A SIVA já apresentou a nova direção e a nova estratégia para o futuro, depois da compra pela Porsche Holding Salzburg ter sido concluída a 15 de Outubro.
Gestão a “quatro olhos”
A direção geral do importador vai ser feita entre Pedro de Almeida e Viktoria Kaufmann (na foto de entrada). O primeiro já é o responsável máximo pela SIVA e fica responsável pelas vendas (incluindo frotas) e distribuição de marcas. Viktoria Kaufmann, que deixa o importador Volkswagen e Audi da Colômbia, fica responsável pela área financeira e de recursos humanos, bem como o retalho e o pós-venda.
Na Soauto mantém-se José Duarte, dividindo a responsabilidade com Mario de Martino, que chega do Chile. Esta estratégia de dividir a gestão por duas pessoas é utilizada pela PHS em todo o mundo. Normalmente, uma das pessoas é um quadro com percurso junto da holding, mas as vendas e retalho são entregues a um gestor local.
Os diretores de marca vão manter-se, bem como a restante estrutura. “Contamos com as pessoas que já cá estão na SIVA”, disse Viktoria Kaufmann.
Estratégia
A PHS vai investir cerca de 20 milhões de euros para levar a SIVA e a Soauto para o lugar que ocupavam antes dos problemas financeiros aparecerem.
Em termos concretos, espera-se que estejam a vender mais de 30 mil viaturas dentro de três anos, quando este ano deverão fechar com 18 mil unidades vendidas.
Os investimentos vão ser principalmente na formação das pessoas, nas próprias marcas, nas infraestruturas e na ligação com os concessionários.
O Porsche Bank, que pertence à holding e faz serviços financeiros e de mobilidade, não vai entrar em Portugal, dada a existência da Volkswagen Financial Services.
Nas marcas, o caso pode ser diferente. “Seria boa ideia perguntar à Seat se não se importava que tomássemos conta da importação”, disse Hans Peter Schutzinger, porta-voz e membro da administração da PHS, num tom mais diversivo. “Mas, para já, queremos concentramo-nos na SIVA e na Soauto”.
Se atingirem os objetivos, Portugal deverá passar a ser o terceiro mercado da PHS entre os 21 onde está presente (o primeiro é a Áustria, o segundo a República Checa).
Em todos estes países, a PHS é dona de concessionários do grupo Volkswagen, mesmo que não tenha importação. Em Espanha, por exemplo, tem 56 localizações.
A Soauto, que sozinha representa mais de 25% da atividade da rede de concessionários das marcas SIVA, vai continuar apenas em Lisboa e Porto. Uma das áreas prioritárias serão as viaturas usadas.
A SIVA e o rent-a-car
A quebra de vendas da SIVA começou em 2015, quando o importador chegou a vender 31 mil viaturas.
A situação do importador foi sendo degradada até chegar às 18 mil viaturas que esperam vender este ano.
Um dos motivos foi a situação financeira, que fez com que o importador tivesse dificuldade em fazer encomendas de viaturas e stock para venda. Mas, além disso, parte desta quebra de vendas relaciona-se com a saída dos mercados de RaC e das viaturas tácticas, conforme explicou Pedro de Almeida.
“O RaC em Portugal é uma atividade de risco, dado que maior parte dos negócios são feitos em buy-back”, disse. “A nossa atividade de RaC vai ser em linha com a capacidade que a rede tem para vender os usados que chegam passado um ano”.