel muito especial e cujas ações criam um novo presente.

Evoco este êxito de bilheteira porque a situação extraordinária que vivemos também nos fez viajar no tempo. Olhando especificamente para o negócio em que operamos, o da mobilidade automóvel, avançámos ao adotarmos massivamente o trabalho remoto, recuámos na economia de partilha com o transporte individual a reconquistar terreno e vimos os efeitos ambientais da redução drástica da poluição rodoviária. Perante estas tendências, exploramos caminhos que a sua empresa pode adotar para capitalizar novas oportunidades de poupança, satisfação dos colaboradores e contributo para a causa ambiental.

Começando pelo transporte individual, por razões óbvias, reconquistou terreno aos transportes em massa, com destaque para o carro, acompanhado em menor medida pela utilização dos chamados modos suaves (bicicleta, trotinetes e andar a pé). Estas últimas conquistam território não apenas naqueles sem condições financeiras para usufruir de um carro, mas também junto de quem tem carro, pois a maior consciência do impacto no próximo que a COVID nos trouxe, transportou-se para a causa ambiental, induzindo-nos a adotar modos de deslocação mais sustentáveis, sempre que possível.

O trabalho remoto e a frota

Simultaneamente, a maioria dos observadores indicam que a adoção do trabalho remoto veio para ficar, ou seja, não regressaremos ao passado em que a prática corrente era estar (quase) sempre nas instalações do empregador. Embora a sua adoção não permaneça nos níveis atuais, irá ocupar um espaço relevante por todos os benefícios que daí advêm. Isto fará com que a distância anual percorrida por pessoa desacelere, efeito que será majorado pelo crescimento, por exemplo, do e-commerce e consequentes entregas “à porta”.

Há, portanto, uma oportunidade da sua empresa reduzir custos. Num cenário hipotético em que um colaborador, com carro da empresa, trabalhe 50% do seu tempo remotamente e, consequentemente, percorra metade dos quilómetros, há um potencial de poupança financeira bastante material. Se tomarmos como exemplo um automóvel SUV do segmento pequeno familiar (e.g. Nissan Qashqai), a redução de 30.000 km anuais para 15.000 km, permite uma poupança direta aproximada de ~1.900 euros anuais (650 euros em rendas de renting, 1.100 euros em combustível e 175 euros em Tributação Autónoma). Pode ainda ter poupanças relacionadas com o seguro automóvel, por via da menor exposição ao risco e consequente redução da sinistralidade.

https://fleetmagazine.pt/2020/03/20/renting-automovel-empresas-2/

Oportunidade para uma transição energética?

Com isto, dá-se também uma grande poupança ambiental. Neste exemplo, de duas toneladas de CO2 por cada carro, e que pode ainda ser majorada significativamente pois, ao reduzir a quilometragem percorrida, aumenta o potencial de adoção de soluções eletrificadas porque a autonomia perde relevância. Se um automóvel 100% elétrico (BEV) pode não satisfazer as necessidades e preocupações de todos os utilizadores, note que 15.000 km anuais representam, em média, 41 km diários e os automóveis plug-in (PHEV) de última geração, percorrem 50 ou mais km com uma carga. Deste modo, junta o útil ao agradável e dá um grande passo na transição energética e ganha experiência na gestão dos desafios envolvidos. Tudo, sem correr qualquer risco porque tem sempre o motor a combustão como suporte. E, com isto, se fizer 75% da utilização de um híbrido plug-in em modo elétrico, poupa mais 1,6 toneladas de CO2.

Assim, a mudança combinada da redução de quilometragem acompanhada da adoção de um PHEV, permite-lhe reduzir 8% da sua pegada ecológica e 23% dos seus custos.

Um outro efeito relevante a considerar é a alteração do mix de mobilidade utilizado por cada pessoa. Embora o carro seja indispensável, note por exemplo, que nos espaços com elevada densidade populacional e atendendo aos visíveis esforços envidados pelas autarquias na criação de corredores verdes (peões e ciclistas), haverá maior apetência para a utilização de modos suaves de deslocação, em detrimento dos corredores rodoviários. Isto conduzirá à rentabilização da utilização do carro, para deslocações maiores ou que requeiram espaço/conforto. Este efeito, combinado com o crescimento do trabalho remoto, do e-commerce, da consciência ambiental e saúde individual, farão com que, embora a distância anual percorrida por cada pessoa decresça, as deslocações sejam mais curtas e em maior número.

Mobilidade flexível

Por exemplo, ao fazer maior uso dos serviços que estão nas imediações da minha habitação, posso fazê-lo sem recorrer ao carro; caminhando, indo de bicicleta ou trotinete. Esta mutação abre espaço para soluções com esse propósito, nomeadamente bicicletas e trotinetes elétricas. Assim, se quiser ser ainda mais audaz na sua missão, pode utilizar parte da poupança do exemplo acima, para investir em soluções para estas necessidades, disponibilizando aos seus colaboradores trotinetes elétricas (~300 euros) ou bicicletas elétricas (~1.000 euros).

Num cenário de constante mutação e cada vez mais acelerada, precisamos de soluções que acompanhem esta dinâmica incrível e que nos confiram a flexibilidade necessária de adaptação à mudança de circunstâncias, sejam elas de ordem económica ou pessoal. Necessidade essa que é extensível aos seus colaboradores que não têm carro da empresa e vivem os mesmos desafios, particularmente agora num contexto de extrema necessidade de transporte individual. O renting acaba por ser a solução ideal pela sua flexibilidade, sendo que a empresa pode dar uma ajuda importante, facilitando o acesso a condições atrativas, beneficiando da sua capacidade negocial, alavancada na sua frota atual. Embora nem todos os fabricantes de automóveis estejam disponíveis a fazer condições excecionais para um particular pelo simples facto de ser colaborador de uma empresa frotista, existem vários exemplos que o fazem. Por outro lado, com o apoio da sua gestora de frota, pode construir uma oferta personalizada para estes colaboradores, sendo possível criar soluções sem qualquer risco e vínculo contratual da sua empresa, ou seja, o contrato é celebrado diretamente entre a gestora de frota e o seu colaborador.

https://fleetmagazine.pt/2020/09/10/leaseplan/

Reorganização urbana

Em suma, tudo indica que, num mundo pós-COVID, iremos viver uma nova realidade a que muitos chamam de “novo normal”. Apesar de desafiadas, algumas tendências de longo prazo manter-se-ão, como é o caso da mobilidade partilhada e a eletrificação dos automóveis. O desenvolvimento de um sistema multimodal integrado de mobilidade, designado MaaS (Mobility-as-a-Service) vê a sua dificuldade de implementação muito agravada pelo frágil modelo económico e complexidade tecnológica de integração das várias partes interessadas. Por outro lado, embora a deslocalização de zonas ruarais para as cidades se mantenha, o crescimento do trabalho remoto e do e-commerce acelerarão a polarização das cidades e a adoção de novos padrões de mobilidade (mais viagens e mais curtas mas menos distância percorrida). Numa sociedade altamente stressada, a velocidade e eficiência continuam a ser importantes, mas a qualidade de vida, a saúde e a conveniência ganharam relevo, o que poderá conduzir à revisão da topologia dos grandes centros urbanos, mais orientados para a qualidade de vida e com mais espaços para modos suaves de mobilidade. Acelerará, também, o crescimento de modelos de mobilidade mais flexíveis, que se adaptem melhor à mudança, mas que não comprometam a segurança e a individualidade, como é o caso do renting, que, por sua vez, terá de continuar o seu caminho de adaptação com o desenvolvimento de serviços que se adaptem ao novo normal, por exemplo, no que diz respeito à incorporação de soluções que respondam às deslocações muito curtas através de modos suaves.

Da parte da LeasePlan, queremos ajudá-lo a agarrar estas oportunidades. Se, por um lado, já temos uma solução integrada e chave na mão para a eletrificação da sua frota – #StartEletric – fique a saber que temos, também, uma área dedicada à implementação de parcerias que apoiam empresas a facilitarem o acesso aos colaboradores sem carro da empresa a uma solução economicamente viável, com condições excecionais, e com a flexibilidade necessária para os tempos que vivemos. Iremos também lançar, muito em breve, uma solução para as muito curtas deslocações. Fique atento.

Esperamos que o artigo seja útil e que contribua ativamente para conduzir a sua frota no next normal.

https://fleetmagazine.pt/2020/10/14/frotas-comerciais-ligeiros-eletricos-leaseplan/