A estratégia da Peugeot é simples: o cliente escolhe o modelo, a cor, o nível de acabamento e só depois o motor mais conveniente para si. O 208 deu o pontapé de saída, o 2008 seguiu-lhe as pisadas e, enquanto não se renovam por completo, as restantes gamas ganham versões híbridas de ligar à corrente elétrica

Não deixa de ser curioso que um grupo automóvel dirigido por um crítico da electrificação do automóvel, seja hoje responsável das marcas que dispõem das melhores condições para responder a esta procura por parte do mercado.

Estratégia ou necessidade de respeitar emissões e conquistar terreno à concorrência, o plano “Push to Pass” definido por Carlos Tavares forneceu a aceleração extra necessária para levar todos os símbolos do grupo PSA rumo à electrificação.

Assim, hoje, a Peugeot é um bom exemplo de uma marca que rapidamente se apetrechou de uma oferta que cobre praticamente todos os segmentos, incluindo até os comerciais ligeiros.

Estabelecendo 2020 com a era moderna da eletrificação do Leão – da anterior recordemos o 108, o Partner e o ainda hoje vistoso 508 RXH –, o e-208 inaugurou aquilo que, de tão simples, pode traduzir um novo paradigma no mercado automóvel: no início o comprador escolhe o modelo, a seguir a tonalidade exterior e o equipamento, terminando no tipo de motor mais ajustado às suas necessidades ou vontade.

Ainda que pareça óbvio, este princípio pode ajudar a desconstruir a “insegurança” de muitos em relação ao carro elétrico, ao “normalizar” este tipo de mecânica numa gama onde não existe diferenciação de género pelo aspecto do exterior.

Para atingir este objetivo, que só deverá estar cumprido quando cada modelo Peugeot der ao cliente a possibilidade de poder escolher qualquer tipo de mecânica – o que só irá acontecer quando todos conhecerem gerações integralmente novas –, o construtor tratou de assegurar que cada gama possuísse, pelo menos, uma versão plug-in”.

E do lote de modelos que aqui se apresenta só se destaca a ausência do 308 (segmento C), que se sabe virá a ter um “plug-in”na próxima geração, ou até um 100% elétrico se o mercado o justificar.

Peugeot e-208 e e-2008

Duas faces da mesma moeda: mesma plataforma, mesmas mecânicas, utilitário ou SUV urbano conforme o gosto de cada um.

A estrutura e o peso ditam autonomias distintas para o mesmo motor (100 kW/136 cv) e bateria (50 kWh): 340 km para o e-208, 320 km para o e-2008.

Com modos de condução Eco, Normal e Sport, o pedal do acelerador tanto permite dosear a aceleração para dar dinâmica, como as fases de desaceleração para maximizar a recuperação da energia.

Vantagem comum é a possibilidade de carregamento rápido a 100 kW quando houver postos com esta potência em Portugal.

A bateria, com refrigeração líquida e posicionada sobre o piso, não interfere na habitabilidade ou na capacidade da bagageira: 265 litros no caso do e-208, 434 litros no e-2008.

https://fleetmagazine.pt/2019/10/31/peugeot-208-um-dos-poucos-utilitarios-que-mantem-oferta-diesel/

peugeot

Peugeot 508 Hybrid e 508 SW Hybrid

A anterior geração 508 continha uma versão RXH que aliava a mecânica híbrida a uma imagem mais musculada e anunciava os méritos da tração integral por via da adição de um motor elétrico ao eixo traseiro.

A atual é mais discreta mas não menos eficaz, seja no propósito de assegurar economia de custos com o consumo, seja no capítulo dinâmico, graças ao seu posicionamento mais desportivo.

O motor PureTech de 180 cv (1.598 cc) alia-se ao elétrico de 81 kW (110 cv) instalado no eixo traseiro, coadjuvados com uma transmissão automática de oito velocidades.

A reter:

  • Bateria de 11,6 kWh
  • Autonomia 100% elétrica em torno dos 50 km;
  • Carga completa feita em 1h45m quando ligado à wallbox de 7,4 kW, ou sete horas numa vulgar tomada doméstica de 8A;
  • Consumo e emissões CO2 médias a partir de 1,3 l e 30 g/km, segundo homologação WLTP;
  • Já disponível em Portugal.

https://fleetmagazine.pt/2019/09/09/508-hybrid-e-508-sw-hybrid-homologacao-wltp/

Peugeot 3008 HYBRID e 3008 HYBRID4

Se o 3008 se assumiu como um dos melhores SUV familiares do seu segmento, as mecânicas “plug-in” podem ter só tração dianteira ou integral, dependendo do número de motores elétricos.

No caso do Hybrid4 há um em cada eixo, o dianteiro com 81kW (110 cv), o caso traseiro com 83kW (112 cv).

A reter:

  • Bateria de 13,2 kWh
  • Autonomia 100% elétrica anunciada de 50 km no Hybrid e de 59 km no Hybrid4 (WLTP);
  • Carga completa demora menos de duas horas com energia recebida de uma wallbox de 7,4 kW
  • Consumos e emissões CO2 a partir de 1,3 l e 29 g/km, respetivamente.
  • Com 225 cv (Hybrid2) ou 300 cv (Hybrid4), ambos já se encontram disponíveis no mercado português.

https://fleetmagazine.pt/2019/12/06/peugeot-508-e-3008-plug-in-ja-disponiveis-para-encomenda/

Indução serena e financiamento para empresas

“Cliente descansado é cliente satisfeito e convencido”, uma frase que pode resumir a outra face da estratégia da Peugeot para cativar o consumidor que ainda desconfia da eletrificação.

Para isso, criou produtos financeiros que permitem fazer uso do carro como seu durante um período de utilização alargado, no caso das empresas com renda competitivas asseguradas pelo Free2Move Lease.

De modo a contribuir para reduzir o risco quanto ao valor como usado daqui a uns anos, a cada lançamento de um novo modelo é anunciado um conjunto alargado de serviços destinados a serenar o comprador, como os oito anos ou 160 mil quilómetros de garantia da bateria ou a emissão de um certificado de capacidade da mesma para facilitar a revenda do veículo.