A importância do Renault Clio mede-se pelo facto de ser o modelo mais vendido em Portugal nos últimos anos mas principalmente por estar regularmente entre os três carros mais vendidos a nível europeu.

Uma gama pilar para o construtor francês, actualmente uma das poucas a manter a oferta de uma versão carrinha, que sofre cada vez mais concorrência das carroçarias SUV, incluindo interna, por parte do Captur.

A quinta geração que vai começar a chegar aos mercados no verão de 2019 não parece fazer uma grande ruptura estilística.

Continuam presentes alguns traços da actual geração mas, na realidade, muita coisa é nova a começar pela base sobre a qual assenta e há definitivamente uma alteração profunda ao nível do habitáculo.

Estará unicamente disponível na carroçaria de 5 portas, assumindo o novo Captur o espaço dos que desejam um habitáculo mais familiar.

É também o primeiro modelo da Aliança Renault-Nissan construído na plataforma CMF-B, projectada para integrar sistemas de propulsão electrificados.

Motorizações: gasóleo por enquanto

Contrariando informações iniciais, os motores diesel dCi 85 e 115 com base no bloco 1.5 Blue dCi vão manter-se.

Adaptado às utilizações mais intensivas e às frotas de empresa, este motor respeita as novas normas antipoluição, com a integração do sistema de redução catalítica seletiva (SCR) para o pós-tratamento dos óxidos de azoto (NOx).

Proposto em duas versões: 85 cv / 220 Nm e 115 cv / 260 Nm, possui uma caixa manual de 6 velocidades que reduz o regime do motor acima dos 110 km/h e, graças a uma aerodinâmica que se posiciona ao melhor nível do segmento, o novo Clio Blue dCi revela-se particularmente eficiente.

Motorizações incluem híbridos electrificados e a GPL

Já em 2020 vai conhecer uma versão híbrida (não plug-in) que conjuga um motor a gasolina atmosférico de 1,6 litros com motor eléctrico e bateria de 1,2 kWh e em 2022 deverá ganhar autonomia 100% elétrica.

Com uma potência combinada de cerca de 128 cv, a Renault afirma que o Clio E-Tech poderá viajar até 5 km em 100% eléctrico.

Os arranques ocorrem, automaticamente, em modo totalmente eléctrico. Um potente travão motor regenerativo permite uma rápida desaceleração apenas com o levantar o pé do pedal do acelerador e a capacidade de recarga das baterias permite circular, em cidade, até 80% do tempo em modo totalmente elétrico, com um ganho nos consumos que pode atingir os 40% relativamente a um motor térmico a gasolina, em ciclo urbano.

Dois motores a gasolina, atmosféricos, de 1,0 litro e com 3 cilindros, caixa manual de 5 velocidades e potências de 65 e 75 cv, para um binário de 95 Nm fazem parte da base deste tipo de oferta.

Com turbo e igualmente a gasolina, o novo TCe 100, também de 1,0 litro e 3 cilindros, vem equipado com turbocompressor com válvula de descarga de comando elétrico, coletor de escape parcialmente integrado na cabeça de motor, duplo comando variável hidráulico da distribuição na admissão ou ainda revestimento específico em aço dos cilindros (Bore Spray Coating).

Com 100 cv e 160 Nm de binário, este bloco da nova geração tem mais 10 cavalos e 20 Nm relativamente ao TCe 90 que substitui, reduzindo o consumo e as emissões de CO2.

Para já associado a uma caixa manual de 5 velocidades, mais tarde estará também acoplado a uma caixa automática X-TRONIC adaptada aos tipos de utilização europeia.

A caixa X-TRONIC irá dispor da função D-STEP que reproduz o comportamento de uma caixa multi-relações em percursos polivalentes e aquando das acelerações.

O motor TCe 100 será, igualmente, proposto numa versão bi-fuel a GPL.

Por fim, o TCe 130 FAP, com 130 cv e 240 Nm, associado à caixa automática EDC de 7 velocidades.

Esta caixa EDC de dupla embraiagem contribui para a redução dos consumos e das emissões de CO2 e, para aumentar ainda mais o prazer de condução, estará dotada de patilhas no volante.

Dimensões e características principais

Ligeiramente mais curto e baixo do que a quarta geração, a nova ganha 6,7 cm de largura, para beneficio da habitabilidade, incluindo espaço de mala.

O volume do porta-bagagens é de 391 litros e pode ser equipado com jante de 15, 16 ou 17”.

É precisamente ao nível interior que se conhecem as maiores evoluções, nomeadamente na zona frontal: seguindo uma tendência actual de traços puros e rectos com poucos controlos físicos, no tablier desponta uma imponente tela de 9,3″ para o sistema multimédia e navegação, enquanto a tela digital que serve o painel de bordo, de 7 ou 9,3” (quando inclui navegação), é configurável em função das informações e forma de apresentação desejada.

Quanto à tela central, colocada numa posição vertical tal como no Talisman, apresentando-se ligeiramente maior e orientada para o condutor.

O sistema operacional é uma evolução do atual e naturalmente compatível com Android Auto e Apple CarPlay, havendo ainda tecnologia de carregamento sem fio para smartphones.

Os poucos comandos físicos existentes na parte central do tablier controlam o sistema de climatização, accionam o sistema de fecho central de portas ou as ajudas ao estacionamento, incluindo as câmaras exteriores, além de permitir gerir a tecnologia Multi-Sense, que permite a afinações de diversos parâmetros de condução.

Destaque para a nova compleição de bancos, directamente herdados de segmentos superiores afirma a Renault, para maior comodidade e libertação de espaço traseiro.

Um volante de menores dimensões do que na gama atual e um manípulo de mudanças mais curto e colocado de modo a permitir transições mais rápidas da caixa de velocidades visam reforçar um posicionamento mais dinâmico da condução.

Além da iluminação dianteira 100% em LED de série para todas as versões e jantes até 17”, vão coexistir vários packs e possibilidades de personalização (interior e exterior), linhas R.S., R.S. Line (para substituir progressivamente a designação GT-Line) e INITIALE PARIS.

Equipamento a caminho da condução autónoma

A nova plataforma CMF-B permite ao novo Renault Clio propor um conjunto de equipamentos e de sistemas de ajuda à condução mais completo e mais moderno, desde a câmara e o radar frontal, de série em todas as versões, até ao Assistente Trânsito e Autoestrada (autonomia de nível 2).

Na concepção da 5.ª geração do Clio está assim presente a capacidade para vir a ser o unidade pioneira da Renault para a condução autónoma.

Como primeira etapa deste capítulo propõe, para já, o Assistente Trânsito e Autoestrada, um sistema de ajuda avançada à condução, que combina o regulador de velocidade adaptativo (com Stop & Go) e o assistente de centragem na via.

Activo dos 0 aos 160 km/h, este equipamento funciona nos automóveis com caixa automática EDC e regula a velocidade do automóvel, mantendo a distância de segurança para o veículo que circula à frente e garantindo, igualmente, que o automóvel se mantém centrado na via de circulação.

Particularmente útil com trânsito intenso, este assistente de condução permite parar e arrancar, automaticamente, no tempo de 3 segundos, sem qualquer acção por parte do condutor.

Este sistema funciona graças a uma câmara frontal e a um radar, nas estradas em que as marcas no piso (linhas contínuas ou descontínuas) estão correctamente visíveis e com veículos em circulação.

Em caso de ausência de linha, é activado apenas o regulador de velocidade adaptativo. Se não for detectado qualquer veículo à frente, o assistente de centragem na via mantém-se operacional (a partir dos 60 km/h), bem como o regulador de velocidade.

O Assistente Trânsito e Autoestrada é uma prestação de autonomia de nível 2 que representa um ganho significativo em termos de conforto de condução.

Todavia, exige que o condutor mantenha as mãos no volante e os olhos na estrada. O sistema envia um alerta se deixar de detectar as mãos no volante durante 13 segundos. Após mais dois alertas, o sistema desactiva-se, automaticamente, ao fim de 48 segundos.

O Assistente Trânsito e Autoestrada estará disponível, em combinação, com o motor TCe 130 EDC FP do Novo Clio, a partir dos finais de 2019.

Segurança e ajudas à Condução

Para já, encontramos:

  • Regulador/limitador de velocidade em toda a gama;
  • Comutação automática de luzes: utilizando a tecnologia da câmara frontal, a haste de luzes muda, automaticamente, de luzes de estrada (máximos) para luzes de cruzamento (médios), consoante a luminosidade exterior e a velocidade de circulação, facilitando assim a condução nocturna, incluindo em condições de fraca iluminação da estrada;
  • Travagem activa de emergência: inédito na gama Renault, o sistema, com detecção de ciclistas e peões, alerta o condutor para situações perigosas, podendo activar a travagem se o condutor não reagir. Constitui equipamento de série;
  • Alerta de ângulo morto: a utilização de radares e não de simples sensores permite ao sistema interpretar melhor as distâncias e as velocidades dos veículos que se encontram fora do campo de visão do condutor;
  • Reconhecimento de painéis ed sinalização com alerta de excesso de velocidade: nas versões equipadas com sistema de navegação, o novo Clio combina as informações de leitura dos painéis e os dados do GPS, para oferecer uma assistência ainda mais rigorosa;
  • Alerta de saída involuntária de via e assistente de manutenção de via: funciona a partir dos 60 km/h, prevenindo o condutor e corrigindo a trajectória se o automóvel estiver prestes a ultrapassar uma linha marcada no piso sem que o indicador de mudança de direcção tenha sido activado. Esta tecnologia utilizada nos segmentos superiores é proposta, de série, no Novo Clio;
  • Estacionamento, câmara 360°: o Clio é o primeiro modelo da Renault a beneficiar da câmara 360°. As quatro câmaras que compõem o sistema oferecem uma vista de cima do automóvel, apresentando numa única imagem os obstáculos situados à sua volta. Muito fácil de utilizar, a câmara 360° activa-se, automaticamente, quando se engrena a marcha-atrás e está directamente acessível através dos comandos, tipo teclas de piano, situados logo abaixo do ecrã multimédia. O sistema apresenta duas imagens neste ecrã: a vista dianteira ou traseira, consoante a mudança engrenada, e, complementarmente, a opção entre a vista 360° ou uma ampliação da imagem captada pela câmara do lado do passageiro;
  • Sistema de ajuda ao estacionamento: 12 sensores ultrassónicos ajudam o condutor durante as manobras de estacionamento, alertando-o para a presença de obstáculos ou objectos;
  • Câmara de marcha-atrás: já integrada na anterior geração, a câmara de marcha-atrás continua disponível para facilitar as manobras e a saída do lugar de estacionamento, em marcha-atrás;
  • Sistema de ajuda ao estacionamento Easy Park Assist (estacionamento mãos livres): sistema de ajuda ao estacionamento em paralelo, em espinha ou na perpendicular, para facilitar as manobras, tanto para estacionar como para sair do lugar de estacionamento. Durante as manobras de estacionamento, o conjunto de sensores faz a gestão da direcção do automóvel e o condutor só precisa de se preocupar com os pedais e a caixa de velocidades.

A nova arquitectura eléctrica e electrónica da plataforma CMF-B na gama Renault faz também parte dos principais objectivos dos planos estratégicos Drive The Future e Aliança 2022, dado que, até ao horizonte 2022, 70% dos veículos da Aliança e 80 % dos veículos do Grupo Renault serão produzidos em plataformas comuns da família CMF (Common Module Family).