A gama 2008 foi a mais procurada pelos portugueses em 2021 e foi o SUV compacto mais vendido na Europa no ano passado. E com esta versão 100% elétrica, a marca está a entrar em cada vez mais empresas que procuram os benefícios da mobilidade elétrica.

Na Stellantis, a mobilidade elétrica parece seguir duas regras bastante simples.

  • A primeira, o cliente pode escolher a forma de carro, a cor, o nível de equipamento e depois decidir o tipo de motor, existindo cada vez mais modelos a incluirem a possibilidade de este poder ser 100% elétrico ou híbrido plug-in;
  • A segunda, é a partilha maximizada da plataforma, da bateria e dos motores, sobretudo nas versões eletrificadas.

Dir-se-á que é quase primário este princípio. Mas a verdade é que parece resultar; o cliente pode escolher qualquer opção sem ficar dependente da seleção de motor, e, como é evidente, esta política de partilha assegura uma economia de escala que possibilita a redução dos custos de produção.

A equação do sucesso

Isto explica porque o Peugeot e-2008 utiliza a mesma plataforma, motor e bateria dos “primos” Citroën, DS e Opel, por exemplo, ou até do e-208 e Corsa-e.

https://fleetmagazine.pt/2022/04/11/opel-mokka-eletrico-ou-gasolina/

As velocidades de carregamento são as mesmas, a atitude dinâmica varia consoante a forma e peso da carroçaria e, naturalmente, o consumo anunciado de energia aproxima-se pelas mesmas razões.

O real, como sabemos, depende também do tipo de percurso e de condução.

Quanto a fórmula do sucesso do 2008… não existe! O segredo da receita está em reunir um leque alargado de razões suficientes para satisfazer um leque alargado de gostos e de géneros: uma estética SUV bem conseguida, dimensões musculadas mas compactas que facilitam a condução (a menos que não se aprecie o conceito i-cockpit de posicionamento do volante e do painel) e um espaço interior tão amplo e familiar quanto por fora deixa adivinhar.

Recorre ainda a uma qualidade de construção e ao uso de materiais bastante convincentes, se considerarmos o facto de se encontrar no segmento de entrada da marca.

Quanto a equipamento, pode incluir (quase) tudo o que também é proposto nas gamas seguintes.

peugeot e-2008

Autonomia melhorável

O Peugeot e-2008 possui uma bateria de 50 kWh, que permite andar não muito mais do que 300 km com uma única carga.

Distância que pode ser maior ou menor consoante o empenho do condutor e o tipo de percurso, permitindo selecionar modos de condução que vão do mais económico (ECO) ao mais desportivo (Sport).

Estes valores de autonomia não são ainda suficientes para tranquilizar muitos consumidores e, o mais provável, é o desenvolvimento de baterias com mais densidade permitir elevá-la sem influenciar o peso, fator do qual depende muito o consumo.

Em socorro dessa ansiedade, importa dizer que a bateria carrega rápido:

  • Num posto de 100 kW, vai de 0 a 80% em meia hora, ou demora o dobro se o posto debitar 50 kW;
  • Em corrente alterna, numa tomada doméstica de 7,4 kW, precisa de oito h oras ou de 16 horas numa tomada de 3,7 kW;
  • Ligado a uma wallbox de 11 kW bastam cinco horas.

Impressões

Independentemente dos benefícios fiscais ou das poupanças geradas com o consumo, desde que este aconteça fora dos postos públicos e de preferência em tarifa bi-horária ou com recurso a fonte própria de produção de energia, aquilo que realmente diferencia o e-2008 de um 2008 com motor de combustão é o prazer e facilidade de condução, a rapidez da resposta do motor, o silêncio e a suavidade com que roda sobre a estrada e que torna mais agradável a viagem.

Nota final para a bagageira: apesar da estrutura otimizada, a capacidade passa a ser de 405 litros, cerca de 30 litros a menos do que com motor de combustão.

Peugeot e-2008