A União Europeia cresceu 1,2% nas vendas de ligeiros de passageiros, face a 2018, com mais de 15,3 milhões de unidades matriculadas. Este valor representa, segundo a Associação Europeia dos Construtores Automóveis (ACEA), seis anos consecutivos de crescimento.

Dado o impacto da introdução dos testes WLTP, em setembro de 2018, o ano 2019 pode ter começado “a medo” no que à procura de ligeiros de passageiros diz respeito. No entanto, no último trimestre de 2019, o mercado europeu conseguiu alcançar resultados positivos.

Eis o comportamento dos principais mercados europeus durante o ano 2019:

  • Alemanha: 3.607.258 unidades registadas e um crescimento de 5,0%
  • Espanha: Dos cinco principais mercados, Espanha é o país a apresentar uma quebra mais acentuada (-4,8%), com menos 63.177 matrículas em 2019 face a 2018
  • França: 2.214.279 registos, traduzindo-se numa variação positiva de 1,9%
  • Itália: Com um tímido crescimento de 0,3%, Itália registou 1.916.320 veículos durante 2019
  • Reino Unido: Quebra de -2,4% nas matrículas. Menos 56.007 veículos matriculados que em 2018

Dezembro de 2019

A ACEA diz que a procura por ligeiros de passageiros na Europa cresceu 21,7%. Trata-se do quarto mês consecutivo a registar sinais de crescimento e o melhor dezembro desde que há registos.

Mercados como o francês (+27,7%), por exemplo, contribuíram para o crescimento do último mês do ano. A isso se devem alterações na fiscalidade automóvel, com França a baixar o limite das emissões de CO2 para 110g/km, com penalizações já em vigor desde o passado dia 1.

Já o caso dos Países Baixos, que aumentaram a tributação das viaturas elétricas de 4% para 8% em 2020, pode também ser motivo para a intensificada procura (+113,9% face a 2018).

Os resultados de dezembro de 2019 podem indicar vontade das marcas de fazerem matrículas para anteciparem o impacto das novas normas ambientais europeias, limitadas no valor das emissões de CO2 aos 95g/km.

Consulte o relatório da ACEA relativo às matrículas de ligeiros de passageiros na Europa durante 2019

Olhando para os principais mercados, eis os seus comportamentos:

  • Alemanha: 283.380 unidades registadas e um crescimento de 19,5%
  • Espanha: 105.853 unidades matriculadas, o que representa um crescimento de 6,6%
  • França: 211.194 automóveis matriculados – crescimento de 27,7%
  • Itália: 140.075 registos, o que significa um crescimento de 12,5%
  • Reino Unido: 148.997 unidades matriculadas, traduzindo-se num crescimento de 3,4%

O caso português

Houve um aumento da procura de ligeiros de passageiros de 9,5% no nosso país, com 17.726 unidades matriculadas. Foram registados mais 1.545 ligeiros de passageiros em dezembro de 2019 face ao mesmo mês de 2018.

No que respeita ao acumulado, foram matriculados 223.799 ligeiros de passageiros novos em Portugal, o que representa uma quebra de 2,0% face a 2018, segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

Consulte os dados da ACAP relativamente a 2019 (ficheiro Excel)

Marcas

Em última instância, as preferências dos consumidores europeus ditam o mercado. Este é o quadro geral de matrículas que compara as principais marcas à venda na Europa e em Portugal, durante 2019:

Comparação União Europeia (UE) / Portugal (PT)

Marcas mais vendidas UE PT

1.ª

Volkswagen (+0,3%) Renault (-7,1%)
2.ª Renault (-3,5%) Peugeot (+3,0%)
3.ª Peugeot (-0,4%) Mercedes-Benz (+0,6%)
4.ª Mercedes-Benz (+4,0%) FIAT (+8,4%)
5.ª Opel (-7,6%) Citroën (+9,4%)
6.ª BMW (+2,2%) BMW (+0,9%)
7.ª FIAT (-7,2%) SEAT (+17,6%)
8.ª Citroën (+6,6%) Volkswagen (-16,4%)
9.ª SEAT (+11,8%) Nissan (-32,1%)
10.ª Nissan (-19,6%) Opel (-19,6%)

 

Em Portugal, destaque para o crescimento da SEAT, que alcançou também uma maior quota de mercado (5,05% contra os 4,21% de 2018) e para a Citroën e FIAT, que com quotas de mercado de 6,26% e 6,73%, respetivamente, aumentaram também as matrículas de ligeiros de passageiros durante o ano passado.

Por outro lado, e segundo a ACAP, a Volkswagen, a Opel e a Nissan registam as maiores quebras nas matrículas durante 2019, com as três marcas a perderem quota no mercado nacional (4,63%, 4,56% e 4,57% respetivamente).

na Europa, segundo dados da ACEA, a Volkswagen mantém um crescimento de 0,3%, com uma quota de mercado de 11,2%, ao contrário da Opel e da Nissan, que tiveram quebras (-7,6% e -19,6%) nas matrículas dos seus modelos, tendo ambas perdido quota de mercado face a 2018 (5,2% e 2,5%, respetivamente).

A Hyundai, embora não figure na lista acima representada, apresentou em Portugal, durante 2019, um crescimento de 33,4% e um aumento da sua quota de mercado de 2,02 para 2,75%. Comportamento semelhante ao observado na União Europeia, onde a marca sul-coreana aumentou a sua quota de mercado para 3,6% e registou 546.100 novos ligeiros de passageiros (+3,5% do que no ano 2018).

Tal como a Hyundai, a Toyota e a Mazda não figuram na lista acima apresentada, mas merecem destaque. Em Portugal, durante o ano passado, as marcas japonesas tiveram comportamentos distintos. Ao passo que a Toyota verificou uma variação negativa de 4,0%, com menos 397 unidades matriculadas, a Mazda registou uma variação positiva de 24,2%, tendo matriculado 3.072 unidades face às 2.474 matriculadas em 2018.

Já quanto ao caso europeu, a Toyota matriculou 713.773 unidades durante 2019, tendo aumentado a sua quota de mercado e registado uma variação positiva de 3,9% face a 2018. Na Mazda, o comportamento – de crescimento – é igual ao verificado em Portugal, com 246.788 ligeiros novos matriculados (+10,3%).