pedro serrador Fiat

Objetivo estratégico é aumentar presença nas empresas. O Fiat Tipo é o primeiro passo mas há mais novidades a caminho

Fleet Services, um site específico dedicado ao canal “corporate”, e um conceito inovador de “fleet sharing” são algumas apostas que Pedro Serrador, diretor de frotas da FCA Portugal, acredita que vão conduzir a Fiat a um crescimento de 50% no canal empresarial.

A estas novidades, o responsável pelo canal de frotas junta um grupo de novos modelos e versões, o primeiro dos quais o novo Fiat Tipo (ler ENSAIO), que vai dispor de 3 versões de carroçaria.

Além das razões que justificam as expetativas elevadas para o crescimento em 2016, a entrevista abordou ainda o desempenho das marcas em 2015, com especial incidência na Fiat e na Fiat Professional, ou ainda o valor que a sigla “500” tem vindo a ganhar nas frotas, nomeadamente com o 500L e o 500X.

Pedro Serrador não se furtou também à questão sobre a importância que o valor residual assume, referindo o trabalho global que o grupo tem vindo a fazer, a nível europeu, neste parâmetro tão importante para o apuramento da renda.

Podemos fazer um balanço de 2015 para perceber quanto e como tencionam crescer este ano?

pedro serrador FiatO mercado corporate, para o grupo FCA em Portugal, que, como sabe, além da Fiat, engloba os veículos comerciais Fiat Professional, a Alfa Romeo e a Abarth, representou cerca de 60% das nossas vendas. Incluindo as RaC, um canal bastante importante no nosso caso.

Diria que, só para empresas, 20 a 25% das vendas no conjunto das marcas.

Em 2016 estimamos continuar em sintonia com o crescimento do mercado, manter os números do RaC, mas aumentar significativamente a presença ao nível do canal Fleet.

O nosso objetivo é crescer cerca de 50% face a 2015, baseados não apenas nos modelos que recentemente lançámos, como naqueles que vamos apresentar ao longo de 2016.

O primeiro dos quais o regressado Tipo, não é verdade?

pedro serrador FiatExatamente. O Fiat Tipo, com o qual voltamos em força ao segmento C, que tem uma procura muito significativa junto das empresas, mas também com algumas ferramentas que estamos a desenvolver e que vamos implementar ao longo do ano.

Em 2015, as novidades mais importantes para frotas foram Fiat 500X com motor diesel e a Dobló que “ganhou” de 3 lugares. Mas a procura das empresas foi também muito distribuída entre o Punto e 500 L.

Mas é em 2016 que vamos ter as grandes novidades. O Tipo, como disse, que, a meio do ano, vai receber uma versão de 2 volumes (hatchback) e, no início do último trimestre, a carrinha (station wagon). Todo a gama Tipo assenta numa excelente relação equipamento, benefício, preço, numa volumetria muito generosa e vem de série dotada de equipamentos importantes para as empresas.

Mas, para outro patamar importantíssimo, vamos ter também o Alfa Romeo Giulia.

Em termos de comerciais, contamos com o lançamento da pick-up Fullback, desenvolvida em parceria com a Mitsubishi e baseada na L200 e, mais tarde, vamos substituir a Scudo por um novo modelo que vai permitir-nos estar mais presentes no segmento de transporte de pessoas.

Por fim, o pequeno furgão Fiorino vai ter uma série de melhorias e ser objeto de um restyling.

Além dos modelos referiu também novas soluções. Estamos a falar de financiamento próprio da marca?

pedro serrador FiatSoluções próprias de financiamento já temos através da nossa financeira, a FCA Bank, e até uma oferta modelar de renting, específica para este canal.

Mas vamos trabalhar mais para garantir produtos em função das necessidades do cliente, e a nossa grande aposta vão ser os Fleet Centers e o Fleet Sharing.

No primeiro caso, trata-se de um conjunto de concessionários com características específicas, como uma equipa comercial dedicada, horários alargados, condições especiais para empresas e um conceito de mobilidade total, para que o cliente não fique privado da viatura durante as intervenções.

Estamos ainda a desenvolver uma ideia inovadora, um sistema de “fleet sharing” capaz de permitir ao cliente utilizar pontualmente outra viatura, que não a sua, em função das necessidades. Pode ser um furgão maior ou mais pequeno ou, até, um veículo de passageiros.

Além desta flexibilidade operacional, vamos muito brevemente ter um website específico dirigido ao segmento empresarial.

Uma questão muito importante é o valor residual, por norma baixo. Como vão trabalhar este parâmetro junto das gestoras?

pedro serrador FiatJá está a ser trabalhado. Mas, como sabe, não é uma variável que se altere de um dia para o outro. É um trabalho que está a ser feito em termos europeus, não apenas junto das gestoras, como das entidades que emitem esses feedbacks.

Aquilo que está a ser feito é desmontar alguns mitos como a fiabilidade e, muito concretamente, em relação a Portugal, contamos com o histórico das frotas dos nossos clientes. A verdade é que o VR também varia muito em função do histórico que as gestoras têm, e esse histórico varia consoante o volume de viaturas das gestoras. Daí que a nossa aposta seja criar uma relação mais próxima e fazer com que as gestoras percebam melhor os nossos produtos, o testem e saibam que já inclui extensões de garantia.

A oferta da manutenção programada está também a ser equacionada, sempre na lógica de ir construindo e melhorando os valores residuais e a confiança do cliente.

Duas questões para terminar: poderemos vir a ter, no futuro, uma marca autónoma chamada “Cinquecento” e o Fiat Tipo com propostas para o segmento dos Táxi?

pedro serrador FiatRespondo-lhe já à segunda: não é uma prioridade, não vamos recusar um cliente que nos procure com esse objetivo mas consideramos que o Fiat Tipo tem mais aspirações.

Em relação à primeira, de alguma forma, já temos essa “marca” no mercado. A Fiat é uma família funcional e depois temos a família “aspiracional”, a linha 500.

É um conceito diferenciador, com um DNA muito exclusivo, mas a Fiat também tem outros projetos em desenvolvimento, nomeadamente a linha Abarth, por exemplo.

Não me perguntou mas queria também dizer-lhe, porque é importante e não apenas para as empresas, que todos os motores do grupo FCA são referência em relação às emissões e, portanto, respeitam as regras que estão a ser implementadas e vão estar adequados às normas mais exigentes dos próximos anos.