ricardosilvaEm cada edição da Fleet Magazine, irei abordar um tema específico incorporando evidências que facilitem a compreensão e adequação à realidade da sua frota tendo sempre como base uma abordagem “triple bottom line” através da consideração dos três vectores fundamentais a uma gestão holísticamente sustentável: Pessoas-Planeta-Rentabilidade.
Espero, desta forma, ajudá-lo a determinar a melhor solução para as suas necessidades de mobilidade.
Neste artigo, vou dar resposta a duas questões com que muitos gestores se debatem:

1.    Face ao agravamento de ISV, continua a ser economicamente interessante adquirir veículos derivados de turismo (e.g. Opel Corsa Van)?
2.    Quais as diferenças nos custos de utilização e relevância destes quando comparando um veículo ligeiro de passageiros com um ligeiro de mercadorias?
 
Para responder a ambas as questões é fundamental utilizar, como ferramenta de análise, o conceito TCO (Custos Totais de Utilização). Apenas assim conseguiremos ter uma fotografia completa dos custos afetos à frota ou necessidades de mobilidade.

“Perante o agravamento de I.S.V. que sofreram, continua a ser economicamente interessante adquirir veículos derivados de turismo? Existem alternativas?”

Antes de mais, é necessário perceber que os derivados de turismo sofreram agravamentos de custo que podem ir até aos 20%, fruto do aumento de ISV de que foram alvo, o que traz grandes dificuldades a quem utiliza este tipo de veículos como solução de mobilidade e precisa de os substituir por novos.
Perante este cenário, qual a solução? Substituir por veículos de 5 lugares? Substituir por pequenos furgões?
Analisando o gráfico, constata-se que, em média, a renda atual de um derivado de turismo é 17% superior à de um veículo equivalente de passageiros o que, numa primeira análise, nos levaria a responder à questão com um rendondo “Não” até porque, comparativamente a um veículo equivalente de 5 lugares, apresentam a limitação de apenas terem dois lugares o que influencia a flexibilidade de utilização e até a satisfação dos utilizadores.
Acontece, porém, que, analisando o TCO, o resultado inverte-se. Ou seja, na verdade um veículo derivado de turismo é 18% mais económico.
Este fenómeno está maioritariamente relacionado com o facto de os veículos ligeiros de mercadorias usufruírem de dedutibilidade de IVA e de isenção de tributação autónoma, fatores esses que não são visíveis quando se analisa a renda de uma proposta.
Esta constatação é fundamental quando se tem de tomar uma decisão pois, caso se apoie apenas na renda mensal como fator de decisão, correrá o sério risco de agravar os seus custos em 18% quando projetava uma poupança de 17% existindo, portanto, um desvio de 35% entre o projetado e o alcançado!
Assim, apesar do aumento de ISV que estes veículos sofreram, a verdade é que continuam a ser economicamente interessantes quando comparados a veículos equivalentes de 5 lugares, apesar de a diferença ser substancialmente menor à verificada em 2011.

1

“Assim sendo, existem alternativas que permitam reduzir ou, pelo menos, conter custos ?”
 A resposta é sim! Mini-furgões tais como o Citroen Nemo, Fiat Fiorino, Peugeot Bipper e a Renault Kangoo Compact posicionam-se como verdadeiras alternativas, pois permitem-lhe poupanças sobre o TCO de 6% comparativamente aos derivados de turismo (ver gráfico).

2“Quais as diferenças no T.C.O. e relevância destas quando comparando um veículo ligeiro de passageiros com um ligeiro de mercadorias?“

Analisando o gráfico anexo evidenciam-se duas grandes diferenças, os impostos e o combustível.
Num veículo ligeiro de passageiros, os impostos têm um peso médio de 24% face a 3% de um ligeiro de mercadorias e a tomada de consciência deste facto é fundamental para que decida com base nos âmbitos que mais afetam a conta-corrente pois, enquanto num ligeiro de passageiros se tem, antes de mais, de avaliar os impostos inerentes à sua utilização, num ligeiro de mercadorias esta parcela é de somenos importância.
Tome como exemplo dois ligeiros de passageiros com a mesma renda mensal mas em que um custa menos de 25.000 euros e outro mais de 25.000 euros. O veículo que custa mais de 25.000 euros terá um agravamento da tributação autónoma de 10% o que não é visível quando analisa rendas.
O combustível, em média, tem um peso de 17% num veículo ligeiro de passageiros e 28% num ligeiro de mercadorias, fazendo com que seja o custo em que mais se deve focar quando utiliza um ligeiro de mercadorias. Isto torna-se ainda mais importante tendo em conta o aumento sistemático do custo do combustível que faz com que esta parcela venha a pesar cada vez mais na fatura mensal.
3Tome como exemplo dois ligeiros de mercadorias com a mesma renda mensal mas em que um consome, em média, mais 0,5 litros/100 kms. Se considerarmos 3.000 kms mensais, este terá um custo acrescido em combustível de 23€ mensais.

Perante estes dados é, portanto e enquanto decisor, fundamental ter as ferramentas adequadas que lhe permitam tomar uma decisão devidamente fundamentada em dados rigorosos e que apenas peritos estão habilitados para os disponibilizar.
Espero, com esta análise, que o tenha ajudado a tornar a gestão da sua frota ainda mais eficiente e fácil.

Por: Ricardo Silva,
Consultancy Manager na LeasePlan Portugal