A mobilidade elétrica é já uma realidade em Portugal, encontrando-se o nosso país no pelotão da frente no que respeita ao número de carregadores elétricos de veículos por habitante, bem como o número de veículos vendidos per capita.
Com vista a avançarmos de forma segura e sustentada, foram renovados os apoios destinados a particulares para aquisição de veículos elétricos e instalação de postos de carregamento domésticos, à semelhança do que tem sido feito nos últimos anos.
No que respeita às empresas, o quadro de apoios é, no entanto, manifestamente insuficiente, pois abrange apenas um pequeno número de veículos por empresa.
Torna-se deste modo urgente – e estamos convictos de que será esse o caminho certo –, que sejam criados incentivos à modernização e eletrificação das frotas das empresas, nomeadamente daquelas em que os veículos automóveis se destinam à atividade produtiva, como é o caso do rent-a-car e do rent-a-cargo, substituindo os velhos veículos a combustão por veículos não poluentes e amigos do ambiente.
É nossa convicção de que o rent-a-car será, neste século, o porta-estandarte da descarbonização da mobilidade automóvel e da racionalização do número de veículos em circulação, nomeadamente através da alteração do paradigma da propriedade pelo da utilização.
No mercado de rent-a-car, o “peso” dos veículos elétricos na composição da frota disponível para aluguer tem crescido gradualmente, cifrando-se já em mais de 2.500 viaturas totalmente elétricas à disposição dos clientes.
Importância da locação automóvel para a descarbonização
Para aqueles que acompanham o sector automóvel e a locação automóvel, dúvidas não parecem restar de que serão os modelos de fornecimento de veículos em sistema de locação (sharing, rent-a-car, renta-cargo, aluguer de media duração e aluguer de longo prazo) que serão os agentes da eletrificação do parque automóvel em circulação.
O nosso país continua a aproximar-se das metas definidas pela União Europeia para a neutralidade carbónica nos transportes, assistindo-se já a muitas mudanças da forma como encaramos a mobilidade. É disso exemplo a cada vez maior utilização de veículos em sistema de locação, partilha e a complementaridade com os meios de mobilidade leves.
Na ARAC entendemos que, a par dos veículos automóveis e meios de mobilidade leves, passando pelas energias que fazem mover todos estes veículos e também das próprias smart cities, urge repensar a mobilidade das pessoas, sobretudo nos meios urbanos.
Enquanto associação nacional dos locadores de veículos, devemos estar na primeira linha dos trabalhos conducentes à diminuição das emissões de gases nocivos para atmosfera de forma a termos um planeta sustentável.
Por isso, a atividade de locação de veículos constitui um dos principais vetores para a transição energética.
Todas as modalidades de aluguer de veículos sem condutor têm como objetivo comum a colocação à disposição dos clientes de veículos automóveis, ou, mais recentemente, de outros meios de mobilidade (neste caso apenas em regime de sharing), distinguindo-se pelo tipo de organização, tipo de clientela e tipos contratuais.
Rent-a-car quer mais carros elétricos para alugar e hub’s de carregamento para estes veículos
Importância económica da locação automóvel
O rent-a-car apresenta anualmente uma faturação de cerca de 800 milhões de euros no que respeita ao aluguer de veículos ligeiros de passageiros e de cerca de 200 milhões de euros no que respeita ao aluguer de veículos ligeiros de mercadorias, o rent-a-cargo.
Enquanto atividade de grande importância para a sociedade e para a economia dos países onde se desenvolve, o Turismo representa em Portugal cerca de 60% da atividade das empresas de rent-a-car, sendo os restantes 40% compostos por clientes empresariais, entidades públicas, veículos de substituição e particulares não turistas.
O aluguer de curta duração, além de ser uma atividade com um grande contributo para a economia nacional é, ao mesmo tempo, um grande contribuinte para as finanças nacionais, entregando anualmente mais de mil milhões de euros provenientes do ISV, IUC, IVA, IRC e ISP.
É também o maior comprador de veículos novos, com cerca de 26% do total das aquisições anuais de veículos ligeiros de passageiros e 12% das aquisições de veículos ligeiros de mercadorias.
Por tudo isto, à semelhança do que aconteceu no início do século passado, com a substituição dos veículos de tração animal pelos veículos motorizados, o rent-a-car está a ser mais uma vez o motor da transformação da mobilidade.