A utilização de combustíveis fósseis nas frotas representa, há bastante tempo, uma preocupação das empresas genericamente e dos CTT em particular. Estando os CTT acima do consumo de 500 TEP anuais (toneladas equivalentes de petróleo), representando um consumidor intensivo de energia, a preocupação com a utilização energética eficiente e a sua redução tem sido um desafio contínuo ao longo dos tempos, conjugando a inovação de mercado com a sustentabilidade económica e operacional inerente ao equilíbrio da empresa.

A preocupação energética, a par com a segurança rodoviária, por estarem intimamente ligadas – fazendo parte da estratégia global da empresa e vertida nas auditorias energéticas e plano de racionalização -, desempenha um dos pilares de atuação da Gestão de Frota dos CTT, visível através do grau de penetração de veículos elétricos na sua frota própria de velocípedes, triciclos, quadriciclos e ligeiros de mercadorias, acima dos 10% numa frota que ultrapassa os 2.500 veículos.

Ecossistema global

A adoção de veículos alternativos face aos veículos de combustão na frota CTT implica não só a análise aos primeiros, ao seu desempenho e redes de assistência técnica per si (elétricos ou outros) mas também a todo o ecossistema necessário à sua existência, como sendo a forma de promover a recarga ou abastecimento (estações próprias ou públicas, nesta última dependente da capilaridade da rede), os custos inerentes à integração de estações próprias de carga, a monitorização de informação sobre as estações e os consumos dos veículos, mantendo a eficiência operacional da empresa sem impactos, bem como a informação necessária para gerir de forma eficiente a frota (custos e km), conjugando todos os vetores de forma global e avaliando a sua implementação a par com as tendências tecnológicas de mercado que permitirão a maior ou menor evolução de cada uma e garantindo os custos de gestão global controlados.

Para que a integração dos veículos alternativos – nomeadamente elétricos – ocorra da melhor forma nas empresas com médias e grandes frotas, a não-disrupção na informação é crítica e existe a necessidade das empresas fornecedoras dos veículos (mas também de todos os serviços conexos como os carregadores e as plataformas tecnológicas associadas aos mesmos ou até dos fornecedores de combustíveis fósseis que começam a olhar para este mercado de forma integrada) entenderem os vários negócios de forma global e assumir que os clientes necessitam de soluções que permitam a totalidade da informação da sua frota e não de forma parcelar e dispersa. Este tema é relevante, dado que vai conviver-se durante algum tempo entre veículos movidos a combustíveis fósseis e energias alternativas, num modelo de vasos comunicantes em que, paulatinamente e mediante os desenvolvimentos tecnológicos e os custos associados a cada solução de frota, a transição de veículos a combustão vai ser feita para os veículos movidos a energias alternativas.

CTT: E-commerce e os desafios à gestão de frota (Parte I)

Cliente e sustentabilidade

A opinião vital e instantânea do cliente, numa sociedade digital cada vez mais consciente da necessidade urgente de ações efetivas que garantam a sustentabilidade do planeta, implica por parte das empresas que a sua awareness sobre o papel ao nível das emissões poluentes e eficiência energética deixe de estar unicamente nos media, mas assuma relevância efetiva implementada.

Os CTT, através da “CTT Expresso”, aumentaram recentemente a integração de circuitos de distribuição last-mile totalmente isentos de emissões poluentes, permitindo aos seus clientes garantir ao cliente final que as suas entregas minimizam a pegada carbónica associada e contribuindo para a sustentabilidade do planeta. A integração destes veículos, que será reforçada em breve, demonstra o caminho que está a ser efetuado pelos CTT em que as preocupações ambientais estão no seu ADN, desde sempre e associadas ao seu modelo de negócio.