Os operadores de rent-a-car estão optimistas para este ano, depois de um 2011 onde os resultados não foram decepcionantes.
A Hertz acredita que o mercado de turismo (virado para a captação de clientes particulares) lhe permite encarar o futuro de forma construtiva. “No entanto”, diz Mara Martin, “existem algumas nuvens no horizonte para as quais é bom estarmos bem conscientes”. Uma dessas nuvens é o efeito de uma ainda maior sazonalidade, em consequência do aumento do peso do turismo face ao mercado nacional.
A outra é a flexibilidade do aluguer de curta duração. “Este abre novas perspectivas no mercado doméstico de empresas, onde as restrições à aquisição e financiamento de automóvel são já hoje uma realidade”, comenta a chefe de departamento da rent-a-car. E adianta ainda que o risco de excesso de capacidade no Inverno pode afectar negativamente a rentabilidade do sector, caso as marcas automóveis tentem compensar com o rent-a-car a queda abrupta que vão sentir no segmento de retalho.
Da Europcar, espera-se que seja um ano muito idêntico ao anterior, em que se registou uma quebra generalizada da actividade dos clientes, mas nos alugueres superiores a 30 dias se verificou um incremento significativo. “No entanto, estamos convencidos que o envelhecimento das frotas de alguns dos nossos concorrentes influenciará a preferência de muitos clientes pela Europcar”, diz Fernando Fagulha, director de vendas e marketing da empresa.
A Avis diz que teve resultados muito positivos, onde os principais objectivos foram atingidos. E destaca os indicadores de satisfação do cliente nomeadamente o “Net Promoters” que atingiu 44%. Para este ano, espera que as condições de mercado se mantenham. “Apostas inovadoras em diferenciação e mobilidade serão determinantes para o alcançar dos nossos objectivos superando as expectativas dos nossos clientes”, diz José Neves, director comercial da rent-a-car.
Fiscalidade a favor do rent-a-car
Estas empresas de aluguer de automóveis estão esperançadas nos efeitos que uma fiscalidade pode ter sobre os frotistas. “Em termos fiscais, os alugueres mais curtos como o AMD (Aluguer de Média Duração) apresentam-se agora mais vantajosos para as empresas, quando comparados com outros métodos de compra”, diz Fernando Petronilho.
E Mara Martin refere que o enquadramento da carga fiscal de 2012 e a contabilização das viaturas nas empresas passa a ser um factor central na decisão do tipo de aquisição e mesmo da utilização das frotas nas empresas. “O rent-a-car várias tem soluções de mobilidade com maior flexibilidade, que vão colhendo mais quota de mercado junto das empresas que vivem momentos de incerteza”, diz a responsável.
José Neves, da Avis, refere agravamentos fiscais muito relevantes ao nível do ISV e IUC. “E observam-se em particular destaque no caso das viaturas comerciais, nomeadamente os derivados de passageiros (vulgarmente conhecidos como “vans”) e as pick-ups 4×4 de cabina dupla, que vão colocar este segmento numa situação muito adversa”.
Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC, diz que as condições actuais poderão trazer clientes para o rent-a-car. “As empresas irão cada vez mais adaptar o número de viaturas locadas às reais necessidades das empresas evitando assim desperdícios com alugueres de duração prolongada”, diz. “Nesta situação o aluguer de curto e médio prazo poderá ver crescer a sua procura – O empresário tem uma grande flexibilidade de ajustar a sua frota às suas necessidades”.
“Temos dois tipos de novos clientes que estão a optar pelos nossos produtos de rent-a-car”, diz Petronilho. “As empresas mais atentas às questões fiscais e aquelas que procuram produtos mais flexíveis em termos de duração no tempo e uma oferta que tenha realmente todos os custos incluídos, sem os habituais custos variáveis adicionais de outros métodos de aquisição de viaturas”.
José Neves também espera mais clientes do mundo empresarial. “A exigência de flexibilizar a gestão da frota ao evoluir das necessidades de cada momento e simultaneamente reduzir as obrigações de financiamento vão direccionar o mercado corporativo para soluções de aluguer como o Avisflex”, diz.