Design arrebatador e um autêntico vira-cabeças. Um carro capaz de fazer parar o trânsito, quando o seu propósito último é invariavelmente o oposto. Assim é o renovado Renault 5 E-Tech 100% elétrico, o novo zero emissões de caráter urbano tornado real pela pena de Gilles Vidal [rima e é verdade]
Em muito poucos dias de rodagem, já muito terá sido dito acerca do Renault 5 elétrico, um carro que verdadeiramente veio ajudar a Renault na conquista do segmento B. Este é um modelo com perfil claramente citadino e apetência para se tornar no porta-estandarte desta nova fase de transição energética que a marca francesa liderada por Luca de Meo pretende levar a cabo.
São menos de quatro metros de comprimento (3,92 m) bem distribuídos por uma carroçaria estilizada, embelezada por umas jantes de 18 polegadas com vãos mínimos. Tudo isto num automóvel que é apenas 30 cm mais comprido que o Twingo, porém 13 cm mais curto que o Clio. A sua distância entre eixos de 2,54 m transforma-o num automóvel com espaço interior generoso (embora o transporte de cinco pessoas adultas seja desafiante, mas não é a isso que este carro se presta), ao passo que a sua largura de 1,77 m em muito contribui para a sua forte presença na estrada – um autêntico vira-cabeças por onde quer que passe (em muito contribuem as garridas cores com que a Renault o pintou). Porém, é mesmo no design que este automóvel se destaca.
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“O Renault 5 é uma revolução”
Palavras de José Pedro Neves, diretor-geral da Renault Portugal. Em entrevista à FLEET MAGAZINE, por ocasião dos ensaios dinâmicos do R5 em terras gaulesas, o responsável destaca a importância de um carro disruptivo, que não é um carro retro, mas sim inspirado no ADN que sempre teve e na revolução que acompanhou a sua época, transportando-a para os dias de hoje. E com legitimidade, diz José Pedro Neves: “a Renault, que tem um passado recente muito forte em veículos elétricos – veja-se o ZOE há 12 anos e até, antes disso, o Fluence -, lança agora o Renault 5 no segmento B com características, algumas delas, de segmentos superiores (C ou até mesmo D). E este carro vai colocar a Renault na linha da frente da eletrificação e da sua própria democratização”.
Para levar a cabo essa mesma democratização, um motor de 110 kW (150 cv) e uma bateria de iões de lítio com 52 kWh de capacidade, elevam a autonomia deste citadino a uns expressivos 410 km. O preço, esse, começará nos 33 mil euros.
Há, porém, uma variante de bateria com menor capacidade (40 kWh), disponível para encomenda com motorizações de 70 kW (95 cv) ou 90 kW (122 cv) de potência. Nesta versão são garantidos, pelo menos, em ciclo WLTP, 300 km de condução com uma só carga. E é nesta mesma versão que a Renault pretende levar a cabo outra disrupção, principalmente no preço proposto de 25 mil euros.
Embora ainda não esteja disponível, esta variante com um preço de acesso de 25 mil euros será um produto atrativo, no entanto, de acordo com José Pedro Neves, não será o bestseller. “Normalmente, na Renault, nunca vendemos as gamas de acesso – nem no Megane E-Tech 100% elétrico isso aconteceu. Vendemos, isso sim, os nossos produtos mais bem equipados e mais potentes”, diz.
O novo carregador bi-direcional AC de 11 kW do Renault 5 E-Tech 100% elétrico tem capacidade V2L, podendo alimentar um aparelho de 220V (até 3.700W) a partir da bateria do carro, com um simples adaptador. Para carregamento DC, a motorização de 110 kW dispõe de uma tomada de 100 kW DC para carregar a bateria de 52 kWh (o motor de 90 kW está equipado com uma tomada de 80 kW DC para carregar a bateria de 40 kWh). Em ambos os casos, em meia hora é possível carregar a bateria dos 15% aos 80%
E a concorrência vinda do lado mais a Este do planeta?
José Pedro Neves é claro e tira a teima: “o Renault 5 E-Tech 100% elétrico circula num mercado onde a concorrência chinesa não é tão grande. Os modelos oriundos da China estão mais presentes nos segmentos C e D, não só porque o seu próprio mercado doméstico se baseia nessas gamas, onde não há segmento B, mas também porque é mais fácil diluir o custo que uma bateria tem no todo do automóvel (cerca de 30%) num carro de valores mais elevados.
Potencial para frotas do Renault 5 elétrico
“Um dos atributos principais do Renault 5 elétrico, além do preço, é o seu design. E isso é transversal a clientes particulares e clientes empresa”, começa por esclarecer José Pedro Neves. “É uma proposta diferente daquelas atualmente presentes no mercado automóvel, mas com as habituais vantagens fiscais que um veículo elétrico apresenta junto deste canal”, acrescenta. Em Portugal a viatura de função nas empresas é uma realidade – é uma compensação do salário que faz com que nos elétricos a vantagem seja maior, quer seja pelo IVA dedutível, quer seja pela isenção de pagamento de taxa de Tributação Autónoma. “Ou seja, acaba por ser um produto interessantíssimo para as empresas”, conclui.
“Não deixa ninguém indiferente”
Talvez serão os mais saudosistas (clientes mais velhos) a procurar um carro como o Renault 5. Mas não só. José Pedro Neves acredita que as gerações mais novas, ao verem um carro “extra-moderno e radicalmente diferente, com um design que não deixa ninguém indiferente”, poderão mesmo considerar vir a acrescentar este automóvel ao seu ‘carrinho de compras’.

Para já estão pensadas propostas de renting para empresas através da cativa da Renault, a Mobilize. A marca garante que tais estão a ser trabalhadas e serão anunciadas em breve

















