O Renault Arkana faz parte do grupo de SUV que pretendem assumir uma faceta menos familiar e mais dinâmica.
É um modelo baseado na mesma plataforma do Clio e do Captur, mas com dimensões exteriores maiores do que as do Renault Kadjar, graças a uma zona traseira com perfil alongado e desportivo.
Esta forma da traseira é, provavelmente, responsável pela única referência familiar do modelo: uma bagageira com 513 litros de capacidade ou de 480 litros na versão híbrida de 160 cv. Mas apesar da secção traseira inclinada, o espaço em altura nos lugares traseiros não é tão acanhado como pode parecer do exterior.
O Renault Arkana está disponível com dois motores em três versões de potência, todas equipadas com caixa automática com sete velocidades:
- Um motor de quatro cilindros, 1.3 TCe, turbo e injeção direta com 140 cv ou 160 cv (este último disponível em breve), com sistema micro-híbrido de 12 V;
- Um motor híbrido a gasolina 1.6 com 145 cv, com componente elétrica alimentada por uma bateria de iões-lítio de 1,2 kWh, numa arquitetura igual à utilizada pelo Clio e pelo Captur híbrido.
Os preços ao público arrancam nos 31.600 euros na versão Business de 140 cv, o que faz pressupor que possa ser negociado preço para empresa dentro do primeiro escalão da Tributação Autónoma (abaixo dos 27.500 euros, TA de 10% sobre os encargos).
Quanto à versão híbrida, o PVP arranca nos 33.100 euros, igualmente na versão Business. O tipo de mecânica não permite a dedução do IVA, mas esta solução híbrida tem o aliciante de apresentar emissões CO2 de 111 g/km, enquanto as versões mild-hybrid indicam valores sempre assim das 130g/km.
Um desconto, por exemplo, de 20% sobre o preço base, permite colocar o Renault Arkana E TECH híbrido com 145 cv dentro do primeiro escalão da Tributação Autónoma.
Esta é a estrutura completa de PVP na fase de lançamento do modelo:
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Desafio premium
O Renault Arkana não inventa um estilo novo. Alguns dirão que ele foi inspirado no BMW X6 e, de facto, a versão original nascida na Rússia, cujo design foi adotado para o modelo comercializado na Europa Ocidental, pode ter tido esse propósito.
Isto resulta a favor do Renault Arkana. Foi o que constatámos ao longo dos quilómetros de estrada percorridos durante a apresentação à imprensa, com várias cabeças a voltarem-se para confirmar o símbolo estampado na frente do carro.
Por isso, dadas as características do modelo, nomeadamente a sua presença na estrada, pode facilitar o trabalho de empresas que estejam a abandonar motorizações a gasóleo ou a realizar um downsizing de atribuição de viatura.
É que, embora esteja assente sobre uma plataforma do segmento B, ou de partilhar com o Captur partes do interior, a perceção visual e o toque dos materiais colocam o Arkana um patamar acima, assumindo assim uma postura mais premium.
A posição de condução elevada – sobretudo por causa ao diâmetro das jantes, a a plataforma fica 20 cm acima do solo – e as proteções da carroçaria contribuem para a imagem de SUV. Mas a linha do tejadilho e o declive da secção traseira, ao estilo de um coupé, dão-lhe uma aparência mais dinâmica e desportiva.
Combinação de motores única
A tecnologia E-TECH híbrida da Renault estreada com o Clio e com o Captur está presente no Arkana.
Baseada numa solução experimentada pela equipa Renault de Fórmula 1 e particularmente eficiente em termos de recuperação e regeneração de energia, assenta numa arquitetura híbrida denominada “paralela em série”.
É composta por um motor 1.6 a gasolina com 94 cv, adaptado para a tecnologia híbrida (com filtro de partículas para limitar emissões poluentes), apoiado por dois motores elétricos: um com 36 kW e um motor de arranque/gerador de alta voltagem com 15 kW, alimentados por uma bateria de iões-lítio de 1,2 kWh (230 V) localizada por baixo da bagageira.
A caixa de velocidades sem embraiagem e sincronizadores gere a combinação ideal entre os três motores, permitindo inúmeros ajustes entre o motor de combustão e o motor elétrico, de forma a maximizar a redução de emissões de CO2. No modo 100 % elétrico, pode circular a uma velocidade de até 75 km/h.
A Renault indica que é possível até 80% do tempo de condução urbana em modo 100% elétrico e uma redução de até 40% no consumo de combustível na cidade, em comparação com um tradicional motor a combustão.
Por isso, o Renault Arkana E-TECH Híbrido apresenta emissões CO2 mais reduzidas do que o Arkana mild hybrid: desde 108 g / km, para um consumo combinado de 4,9 l/100 km (WLTP).
Na versão micro-híbrida, o motor 1.3 TCe com turbo possui um sistema composto por um alternador/motor de arranque de elevada capacidade, associado a uma bateria de iões de lítio de 12V, posicionada sob o assento do passageiro.
Combinado com uma transmissão automática de dupla embraiagem EDC de 7 velocidades, está disponível em duas versões: 140 cv e 160 cv.
Com este sistema, os consumos de combustível podem diminuir até 8% e as emissões de CO2 até 8,5%.
Com um binário de 260 Nm entre as 1.750 e as 3.500 rpm, o TCe 140 apresenta um consumo combinado de 5,8 l/100 km e emissões de CO2 de 131 g / km (valores WLTP).
https://fleetmagazine.pt/2020/07/23/renault-e-tech-clio-captur-megane/
Impressão qualitativa e habitabilidade do Arkana
A distância entre eixos de 2,72 metros ajudou a modular o espaço traseiro.
Evitando recuar muito este banco para os ocupantes não ficarem condicionados em altura, há, os números são fornecidos pela Renault, 21,1 cm de espaço livre para as pernas e 30,5 cm de espaço para os pés. A altura entre o assento traseiro e o tejadilho é de 86,2 cm.
Atrás deste banco há uma bagageira com 513 litros (ou 480 litros na versão E-TECH Híbrido), com fundo que pode ser colocado em duas posições. Na posição superior, com os encostos traseiros rebatidos, o piso fica totalmente plano.
O pneu suplente faz parte da lista de opcionais (170 euros) mas não existe local próprio para colocá-lo, apenas para um kit de reparação.
Com travão de mão e transmissão automáticas, sobram espaços de arrumação na consola central, incluindo um que incorpora um carregador sem fios para o smartphone.
A parte frontal do habitáculo é porém dominada por ecrãs digitais: o do painel de instrumentos (com 4.2’’, 7’’ ou 10.2’’, dependendo das versões) e pelo ecrã central, de 7’’ ou 9.3’’.
A zona superior do tablier tem revestimento suave e, como o exterior, há acabamentos distintos e personalizáveis consoante as versões ou opção do cliente. Além de, naturalmente, existirem inúmeros sistemas de segurança, ajudas à condução e tecnologia de conetividade.